Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O ENTARDECER

O ENTARDECER

UMA CONSCIÊNCIA NACIONAL

Afinal o que é isso? Há um abismo total entre o querer perceber ou não querer mesmo perceber, ou preferir não perceber, e as pessoas preferem não perceber, preferem não entender. Se cada um fizesse um esforço para se situar em relação a esta realidade…, mas não, não há sequer isso, fazem um esforço máximo para não participarem desta coisa. E esta coisa é precisamente uma nação ser um corpo alma ou sem ela. O esclarecimento é algo perfeitamente indispensável e julgo que de uma maneira geral é assimDesde criança deveríamos ser despertos para o “sentimento da nacionalidade”. Para o sentimento da nossa integração num mundo que fala a mesma língua e que tal mundo é mesmo um mundo de irmãos. Sem esse sentir, a consciência nacional não funciona em pleno! Só o sentimento de irmandade, legítimo o sentimento de consciência nacional. Mas, antes da incursão nestes conceitos, temos de desejar construir uma civilização, num país em que a população seja civilizada, e nunca degradada moral e etnicamente. Ou seja:

«Se não existir lugar no vosso coração para aqueles que estão abaixo de vós, não haverá lugar para vós na casa que é de todos.»

Se o poder quiser tirar o país da estagnação e conduzi-lo a grandes passos para o desenvolvimento e progresso tem, em primeiro lugar, de criar nesse povo o sentimento de nação casa de todos e para todos. Tal, só o poderá conseguir pela cultura do povo frente à grandeza da nação e mais ainda face às suas sempre existentes fraquezas.

Mesmo num país, multimilenar como o nosso, não podemos ouvir, nos meios de comunicação o martelar constante de apelos e reivindicações de cariz corporativo. Elas, não passarão de uma afronta imprópria, aos mais desprotegidos.

Simplificando: «ouvir presidentes de sindicatos, bastonário dos enfermeiros, chefes dos guardas prisionais etc., etc. anunciarem a necessidade de aumentar os respetivos efetivos ou condições salariais/laborais sem assumirem a preocupação com na degradação nas reformas dos idosos, no elevado desemprego, na conjuntura económica fragilizada, com a morte contínua da nossa “sociedade civil”, por fim, sem a menor preocupação com as enormes fragilidades da nossa economia (potenciadora da criação de riqueza que pagará todas as necessidades do país e dos portugueses. Ainda, sem a noção de que sem dinheiro, as prioridades sempre serão para os portugueses, ou problemas nacionais em maior aflição. A defesa do mundo próprio de cada um ou do setor empresarial mais frágil, deverá sobrepor-se a tudo o mais.

A expressão viva da nação é a consciência dinâmica de todo o povo. É a prática coerente e inteligente de homens e mulheres. A construção coletiva de um destino supõe uma responsabilidade à altura da história. De outro modo, é a anarquia, a repressão, o aparecimento de partidos tribalizados, do federalismo, etc. O governo nacional, se quer ser nacional, deve governar pelo povo e para o povo, pelos deserdados e para os deserdados. Nenhum «leader», qualquer que seja o seu valor, pode substituir a vontade popular, e o governo nacional deve, devolver a dignidade a cada cidadão, povoar os cérebros, encher-lhe os olhos de coisas humanas, desenvolver um panorama verdadeiramente humano, habitado por homens conscientes e soberanos. Embutir-lhe a partilha das dificuldades, em conjunto com uma partilha de esperança que um dia chegará.

 

Mais sobre mim

foto do autor

Arquivo

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub