PARTIDOS E CANDIDATOS AUTÁRQUICOS
A antiga figura de um “Regedor” ou de um actual “Presidente de Junta”, deve ser de tal modo abrangente e neutral nas suas funções, que jamais deveria ser manipulada pelas esferas de acção de “grupos”, lóbis, ou mesmo, dos próprios partidos.
Manipular é exercer coacção, é retirar liberdade de expressão e decisão. Podem e devem, tais figuras, dialogar com o seu partido, certamente com o seu grupo também, como devem fazê-lo com toda a gente. Será o seu desempenho ao longo do mandato e a forma como a população o for apreciando, ou não, que o seu partido deve ter em conta, numa nova candidatura!
A opinião pública é a bússola orientadora. Opiniões avulsas ou envenenadas só devem ter um destino; o caixote do lixo. Infelizmente os partidos não funcionam assim. É criminoso que um autarca com o apoio total da população seja afastado por motivos políticos (quais?) pelo seu partido, da sua mais que justa reeleição, sempre que for o caso.
Tal só pode significar que “alguém”, ou algum grupo quereria que tal presidente não fosse um servidor público, mas sim, alguém totalmente dependente do partido (ou grupo), que o julga possuir! Isto é maquiavélico! Mafioso mesmo!
Representa tudo o que vai de mal no nosso País. Envolve o problema do financiamento dos partidos e a inerente corrupção. E muito mais do que isso! A falta de dignidade, também. Não ocupamos os últimos lugares no “ranking” da UE dos maus exemplos, por acaso. Estamos lá porque os caminhos que seguimos não são os melhores para o País nem para a nossa população.
Uma cadeira de política e civismo deveria ser leccionada nas nossas escolas. Porque Política e Civismo deveriam andar de mãos dadas desde os bancos da escola. E não andam! Se andassem, provavelmente, tudo mudaria para melhor. De “pequenino se torce o pepino, diz o povo. Leccionar valores indispensáveis a uma política transparente e não sectária é imperioso na formação de uma pessoa de bem. Leccionar o respeito pelo próximo também.
O Ensino só deveria ser leccionado por quem estivesse acima, bem acima, da corriqueira e baixa politiquice actual. Assim se mudaria o mundo e o nosso país. Infelizmente ensina-se alguma política em Portugal, mas leccionada por gente que não o deveria fazer.
Tem que haver outra política e outro sentido democrático, porque aquilo que que temos, não presta a título nenhum. Pergunte-se à população se querem esta ou outra política, mas, entretanto dêem-lhe garantias de que ninguém será perseguido por falar abertamente destes problemas.
Vivem as facções, grupos e tendências acomodados dentro dos partidos mas, de uma forma rigorosamente sigilosa! Porquê? O que é que se pretende esconder? Será que têm cobertura constitucional? Passam por legislação aprovada no parlamento e tiveram aprovação do Presidente da República?
Porque se castiga quem não esconde ou pactua? Castiga-se marginalizando! Cobardia. É isto que faz medo às pessoas. É isto, que as inibe de falar não só sobre os “lobbies”, mas sobre todo o edifício que está montado no sistema político! Há gente de mais a fingir que não sabe! Gente muito responsável, ou seja, gente que o deveria ser. De facto a nossa democracia está a transformar-se num gigantesco mensalão. Parafraseando outros tempos e outros lugares dir-se-á: “Já não há em Roma mais lugar para um bravo Romano” . Entretanto a bancarrota está-nos a bater à porta, quem a vai abrir? Quem anda metido em tudo isto é sempre candidato, é fácil perceber onde eles estão. Peçam sacrifícios a esses …..
António Reis Luz