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O ENTARDECER

O ENTARDECER

VAMOS DANÇAR

DE 65 À GERAÇÃO DE 70
Let´s dance!

As primeiras boîtes vão surgir precisamente na Linha, onde o ambiente de veraneio é mais propício à descontração. Os meninos das famílias de Cascais e do Estoril têm dinheiro, viajam, compram discos, querem dançar. Rapidamente, passam das festas de garagem para o Le Caveau, no Estoril, ou para o Caixote, em Cascais. Em 1965, é inaugurado o Van Gogo, com pista onde se dança o ié-ié e Barry White. Faz furor. De Lisboa vai-se a Cascais de propósito dançar ao seleto Van Gogo, onde muitos têm garrafa de whisky que lhes assegura o acesso. Só entra quem é conhecido ou faz parte do círculo do dono, o Manecas Mocelek, figura muito in daquele tempo. É o mesmo Manecas que, em 1968, toma conta do Ad Lib - no 7º andar de um prédio da Rua Barata Salgueiro, decorado por Pedro Leitão e onde se chega de elevador - e com outros sócios inaugura, em 1970, o Stones. Assim fica definido o roteiro da noite com a marca Mocelek: boîtes muito decoradas com o luxo moderno da época, muitos sofás e espaços de dança mais reduzidos, mas animadas pelos sons norte-americanos que prenunciam o disco sound, exclusivas e restritas ao circuito dos meninos bem.

Mas nem tudo se confinava aqui. A abertura política que se começa a fazer sentir nos primeiros anos da década de 70 rasga horizontes na juventude urbana, que se inquieta ao som dos Rolling Stones, Lou Reed, Peter Frampton e Roxy Music... também há o Reggae... e fuma-se erva.

Esta é a primeira geração que sai à noite em grupos mistos e circula de carro pela cidade. Fazem a ronda das discotecas: Primorosa de Alvalade, Browns, Beat Club... Mas o must é mesmo o 2001, inaugurado em 1972 no Autódromo do Estoril. Fica aberto até às quatro da madrugada e é onde toda a gente vem parar ao fim da noite. Talvez seja o primeiro lugar democrático na noite da capital, pois para entrar basta pagar à porta. O porteiro também não torce o nariz aos que não vêm acompanhados. Ao contrário das outras boîtes da moda, quem quer atacar a pista não precisa de par. É aqui, na dança, que todos os géneros se misturam. Este é o tempo do rock contra disco, mas também dos pré-punks e da new wave, dos atinados ao dos prá-frentex, dos freaks contra os betos. A identidade maioritária dos grupos juvenis começa agora a definir-se na iconografia da moda, e os comportamentos moldam-se ao som do que se ouve... A liberdade já passou por aqui.



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