QUEM DIZ AS VERDADES INCOMODA
Incómoda, porque as pessoas não gostam de ouvir falar verdade, tão habituadas que estão às mentiras, Medina Carreira escreveu em 2009:
“Em 2009, continuaremos a ter a mesma economia que registou um crescimento anual médio de 0,9%, em dezassete dos últimos vinte e sete anos (1980-2007). E não é previsível uma modificação, para melhor, a partir de 2009. Efetivamente: 1) As circunstâncias em Portugal podem agravar-se, com uma legislatura mais curta, a ausência de maioria e divergências políticas mais acentuadas; 2) A crise internacional, de extensão ainda imprevista, tolherá o crescimento, aumentará o desemprego e poderá restringir drasticamente o acesso a financiamentos externos, único fator que nos tem permitido iludir os efeitos da debilidade económica e manter um nível de vida que é artificial e será insustentável nos próximos anos; 3) A proteção social ressentir-se-á, em função dos crescentes e inevitáveis condicionamentos financeiros; 4) O clima social degradar-se-á. Este é um quadro incompleto, mas provável. É o produto da mediocridade estabilizada da nossa economia, que agora só se agrava, devido às circunstâncias internacionais. Dito de forma mais crua: Portugal ficará outra vez entregue a si mesmo, sem sequer poder pretextar qualquer crise que disfarce as suas fraquezas. Não deve, por isso, manter-se a ilusão, pois os malabarismos nunca vencem as realidades. Sempre que assim se procede, aqui ou além, as coisas acabam mal.”
Nota- O “homem” acertou em tudo, até no aparecimento do Arménio Carlos e do José Seguro!