CONHECER E GEMINAR
É esta a ideia que preside ao movimento de geminação de cidades ou vilas, que despontou na Europa pouco após a segunda guerra mundial. Atualmente, a geminação aproxima municípios, cidades e vilas de toda a Europa, unindo-os numa densa rede de cidadãos.
É também um conceito através do qual cidades ou vilas de áreas geográficas ou políticas distintas criam laços a vários níveis, sobretudo a nível cultural mas também económico ou outro.
Abre vias para conhecer melhor a vida quotidiana dos cidadãos de outros países, trocar ideias e experiências, desenvolver projetos conjuntos, sobre questões de interesse comum.
A geminação de cidades e vilas caracteriza-se por um empenho significativo por parte dos cidadãos, podendo, pois, conferir um impulso importante ao desenvolvimento da cidadania europeia e mundial.
O Homem está agora a descobrir que o Mundo é global, aquilo que as aves, os peixes e os animais sempre compreenderam!
Não posso esquecer a rica experiência de quando liderei a elevação de Queijas a Vila e, hoje, sabendo que não podemos nem iremos ser elevados a cidade, imagino outros caminhos de manter a minha terra no mapa e alargar a sua imagem.
Em viagem pela Galiza e quase dormitando num autocarro, vi na berma duma estrada uma tabuleta indicando uma localidade chamada Queijas, tal e qual!
Passou-me logo pela cabeça poder ser uma oportunidade de aproximar as gentes da minha terra com os povos galegos, historicamente enraizados connosco. De criar redes autênticas e não forjadas. Redes que reúnam coletividades regionais e locais e intervenientes também na economia social.
Lembrei-me dos “Caminhos de Santiago” e visionei o Santuário da Rocha, vi o mar e as bacias de Vigo ou da Corunha ferventes de atividades de pesca tradicional, marisqueira e de aquicultura marinha... ocupando 4,1% das pessoas ativas, ou seja, 45 mil pessoas.
Na Galiza mais de 13.000 pessoas trabalham no cultivo do mexilhão etc.!
Lembrei-me do estuário do Tejo (Lisboa, Oeiras e Cascais) e numa oportuna aposta pela criação de emprego na pesca tradicional, marisqueira e na aquicultura, perfeitamente conciliável com a atividade turística. Depois de despoluída toda a bacia.
A aposta, certa, de Oeiras na área dos serviços podia ficar reforçada pala diversificação. A Galiza é hoje o principal destino das exportações portuguesas”, “ Nos primeiros 11 meses do ano passado, Portugal exportou mais de 1750 milhões de euros para a Galiza”, A Galiza tem hoje uma enorme importância estratégica para o comercio externo português”, “ 507 milhões de euros entraram em Portugal vindos da Galiza nos últimos 14 anos” !
Mais, calcula-se que mais de 30 mil portugueses trabalham do outro lado do rio Minho.
Imaginei logo intercâmbios escolares, a geminação de dioceses, acordos de cooperação cultural e porque não, a geminação das duas Queijas.
Busquei de novo informações deste “pueblo” e fiquei a saber tratar-se de uma localidade pequena, mas muito bonita, envolta em “ turismo rural” e situada muito perto da Corunha.
Para o topónimo da nossa vila de Queijas fala-se de 4 possíveis explicações e bastante diferentes umas das outras. Uma delas julga-se oriunda do castelhano ou do Espanhol como se diz mais vulgarmente. Assim, em castelhano, os substantivos comuns "quexigo, caxigo, e cassigo", referem-se a uma espécie de carvalho. Ora, esta árvore, geralmente, cresce em serras, montes e zonas pedregosas. Como Queijas se situa num local elevado, é possível que o nome venha daí.
Será que para o topónimo do “pueblo” da Corunha a explicação também radica nesta hipótese?
Com geminação ou sem ela, importa fazer crescer e engrandecer a tal rede de cidadãos e no caso de Queijas, do concelho de Oeiras, precisamos que esta terra tenha mais vida própria e par tal mais desenvolvimento económico. Porque não, nos poucos terrenos ainda disponíveis em Queijas, alguns com vista para o oceano, fazer nascer um polo empresarial que traga emprego local?