O Projecto de Queijas
Alguns anos são passados desde o tão falado «Projecto-Piloto de Queijas», que muito contribuiu para o sucesso da reciclagem no concelho de Oeiras: contudo, e muito embora se tenha notado uma nítida melhoria de comportamentos, longe estamos, ainda, da situação ideal.
No ano em que a Estação de Triagem de Vila Fria foi construída, a autarquia levou a cabo essa mesma experiência na freguesia de Queijas, e que teve o intuito de perceber como reagiriam as pessoas à separação dos resíduos nas suas residências. Queijas foi escolhida por se tratar de uma zona populacional geograficamente bem delimitada, de características predominantemente urbanas.
Foram efectuadas sensibilizações "porta a - porta", editaram-se brochuras, colocaram-se cartazes, enfim, tudo no sentido de explicar à população dessa freguesia como separar em casa os resíduos, nomeadamente, em duas categorias: um saco azul (que era fornecido gratuitamente) que se destinava a receber as embalagens de cartão, plástico e metal, e um outro, preto, que se destinava ao restante lixo. As recolhas foram então feitas quatro vezes por semana, tendo a Câmara Municipal percebido, algum tempo depois, que a recolha deveria ser efectuada apenas uma vez por semana, já que os referidos sacos se apresentavam na recolha quase vazios. Reduzindo para um dia a recolha, a autarquia solicitou que as pessoas apenas colocassem os sacos na via pública, no próprio dia da recolha (5ª.s Feiras). Desta forma, conseguiu-se, por fim, bons resultados, tendo-se decidido então alargar o projecto a todo o concelho. Complementarmente a esta nova política ambiental, a autarquia entendeu sensibilizar os mais novos, levando a cabo um projecto de educação ambiental, que se estende até aos dias de hoje, e em que o principal objectivo é ensinar as crianças, de todas as idades, a separar os lixos convenientemente.
A continuação da aposta
A morosidade inerente a este tipo de mudanças leva a que, como seria de esperar, a autarquia continue a apostar fortemente nesta política, até porque os resultados são bastante satisfatórios, em termos globais. Daí que a Câmara Municipal tenha entendido que apenas um dia por semana para a recolha de material reciclável seria pouco, passando essa mesma recolha a ser executada, para além das habituais Quintas – Feiras e também às Segundas - Feiras. Esta nova campanha engloba jovens de diversas idades, designados "Eco -Conselheiros", bem como de um leque apreciável de material informativo, que vai desde a simples brochura até um spot publicitário. Estes "Eco - Conselheiros" têm a tarefa de informar os munícipes sobre como separar correctamente o material.
A política ambiental da Câmara Municipal de Oeiras desde cedo se pautou pela maior eficácia, relegando para segundo plano os custos. Um bom exemplo disso mesmo traduz-se nos famosos «Ecopontos», a que a autarquia não aderiu por inteiro, mesmo tendo em linha de conta que esses sistemas eram financiados por fundos comunitários, fazendo com que a maior parte dos municípios portugueses os adquirissem em grande quantidade.
Oeiras considera que o «Sistema de Ecoponto» não se enquadra na arquitectura equilibrada e sustentada de uma cidade, optando desde logo, por optimizar o sistema de recolha porta a - porta e dos respectivos sacos. Ultimamente, também se partiu para a utilização das denominadas «Ilhas Ecológicas» que, sendo também, um género de «Ecopontos», têm a vantagem de estarem enterradas, não constituindo barreira arquitectónica, embora tenham preços mais elevados.
Com este cruzar de políticas ambientais, os resultados têm vindo a melhorar consideravelmente. No entanto, ainda estamos longe do ideal. Acreditamos que com a continuidade desta política camarária e o esforço individual de cada um de nós, o futuro seja bem mais saudável