“ O LODAÇAL DAS SUSPEITAS “
Na sequência do que ficou dito sobre o “ Sistema “ e os “ lobbies” , só pode restar para o país um clima de permanente suspeição .
Por exemplo a grande maioria dos portugueses acredita firmemente que a morte de Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e seus acompanhantes, não foi ocasional, mas sim provocada por um acto de sabotagem. Já lá vão mais de vinte anos e a dúvida permanece, e com ela aumenta a falta de credibilidade nos altos responsáveis e nas próprias instituições.
Alguém, talvez «lobbies», soube reter o andamento, há longos anos, deste caso que emocionou o país inteiro, tendo já provocado o encerramento do mesmo, como inconclusivo e prescrito.
Com o lançamento do livro “ O CRIME DE CAMARATE “ de Ricardo Sá Fernandes, em simultâneo, aparece outra grande notícia:
“ POLÍTICOS QUEREM JULGAR CAMARATE “
“Um abaixo-assinado pede a reabertura do inquérito ao desastre. Entre os subscritores estão vários membros do actual Governo. Os políticos são os principais subscritores do abaixo-assinado sobre Camarate: actuais e antigos membros dos governos central e regional, presidentes de Câmaras Municipais e deputados dos vários partidos políticos, com excepção do PCP. Além de Durão Barroso, Paulo Portas e Celeste Cardona, figuram na lista de assinaturas os actuais ministros das Finanças, Manuela Ferreira Leite, da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Felix e da Cultura Pedro Roseta. Também Alberto João Jardim, bem como o presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, e o ex-primeiro - ministram Cavaco Silva. Entre os deputados, destacam-se os do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã e Luis Fazenda, e do partido Ecologista Os Verdes, Isabel Castro. Mas figuram também vários parlamentares socialistas, como Helena Roseta e João Cravinho. As restantes assinaturas são de advogados, militares, médicos, empresários, artistas, jornalistas e presidentes de grupos de comunicação social.
Todos querem “ manifestar que, em face de todos os factos e testemunhos que (.....) se tornaram conhecidos, relativamente ao desastre de Camarate, consideram ser imprescindível a reabertura do processo e a realização do julgamento (.... ) com vista ao mais completo apuramento da verdade . “
Expresso 1 Junho 02