O Investimento produtivo
E a sua competitividade;
As deficiências sistémicas de um País qualquer, fazem com que produzir aqui, seja mais caro ou mais barato do que na grande maioria dos outros países que são nossos concorrentes. Por outro lado, a nossa moeda, valorizada por uma taxa de câmbio fora do ponto de equilíbrio, quando seja o caso, pode favorecer a importação e desmotivar as suas as exportações, tornando cada vez mais difícil a competição, tanto no mercado externo quanto no interno.
Essa falta de competitividade que um País imponha à produção nacional desanima os investimentos produtivos e é a principal causa da baixa relação entre o investimento e o Produto Interno Bruto (PIB). Isso faz com que o nosso “stoque” de máquinas e equipamentos seja inferior ao necessário para garantir crescimento sustentado e esteja com uma idade média que é praticamente o dobro da dos países desenvolvidos - duas condições necessárias para sermos competitivos.
O resultado é uma conjunção de baixo crescimento económico, como de fato, vem apresentando nos últimos anos, com perda progressiva de competitividade da nossa indústria. Pelas razões expostas, a indústria não tem reagido a estímulos pontuais, o que acaba por se reflectir em desindustrialização precoce, confirmada pela perda de peso da manufacturação no PIB, pelos resultados da balança comercial e pelo crescente défice em conta corrente.
Num próximo ano, seja ele qual for, terão de se tomar medidas para retomar o crescimento. Este, entretanto, só ocorrerá se, além de criar um ambiente macroeconómico favorável ao investimento, se finalmente atacarmos "o nosso custo, afim de reduzi-lo de forma contínua e sistemática, e ajustando o nosso custo, progressivamente, a um nível que permita à nossa indústria competir.
Caso sejam criadas as condições mínimas necessárias para a indústria voltar a crescer, é fundamental que os nossos gestores entendam que é o stoque de recursos produtivos - ou seja, o total de bens de capital e infra-estruturas disponíveis para cada trabalhador - o principal instrumento para aumentar, no curto prazo, a produtividade do trabalhador português, que é a responsável, no médio e no longo prazo, pela competitividade da indústria e pelo crescimento do nosso País.
Tudo o resto serão manipulações contabilísticas, mais ou menos envenenadas, sem garantias correctivas de um possível e muito pobre investimento nacional, que tanto pode ser benéfico como, na realidade, improdutivo! Poderemos ainda dizer, que enaltecer um qualquer “crescimento económico”, poderá não passar de uma simples falácia!