Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

O ENTARDECER

O ENTARDECER

MARIA DA FONTE

adaptação.jpg

A Rocha teve uma Maria da Fonte

 

No meio de tanto fervor pela Senhora Aparecida, começa a correr o boato de ter sido ela a divina anunciadora da queda da Constituição, proclamada, mas aborrecida para muitos.

O rei D. João VI vivia atemorizado, tanto no paço real como na rua, e a grande maioria dos crentes desejavam acreditar em alguma coisa muito forte que travasse os jacobinos.

A ordem de mandar a Imagem Aparecida para a Sé de Lisboa, local onde deveriam ir prestar-lhe a sua devoção, provocou enorme revolta. Uns números superiores a mil pessoas juntaram-se no Sítio da Rocha. Homens e mulheres em armas, repeliam o Juiz de Oeiras, as forças da ordem e o Intendente da polícia.

Por nada queriam deixar partir a Santa e o povo propunha-se desafiar até o exército.

O general Sepúlveda, herói do movimento constitucional, é mandado acalmar os rebeldes em fúria.

Da Cruz Quebrada, resolveu seguir, sem o seu esquadrão e somente acompanhado do seu ajudante, o alferes marquês de Fronteira.

Apearam-se, então, no adro da igreja de Carnaxide, na qual estava guardada em recato a Imagem da Senhora.

O juiz de fora estava fortemente guardado por um contingente de infantaria, quando se começou a ouvir um coro de vaias. Eram as mulheres quem mais protestava e como o general as tentasse acalmar, levou duas bofetadas da mão forte de uma mulher indignada. O sangue escorria do nariz do homem que havia feito a revolta do Porto e foi no meio desta enorme confusão, que a custo, a Imagem iniciou a sua caminhada para a Sé de Lisboa.

 

A Senhora da Rocha e os «Malhados».

Os acontecimentos da Aparição da Imagenzinha na Rocha, coincidiam com o inicio das atividades liberais em Portugal. D. Miguel e as infantas, iam regularmente venerar a Imagem no altar onde fora colocada. Constava que os jacobinos, vendo na Imagem a política, ficavam encolerizados.

As visitas à Imagem, assim como as ofertas que lhe faziam, não paravam de aumentar, dando azo a vingança contra os constitucionais.

Os "vintistas" chamavam de «megera» à senhora rainha e haviam de entaipar com pedras e cal o local da Aparição, o que mais irritava os simples devotos.

Portugal vivia com alvoroço, as lutas entre os dois irmãos, D. Pedro e D. Miguel.

  1. João VI iria morrer e os boatos propalavam que poderia ter sido envenenado, tudo isto agravado com a morte que se seguiu, do seu amigo e cirurgião, de nome Aguiar.
  2. Miguel, foi mandado regressar do seu exílio em Viena de Áustria, para subir ao trono.

Este jovem rei ao fazer o caminho entre Queluz e Paço de Arcos, onde ia encontrar-se com uma bonita jovem, ficou debaixo do carro que o transportava, por se terem partido os eixos numa curva em Caxias.

Com tantas preces em seu auxílio, depressa ficaria bom da perna.

As mulas que o puxavam eram pretas e brancas e os seus amigos, logo acusaram os animais de liberalismo!

A partir daí, os amigos de D. Pedro IV, ficaram conhecidos pela alcunha dos malhados.

 

Mais sobre mim

foto do autor

Arquivo

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub