Talvez fosse o céu
Anjo Celestial
Comecei a pensar nisso mais tarde. Tentei dar uns passos e reparei que eu próprio andava de uma maneira mais leve do que acontecia na Terra. Parei de novo e olhei à minha volta. Havia espaços verdes a perder de vista. Por cima da minha cabeça, um enorme azul difuso e muito claro. A luminosidade era muito cheia de claridade mas pouco intensa. O silêncio era ensurdecedor! Julguei-me perdido e sozinho naquele espaço imenso. Mesmo na minha frente havia um caminho de terra batida, que curvava à direita. Ao levantar os olhos deparei com uma placa que parecia suspensa no ar, logo por cima da minha cabeça. Vi nela algumas letras ou simples caracteres cujo significado não podia entender. Desejei que pudesse lê-las em português. Instantes decorridos apareceu na placa o seguinte: “Casa do Saber”, com uma seta a indicar o caminho. Estranhei, embora pensasse ser possível eu próprio ter acionado a tradução, logo, a informação, desejada. Só podia tê-lo feito através do meu pensamento. Resolvi dirigir-me a outras placas, igualmente com letras estranhas, nelas inscritas. Não andariam muito longe de uma escrita, talvez, japonesa. Voltou a resultar e de novo apareceu na placa a indicação que eu queria: Zona dos Lagos.
Tomei a decisão de seguir em frente e, logo comecei a avistar uma casa enorme e de formas arredondadas. Tinha uma cor branca e sem brilho. Aproximei-me e, através de uma porta aberta, vislumbrei o que se estava a passar nessa grande sala. Muita gente estava sentada no chão que, até ali, era de uma matéria verde-claro, muito à semelhança da relva exterior. Alguns, poucos, permaneciam de pé, mas todos escutavam atentamente um orador. A maioria dos presentes era, ou pareciam ser, idosos em permanência, portadores de cabelos e barbas brancas, usando roupas claras, ao estilo dos nossos roupões. Os cabelos eram compridos, o que disfarçava qualquer distinção entre sexos. Ninguém parecia reparar em mim, o que me incentivou a entrar e sentar-me também no chão. Escutei atentamente, reparando que ouvia, em bom português:
“ Todos sabem os esforços que desde sempre esta Casa do Saber e, as muitas Casas da Pesquisa que existem neste nosso plano, têm desenvolvido, com a intenção de ajudar os nossos irmãos do planeta Terra, a solucionarem os muitos problemas com que se deparam, para conseguirem um nível de vivência com mínimos de dignidade. À nossa grande vontade de ajudar, juntamos a experiência do saber que fomos adquirindo na nossa existência, em dois planos de vida, numa existência universal.