Os carros de bois
O andar pachorrento dos carros de bois carregados de cereais indiciava o começo desse verão. Os boieiros, também eles pachorrentos, talvez por contágio, com o aguilhão e a espaços, picavam os animais com algum comprometimento. O trabalho da ceifa era feito por homens afogueados pelo calor intenso.
Era este o tempo das violentas trovoadas. Por vezes mais que uma por dia ou em simultâneo e provenientes de lados opostos. Os raios iluminavam o céu que antes se tinha tornado escuro. Por antecipação um homem, sempre atento, molhava o chão onde os pára-raios ligavam à terra.