UM CALOR SUFOCANTE
Menos que nas redondezas, o calor era imenso. Sufocante!
O verão ia acabando e dando origem ao Outono com a azáfama das vindimas. Novamente os carros passavam pachorrentos transportando uvas brancas e pretas. Eram dias e dias com o mesmo ritual.
Na adega o trabalho era igualmente intenso até á fermentação completa do mosto . Depois eram as provas e envasilhamento do precioso liquido. O vinho da Cardiga era consumido e apreciado por todo o país, sempre rotulado com a Cruz de Cristo.
Sem se dar por isso já estávamos no Outono. O sentido decrescente que nos transmite esta estação , dá-nos alguma sensação de menos alegria ou mesmo alguma tristeza, são os motivos aparentes, outros poderão existir.
É certo que esta estação tem muito de verão e muito de inverno. De si própria tem o antipático cair da folha, os dias mais pequenos, a chuva, o frio.
A Quinta era invadida por ranchos de homens e mulheres vindas das Beiras para a apanha da azeitona, uma importante tarefa sazonal que punha de novo os carros a transportar toneladas de azeitonas para o lagar. Laborava por vários meses de dia e de noite.
O azeite produzido era de muito boa qualidade com consumo garantido.
Com a chegada da primavera tudo recomeçava... .