O BERÇO
QUE NUNCA ESQUECEMOS
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Esta Quinta é bem representativa da nacionalidade portuguesa na medida em que já existia quando se deu a independência de Portugal. Na Quinta da Cardiga, a poucos quilómetros da cidade de Tomar, em Portugal, encontrava-se um pequeno reduto templário. Em 1169, o primeiro rei português, D. Afonso Henriques doou-a aos Templários, para que estes ali erigissem um castelo e, segundo consta, assim o fizeram. Sucederam-se vinte e três Mestres na poderosa Ordem que ia somando terras e bens, na região de Soure e Pombal, que fora seu anterior território, na de Castelo Branco e Idanha, até ao Fundão e nesta de Tomar, com limites a sul na Quinta da Cardiga e no Castelo de Almourol – ao todo perto de 3700 quilómetros quadrados de domínio Portal Gótico –Palácio da Quinta da Cardiga
A Quinta da Cardiga, onde se encontra edificado um torreão do século XII (data da fundação da Nacionalidade Portuguesa) e posteriormente foi convento dos monges da Ordem de Cristo, é o local onde, á margem da corrente do Rio Tejo, o visitante poderá regressar aos primórdios dos seus antepassados. Extinta esta Ordem, o domínio passou para os Freires de Cristo, sendo sucessivamente doado a várias ordens até ao século XIX quando foi comprada por diversos particulares. A Quinta da Cardiga é hoje, apenas, uma das mais notáveis propriedades do País.
A Quinta, tendo pertencido aos frades do Convento de Cristo tem ainda hoje como símbolo da casa a Cruz de Cristo. O conjunto arquitectónico é interessante pela mistura de estilos, a que não falta uma torre e um portal manuelino. A Cardiga, com a sua sobranceira Torre de Menagem ainda estoicamente de sentinela é hoje uma das magníficas quintas com imponente solar como muitas outras do concelho, no reinado de D. Manuel I.
Mais tarde, tornou-se uma quinta modelo, situada no Concelho da Golegã, com casas de habitação e jardim, horta, capela, cavalariças, hipódromo, cocheiras, casas para criados, albergarias, lagar, oficinas e muitas outras dependências e actividades, como bombeiros, correio oficial etc.
Na abordagem desta Quinta, procura-se dar uma ideia clara do que foi a Cardiga durante e após o domínio que sobre ela exerceram duas das maiores Ordens Religiosas-Militares, que existiram no nosso país, os Templários e a Ordem de Cristo. A primeira, aquando da reconquista Cristã e a segunda aquando dos Descobrimentos. Porém, não deixará também de ser abordado o seu percurso até aos dias de hoje, como quinta. Os castelos da Quinta da Cardiga, juntamente com o castelo de Ozêzere, a torre da Atalaia e o Castelo de Almourol eram postos de vigia da milícia do Templo. Tal importância tinha a Quinta da Cardiga que em 1550, D. João III autorizou o seu irmão a proceder à mudança do percurso do rio Tejo, fazendo-o passar pela Cardiga.
Em 1580, Filipe II, vindo das Cortes de Tomar a caminho de Lisboa, descansou na Cardiga.
A capela da Cardiga oferece-nos um admirável retábulo de pedra figurando nela a Senhora da Misericórdia com o seu manto de pura feição renascentista.