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O ENTARDECER

O ENTARDECER

UM PALÁCIO ENCANTADO

 

O tal palácio é considerado património nacional e a sua construção remonta a tempos desconhecidos. O mesmo acontece com o seu castelo. Lendas antigas relacionam-nos ao Almourol, Templários e Convento de Cristo. Incorporada no palácio existe uma linda capela com ricos vitrais. Entre um dos lados do palácio e o rio Tejo ficava um lindo jardim e ao lado deste, uma estufa com plantas exóticas e um labirinto.

A Páscoa era o ponto alto da primavera. Todas as famílias vestiam a sua roupa melhor e iam à missa na linda capela, que se enchia. Os donos conviviam com todos os trabalhadores e participavam com as crianças na festa da procura dos ovos de Páscoa escondidos nos arbustos da horta.  Havia ovos de todas as cores.

Aproveitando o labirinto existente, faziam-se jogos e distribuíam-se prendas pelas crianças presentes.  Nos campos já tudo era verdura e floria. Papoilas e malmequeres brancos e amarelos eram a perder de vista!  As roseiras enroladas às muitas árvores da avenida de entrada, eram muito bonitas e transmitiam-lhe um colorido vistoso e alegre!     

As cheias desapareciam lentamente

Aos poucos, as águas do rio deixavam de ser barrentas e tornavam-se límpidas. A sua torrente arrastava as ramagens dos salgueiros que assentavam na água. Adeptos da pesca à linha, vinham das terras vizinhas. Existiam também os outros, quase profissionais, que com os seus barcos pretos em forma de meia-lua percorriam o Tejo estendendo as suas redes.

Outros aprestos como os “covos”, etc. Ajudavam os pescadores a ganhar a vida. O peixe assim recolhido era vendido nas terras ribeirinhas que não eram abrangidas pela venda de peixe do alto-mar.  Algum tempo depois, outro evento anual fazia acorrer à quinta muita gente das redondezas. Falo da 5ª Feira da Ascensão ou “dia da espiga”. Vendedores ambulantes apareciam manhã cedo e montavam as suas bancas. Vendiam refrescos, pevides, tremoços, sanduíches, bolos etc. Outras pessoas vendiam os típicos ramos deste dia, chamados de “espiga”. No rio fragatas enfeitadas passeavam as pessoas, a troco de quase nada. Todos entoavam cantigas populares.

 

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