O AVÔ
O avô, decididamente, não quis complicar mais as coisas ao neto que , já de si, estava completamente confuso.
Em boa verdade colocou o problema com toda a sua linearidade pois, certamente, se tivesse falado das grandes civilizações perdidas na voragem dos tempos e dos seus extraordinários conhecimentos e invenções que se sabe terem existido, o neto não teria coragem de avançar com qualquer idade possível para o avô.
Pensemos por exemplo que o avô o teria informado de ter sido concebido há 2100 anos um computador, ...... se não acreditam, vejamos :
“O feito que avançamos teve origem na antiga civilização grega como muitos outros ... a filosofia, o teatro, a cidadania, a democracia ou mesmo os Jogos Olímpicos.
Fazendo inveja ao famoso Bill Gates e com certificado de investigadores americanos e gregos foi descoberto um complexo mecanismo que alguns consideram o primeiro computador analógico da história. Datado de 87 a. C. foi descoberto em 1900 por um grupo de mergulhadores no mar, com os destroços de um navio romano naufragado. Depois de décadas de investigação para superar o estado de degradação que continha.
Ficou conhecido como Mecanismo de Antiquitera , ilha grega onde foi descoberto, e está apto para calcular informações astronómicas tais como : as fases da lua e os movimentos do sol e dos planetas, com os dados conhecidos na época. Incluindo mesmo, com enorme precisão o cálculo das irregularidades da órbita lunar e prever os eclipses solares e lunares.
Pode ser contemplado no Museu Nacional de Arqueologia de Atenas e uma sua réplica no Museu Americano do Computador, em Bozeman ( Estado de Montana), nos Estados Unidos.
Todavia, para além destas nuanças à linha do tempo e da história, uma das primeiras coisas de que tomamos consciência quando nos tornamos conscientes é da passagem do tempo", mas pela vida fora nunca temos uma noção exacta dela. Ela é realmente variável e influenciada por muitos factores.
A partir daí, o tempo é na nossa vida um rio, que corre sem cessar, com tempos de normalidade e outros de cheia ou mesmo de seca.
Ele, rio, também largo e profundo, e todos nós enquanto vivos, existimos no seu leito e no seu curso. Nós e todos os nossos ancestrais, mesmo os mais famosos como os construtores de Stonehenge, na Inglaterra, e das pirâmides de Kush, no Sudão, a legendária Helena de Tróia e a contemporânea Helen Hunt. Todos fazem parte do mesmo rio. O tempo para a maioria de nós é desprovido de interesse, sem peso ou textura próprios. Flui além do amanhecer do dia seguinte, do Ramadã e do Yom Kippur, de 1492 e 1822.
Consideramos, porém, o tempo como se fosse tão concreto quanto um Rolex de ouro. Organizamos e dimensionamos a nossa vida na sua conformidade. Comemorações e aniversários são claras indicações que nos dizem em que altura da vida nos encontramos. Consideremos os 50 anos de idade. Esse número redondo já atingiu as mais velhas de milhões de pessoas nascidas em 1956. Dos nascidos depois daquela data, milhares dobram a casa dos 50 todos os dias. Toda esta preocupação com o tempo alimenta uma industria fabulosa . Sessenta e cinco milhões de relógios são vendidos nos EUA todos os anos, de acordo com a Timex, e as pessoas que fabricam agendas vendem de 4 a 6 milhões de unidades em cada ano - entre agendas diárias a páginas de reposição para o ano vindouro.
E agora, ultrapassado o ano de 2000 e iniciado oficialmente o terceiro milénio no 1.º de janeiro de 2001, o tempo ocupou a nossa mente, os média e os eventos sociais, no último minuto de 31 de dezembro de 1999, nesses instantes o nosso coração bateu mais depressa. A Internet esteve recheada de sites relacionados com o novo milénio, de programadores de festas a produtos comemorativos. As nações insulares do Pacífico, Tonga, Kiribati e Nova Zelândia, todas elas reivindicaram para si o privilégio de ser as primeiras a assistir ao alvorecer do ano 2000, o melhor atractivo para os cruzeiros marítimos.