O MESSIANISMO
"Para já, creio que o nosso Presidente não estava a falar de si próprio, porque é o único em que nas sondagens surge com níveis de popularidade absolutamente estratosféricos. Não sei [a quem se estava a referir] ", repetiu o líder do executivo.
António Costa advertiu depois que "é muito difícil interpretar a arte moderna e nem sempre é possível interpretar os discursos modernos". "Mas o Presidente da República ficará encantado em poder esclarecer sobre aquilo que lhe ia no espírito nesse momento", completou o primeiro-ministro.
Na primeira pergunta sobre como ouviu o discurso proferido pelo chefe de Estado, António Costa optou por recorrer ao humor junto dos jornalistas, começando por dizer: "Ouvi de costas, porque o Presidente da República estava atrás de mim".
Esgotado o momento de humor, António Costa esclareceu em seguida que estava por dentro das preocupações manifestadas pelo Presidente da República, já que o acompanhou recentemente na visita a França por ocasião das comemorações do centenário da batalha de La Lys, na I Guerra Mundial.
"Percebi bem então a ligação que o chefe de Estado quis fazer entre a tragédia da Europa há cem anos e aquilo que nós consideramos como um adquirido: A paz, a liberdade e a democracia. Mas a paz, a liberdade e a democracia não são um adquirido", vincou o líder do executivo.
Para António Costa, embora Portugal tenha já 44 anos de liberdade pós-25 de Abril, "importa continuar a trabalhar para que essa liberdade seja eterna".
"Como disse o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, este ano celebramos pela primeira vez o facto de a Constituição de 1976 já ter vigorado mais tempo do que a antiga Constituição de 1933 do Estado Novo. Este é um bom sinal sobre a vitalidade da democracia, mas temos de continuar a trabalhar para que este nosso regime esteja cada vez mais forte", insistiu.
Já sobre os fenómenos do populismo, António Costa admitiu que também a democracia corre riscos de adoecer, mas advogou que Portugal "tem encontrado bons antídotos". Neste ponto, o primeiro-ministro voltou a defender a importância de existirem sempre alternativas políticas em democracia, assim como o caráter fundamental de as promessas serem cumpridas.
"É importante que os cidadãos saibam que, quando estiverem cansados de uma solução política, têm outra alternativa para escolher. Mas também é importante que as pessoas sintam que o poder político as respeita e que os compromissos assumidos são respeitados. A ideia que se respeita os compromissos é essencial para dar força à democracia e confiança aos cidadãos - e a confiança é o melhor antídoto contra os populismos", acentuou António Costa.
Vamos esperar que esta Cultura do Messianismo alimente a criatividade e a inovação que geram novos empregos e novas empresas? Que crie um sentimento de pertença, reforçando a coesão da comunidade local? Que promova a regeneração urbana em estreito diálogo com o seu legado patrimonial? Que potencie o capital humano instalado promovendo uma cidadania activa e construtiva.
De todo o modo, usar métodos como “messianismo, populismo ou oportunismo, não passarão de armas de arremesso de líderes fracos! Porém, parece-nos que isto é andar para trás! Concluir seja o que for, parece-nos exigir um pagamento exagerado. E muito arriscado, num mundo novo!