O ÍDOLO DA TERRA
Se quisermos associar o nome de uma pessoa ao da povoação de Linda-a-Pastora, a escolha só pode recair, obrigatoriamente, em Cesário Verde.
Este poeta constitui uma figura de grande referência para as gentes desta bonita povoação, mesmo tendo nascido em Lisboa. Tinha Cesário Verde apenas dois anos, quando a sua família optou pelo refúgio numa quinta desta terra, na sequência de uma perigosa epidemia que grassava em Lisboa.
Por aqui ficou o pequeno Cesário Verde na companhia de uma sua irmã, um ano mais nova. E de outros dois irmãos entretanto nascidos. Para frequentar a escola, este poeta deslocava-se diariamente a pé dali até à Cruz Quebrada onde tomava o “americano” até Lisboa. Os anos passados nesta terra deixaram em Cesário Verde marcas profundas e indeléveis, de tal forma, que manteve durante toda a sua vida uma íntima e marcada lembrança dos tempos em que viveu na companhia constante da natureza e do campo. Enquanto acompanhava a exploração agrícola que o seu pai fazia na quinta, foi desenvolvendo um espírito observador e atento a todos os pormenores do meio ambiente que o rodeava. Passados poucos anos, era ele próprio que orientava os negócios da quinta.
Cesário Verde foi e é, indiscutivelmente, a figura daquela povoação. Edificada nos socalcos da encosta de um monte elevado e pedregoso. Noutros recantos bucólicos deste lugar, descobrem-se muitos canteiros de flores e, aqui e ali, há muitos outros locais que convidam ao descanso e reflexão.