ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO
INTRODUÇÃO - Vogando entre o real e o imaginário...
Convido os meus leitores, a sempre que pegarem neste livro, se sentirem como se estivessem a vogar, não na água mas sobre ela.
Podem imaginar um rio, daqueles com água muito transparente e fria, naturalmente pouco profunda. A sua torrente vai esbarrando, nas imensas pedras espalhadas no leito, sem que a água nunca as cubra. A leveza que vos proponho, física e mental, vai permitir, que saltemos de pedra em pedra, quase sem nelas fazer peso. Sempre que o nosso pé toca numa pedra, pisamos a realidade. Enquanto saltamos, percorremos o imaginário.
No livro que temos em nossas mãos, as pedras são as notícias de jornais que transcrevemos. Não houve qualquer preocupação em escolher entre os vários tipos de periódicos disponíveis nas bancas de venda. O trabalho foi imenso e consistiu na recolha de artigos que servissem o fim em vista. Não foi fácil, pois em regra, os jornais ou revistas não abordam o tema que considerei necessário.
Foi preciso gastar muito tempo e ter imensa paciência na sua escolha e leitura.
Com a publicação deste livro o autor pretende somente levar as suas dúvidas, sobre a sociedade em que vivemos, até às pessoas que, como ele, não têm acesso a todo um mundo que se presume existir, pelas contradições visíveis, inexplicáveis e frequentes, que qualquer observador atento pode detectar, diríamos, no seu dia-a-dia, com um pouco de espírito de observação.
Quem ouvir os noticiários, ler os jornais e alguns livros e for ouvindo os telejornais, procurando estabelecer uma relação entre as notícias, depara certamente com acontecimentos aparentemente sem lógica, mas que se percebe não acontecerem por acaso, tal o grau de eficiência que existe na sua execução.
É como se um conjunto de pessoas, não expostas, mas muito influentes, através de um complicado sistema de cordelinhos conseguissem encaminhar todos os acontecimentos a seu belo prazer, supõe-se também que com vantagens próprias asseguradas.
Provavelmente tudo não passará de simples coincidência, ou mesmo pura alucinação, com certeza provocada pelo “stress” com todos os seus efeitos colaterais geradores de desconfianças, fraquezas, mal entendidos e especulações, mas mesmo assim vale a pena pensar, evitando a castração do melhor que Deus nos deu, que foi o pensamento.
Naturalmente que se forem coincidências também não vem grande mal ao mundo, estaremos então a entrar no campo da pura ficção, que de certo modo nos fará esquecer outras preocupações mais reais e nefastas para a nossa saúde e bem-estar.
É aqui que entramos na levitação, atrás mencionada.
Contudo, para que todo o trabalho se processe com a máxima lisura, o autor vai manter a constante preocupação de ilustrar os factos com notícias que se foi habituando a coleccionar e guardar em seu poder.
O cuidado foi ao ponto de, para o mesmo tipo de notícia, o autor dispor de várias fontes de informação, no mesmo sentido, e até no sentido contrário. Existiu igualmente a preocupação de fazer análises diferidas no tempo e verificar com esse método a erosão ou sedimentação verificadas por esse efeito.
O autor acredita que com este trabalho pode provocar algum efeito dominó, que seja benéfico para a sociedade em que nos inserimos, sem excepção de pessoas ou grupos, pequenos ou grandes, pois a intenção não é, nunca poderia ser, modificar o tipo de sociedade ou economia em que já vivemos, pois desse ponto de vista existe a convicção de que estamos no bom caminho. De uma pedrada no charco, espera-se sempre, que o agitar das águas produza resultados positivos e não que algum peixe seja atingido.
Uma última preocupação do autor vai acima de tudo na procura do exacto significado de várias palavras, ou expressões, que, por muito utilizadas, deveriam ter um significado mais transparente, logo menos dúbio, de maneira a produzirem junto dos milhões de consumidores de informação um estado de alma mais impregnado de tranquilidade e, sobretudo, isento de desconfiança. Recordem-se de uma expressão muito utilizada pelo antigo primeiro-ministro Prof. Aníbal Cavaco Silva, quando se referia às dificuldades que lhe eram sub-reptíciamente criadas, “