RENDIMENTO DISPONÍVEL
Rendimento das famílias cresce (?), mas poupança continua a afundar-se.
O rendimento das famílias portuguesas cresce há quatro trimestres consecutivos, mas isso não está a impedir a poupança de renovar mínimos históricos. No último trimestre de 2015, voltou a cair. Desta vez, para 4,2% do rendimento disponível.
- Com estas previsões, ou outras, da taxa de Inflação para 2017, (valores entre 1,3 e 1,4), mais a taxa de juro zero, quem levou uma vida a juntar poupanças depositadas num banco, está em risco de ficar sem dinheiro!
- Como noutros Domingos, saí de casa para comprar o jornal. A média distância, avistei dois adultos na conversa, no meio do passeio. Dada a distância, só me ia apercebendo dos gestos largos, que ambos faziam. Aproximando-me mais, percebi que falavam de “ austeridade e rendimento disponível”. Percebi também, que falavam de juros e impostos indirectos! Isto, a propósito de um certo governante, a quem acusavam de “cheio de manha”, ter afirmado que o seu governo tinha aumentado o “rendimento disponível” das pessoas logo, ter com isso reduzido a “austeridade”.
- Um dos dois empertigou-se e exclamou: “ Mas o rendimento disponível” caiu.”
O valor que as famílias dispõem para afectar à despesa de consumo final ou à poupança, já depois de pagos os impostos).
Em boa verdade há políticos que utilizam as palavras, na convicção de que as pessoas não sabem o que elas querem dizer e de que todos são “burrinhos”. A manha está com eles, e sem cerimónia, calam até os jornalistas!
Vejamos; o tal “Rendimento disponível” é a importância que uma família tem para se governar, por exemplo, num mês. Esta importância, mesmo quando tenha aumentado, ela pode, em valor absoluto, ser inferior à mesma, do ano anterior.
A política dos governantes “manhosos” é de facto jogar com as palavras!
Mesmo esquecendo que alguns governos têm tratado muito mal os reformados, principalmente os reformados fora da função pública, aqueles que de facto as pagaram antecipadamente. Não esquecendo também, a taxa de inflação que deveria ter sido aplicada às suas reformas, e não foi! Este e outros factores, como a política de impostos (directos e indirectos), seguida ultimamente, atiram com o rendimento disponível para valores inferiores aos seus antecedentes homólogos!
LOGO, A AUSTERIDADE É SUPERIOR AOS ANOS ANTERIORES!
Por vias tortuosas, sem dúvida, mas é-o sem motivo para “manhosices”!