GLOBALIZAÇÃO DO PLANETA
A questão da globalização do planeta – isto é, de pouco a pouco nos estamos a tornar numa aldeia global onde a variedade de culturas e costumes seria substituída por uma monótona e enfadonha padronização – é um problema que remonta ao início da idade Moderna (com o começo de uma economia à escala mundial), sujeito a uma evolução histórica cumulativa e, há quem o afirme, irreversível. Todavia, esta questão impôs-se de modo mais evidente na segunda metade do século XX, sobretudo após os anos 80, quando, com a afirmação do neoliberalismo, a Humanidade tomou consciência de quanto a economia se havia realmente mundializado.
De facto hoje em dia não há economias estanques. Expressões como “a indústria italiana” (ou outra) já não se referem, como antes, à indústria feita naquele país pelos seus nacionais, mas pode significar a indústria dominada pelo capital italiano produzido em várias partes do mundo, envolvendo técnicos e operários de várias nacionalidades. Nestes termos, uma crise na sede financeira adecta toda a empresa e as pessoas e economias a ela ligadas. Iniciado pela economia, o fenómeno da globalização só se tornou possível com o progressivo desenvolvimento dos transportes de pessoas e mercadorias – o que nos permite hoje, em algumas horas, viajar de um lado ao outro do planeta com custos cada vez mais reduzidos-, mas principalmente com a verdadeira revolução que, no século XX os progressos da eletrónica, da informática e da cibernética operaram nos meios de informação e comunicação a distância.
Com efeito, hoje em dia, o telefone móvel, as comunicações por cabo ou satélite e principalmente os computadores e a internet permitem, em espaços de minutos/segundos, contactos áudio e vídeo entre pessoas em qualquer parte do mundo. Estes novos meios de informação/comunicação, estabelecidos à escala mundial, criaram-nos a noção de um novo espaço, um espaço virtual, que já não se mede pelas usuais dimensões do espaço físico, e onde em muito pouco tempo qualquer um pode consultar informação, aceder À sua conta bancária, realizar reuniões online, gerir os seus negócios, conversar com amigos ou família, procurar distração… sem sequer sair da cadeira da secretaria do seu computador pessoal, esteja onde estiver.