E O NOSSO BODE EXPIATÓRIO?
Não adianta querer esconder o ou, os, responsáveis, por desastres, ofensas, prejuízos ou até descalabros nacionais. Mas muitas vezes isso acontece de uma forma chocante, a figura do bode expiatório aparece carregada ás costas de um pobre diabo, para encobrir os verdadeiros responsáveis!
Nos últimos tempos tem-se usado e abusado de uma expressão carregada de malvadez.
Referênciamos a expressão dirigida a alguém de uma forma extremamente injusta:
" A culpa é do Governo anterior"
O tema é usado com regularidade nos dias de hoje: quando, por exemplo, uma professora chama a atenção de um aluno galhofeiro por causa de algumas tropelias na sala de aula e a primeira coisa que ele responde é “não fui eu senhora professora”. Então, a culpa da bagunça recai sobre aquele estudante que geralmente é mais ingénuo ou mais discreto da turma. São, em situações como esta, que os bodes expiatórios costumam aparecer.
O bode expiatório é o alvo favorito dos zombeteiros e daqueles que querem fazer alguém se submeter ao ridículo, recebendo arbitrariamente as culpas pelos erros dos outros, explica o escritor e professor Ari Riboldi no livro "O bode expiatório".
Porém, vem de muito longe o uso desta simbologia:
“Mas o bode, sobre que cair a sorte para ser bode emissário, apresentar-se-á vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele, a fim de enviá-lo ao deserto como bode emissário” (Lv 16.10).
No Dia da Expiação, conforme Levítico 16, um bode era sacrificado como oferecimento pelo pecado. Sobre a cabeça de outro bode, a ser enviado ao deserto, fazia-se a confissão de pecados.
“O primeiro bode era morto e o seu sangue, derramado (Lv 16.15), representava a morte substitutiva de Cristo e o derramamento do Seu sangue por nossos pecados. O sumo-sacerdote tinha então de tomar o bode emissário, confessar os pecados de Israel sobre a cabeça daquele bode, e enviá-lo para o deserto. Isso representava o efeito de levar embora, para sempre, os pecados de Israel, e simbolizava a obra de Cristo, que era levar para sempre os nossos pecados, como Isaías profetizou: “Mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). Os vários aspectos da obra de Cristo na redenção são simbolizados pelo que os dois animais desempenhavam no Dia da Expiação, cada um com o seu papel” (Norman Geisler).