Sinfonia Neoliberal
Nem Tanto ao Mar … … Agora é que é para dizer; "A culpa É TODA DO GOVERNO ANTERIOR"
No mundo da modernidade e da eficiência, um presidente de empresa recebeu um convite para uma audição da Sinfonia Inacabada de Schubert.
Como tinha compromisso anteriormente assumido, transferiu o convite para o segundo homem no “board”, pedindo-lhe um relatório da missão.
No dia seguinte recebeu um “paper”:
Durante períodos consideráveis, quatro músicos que tocavam oboé nada tinham para fazer. Eles podiam ser eliminados, donde: os custos seriam distribuídos e haveria mais lucro.
Quarenta violinos tocam notas idênticas. Um desperdício. Essa parte poderia ser drasticamente reduzida. Notou-se esforço desnecessário na execução de bemóis e sustenidos. Se o autor os tivesse suprimido, arredondando o valor de cada um deles pela nota mais simples (o si bemol seria apenas si e o dó sustenido seria ré), obter-se-ia considerável economia de meios e uma execução mais rápida e fluente. Não detectei nenhuma finalidade prática na repetição pelos metais dos mesmos temas já executados pelas cordas. Se essas passagens redundantes fossem eliminadas, o concerto poderia obter os mesmos resultados com a economia aproximada de 20 minutos, donde o autor, o vienense Franz Schubert, poderia ter completado a sua sinfonia “inacabada”. O relatório foi apresentado na reunião semanal da directoria sendo considerado no excelente. Na semana seguinte, o presidente do board foi surpreendido com a aceitação do seu pedido de demissão – demissão que ele não pedira. Um novo génio do neoliberalista ocuparia o seu lugar, justamente o segundo homem da empresa, autor do relatório sobre a peça de Schubert. No exercício seguinte, a empresa demitiu 3170 empregados, fechou 18 filiais espalhadas por 12 estados, numa licitação pública do Ministério do Ambiente, foi considerada a mais indicada para enlatar o ar da Suíça a ser vendido no Cubatão.