O MUNDO OCULTO
A expressão “Lóbis “, palavra de origem inglesa, só muito recentemente teve tradução para a língua portuguesa. A propósito desta palavra, volta a pairar a ideia de algo mais ou menos sigiloso, mas quanto ao modo de funcionamento e às técnicas prosseguidas, já o caso fia mais fino. Também quanto às finalidades da sua existência todos aceitarão que são as mais variadas, mas, em concreto tudo se torna muito mais complicado.
Os “lóbis”? São terríveis! São interesses ocultos! Bom, eles estão mesmo ocultos em Portugal. Bem poderiam estar à luz do dia, legalizados, e a servir os superiores interesses nacionais. Como em tudo o resto, existem os bons e os maus. Entre estes, muitos não andarão longe das associações do crime organizado do mundo económico – financeiro.
Quanto ao seu batismo com a palavra “lobby”, há quem diga que é fruto da sua atividade ser desenvolvida por representantes de interesses económicos junto dos políticos, nos átrios (lobbies em inglês) dos vários edifícios onde pontifica o poder. Também há quem lhe atribua outras origens, mais para o lado dos medonhos «lobisomens».
Conta-se que Ovídio, poeta romano, descreveu que Zeus procurou refúgio no castelo do tenebroso rei Lycaon. Este, de facto, tentou matá-lo, misturando carne humana no seu jantar. Zeus apercebendo-se disso, destruiu o castelo, exilou o rei condenando-o a passar o resto dos seus dias como lobo. Vem daí o fenómeno da transformação do homem em lobo, conhecido por licantropia. Durante muitos séculos as populações viveram atormentadas, acreditando na existência dos medonhos «lobisomens». Muita gente acusada de ser «lobisomem» foi, por isso, condenada à morte.
Em Portugal, todavia, o pavor continua entre as populações. É que anda aí por todo o lado um novo tipo de «lobisomens». Tão maus como os antigos.
Desta vez porém é mais complicado, porque estes existem mesmo.
São os homens que representam todo o tipo de interesses de forma oculta, ou seja, os lóbis – mais concretamente os «lobisomens». Estes cheiram a corrupção, negócios escuros, tráfico de influências, armas, droga e todo o tipo de interesses não legais. Todos sabem que assim é, mas dizem-no de forma tão vaga, tão genérica e sem provas, que o combate a esta praga fica por acontecer. Os nossos famosos comentadores de serviço nem querem ouvir falar deles, não vão eles tirarem-lhes o “ganchinho”.
Os “ lobis “, dá para perceber, que são conduzidos por pessoas colocadas nos lugares certos, a fim facilitarem, dificultarem ou até desviar o normal curso de certos processos em curso, de maneira a que as conclusões finais sejam aquelas que mais interessam a quem fomentou os ditos «lobis». É fácil destetar nas grandes empresas, universidades, bancos, seguradoras etc. quadros e administradores que estiveram em vários governos. Não certamente pela sua competência, mas por serem profundos conhecedores dos meios, dos processos e das pessoas que estão empossadas em lugares onde se tomam as decisões. Quem protege estas organizações e como elas ultrapassam o “Poder “ legitimamente constituído? Ou se entrelaçam com ele? Isso muita gente gostaria de saber e outros tantos fingem não saber!