SEMPRE A PIOR
Como explicar o crescimento da dívida externa
Nacional desde 1996 – Ricardo Cabral
- Desde meados do século passado que Portugal nunca teve um excedente da balança de bens e serviços. E o défice comercial médio foi de 7,4% do PIB entre 1953 e 2010. Ora, para colocar a dívida externa numa trajetória sustentável, seria necessário que Portugal passasse a ter um excedente na balança de bens e serviços de cerca de 6% do PIB durante mais de uma Década e uma taxa de crescimento de 4% ao ano. É irrealista esperar, no âmbito da União Económica e Monetária e com as regras vigentes da Política de concorrência da União Europeia, que tal seja possível.
Há dados que sugerem que a má performance recente das exportações não é devida à alegada perda de competitividade internacional do país em resultado
da adesão ao euro, ao contrário do que aponta a generalidade dos observadores como sendo uma das
Principais causas da crise.
- Dívida externa elevada constitui um problema grave para qualquer economia porque tem duas características que a diferenciam de dívida doméstica: o pagamento de juros empobrece o país e essa dívida só pode ser paga essencialmente com Receitas de exportações.
- No caso português, para pagar a dívida externa integralmente o país teria de passar a registar substanciais excedentes comerciais durante mais de uma década, algo que Portugal nunca foi capaz de fazer desde, pelo menos, meados do século XX
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