FINALMENTE EM DECLÍNIO
FALA-SE DA CLASSE MÉDIA –
Daqueles que trabalharam duro toda a vida, para suportarem o final da sua existência e dos seus familiares. Aqueles que amealharam a pensar no dia de amanhã, estão a ver o seu pequeno pecúlio a ser desbaratado por políticos sem classe nem formação humana.
As suas reformas, depois da revolução de Abril e das nacionalizações, estão nas mãos de gente sem experiência nem respeitabilidade, elas nunca foram sequer actualizadas face à inflação e, por último, estão a ser saqueados nos juros devidos às suas pequenas poupanças entregues aos bancos.
Pobres, eles também não são, ninguém os considera como tal, por isso devem ser da classe média, assim se julga muita gente que não vive monetariamente angustiada.
Dizem que no período entre 1643 e 1715, em pleno reinado de Luís XIX, já se falava desta envergonhada classe média! Só muito raramente, alguém com instintos premonitórios, se atreveria a falar de um tal segmento social em plena ascensão, mas, com todos os condimentos para baquear em situações de grave crise financeira. Seria, no caso, a empertigada classe média, glosada até em peças teatrais; a propósito do seu destino oscilar entre uma forte ascensão e um mais que previsível declínio.
Hoje, muitos alertam que Portugal vive num ambiente propício ao surgimento de um novo Sidónio Pais montado num cavalo branco, populista e demagógico, que ponha em causa a nossa democracia, a dívida e a escandalosa cobrança de impostos, mais as cativações.
Por outro lado, "a classe média sempre viveu um pouco na fantasia de facilidade, mas sem conseguir consolidar-se do ponto de vista económico e até em termos de estatuto porque tem vivido muito à sombra do Estado social. Começa-se a falar da "ameaça de um empobrecimento repentino" e a armadilha do crédito fácil acabou por atingir a classe do meio, "as famílias ditas de sanduíche, que estavam acima do limiar de pobreza mas por causa do crédito à habitação, da crise financeira e da incompetência dos políticos, já vinham tendo menos rendimento disponível do que as pobres. Os devedores bramam em pânico: eu gostaria, que me explicassem como é possível continuar a gastar e a pagar, quando já se está endividado até ao pescoço…
Para um governo arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele vai continuar a endividar-se… Muitos Estados o fazem! A austeridade tão criticada para ganhar votos, aparece repleta de pujança!
E quando um governo já aprovou todos os impostos imagináveis, que fazer? Não podendo sequer, lançar mais impostos sobre os pobres. E sobre os ricos também não! Eles parariam de investir. E um rico que investe faz viver centenas de pobres.
Então só visionaram uma solução e nem olharam para trás! “Temos uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalharam sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Formam um reservatório inesgotável. É a classe média! Finalmente em declínio …”
Depois disto, esta classe política, que não tira um tostão do seu bolso e consegue a pior das igualdades:
“Acabar com a classe média”. “Todos pobres, todos iguais”.
O sonho concretiza-se: igualar toda a gente na miséria! Aqui temos o socialismo no seu pior!