COMPORTAMENTO POLÍTICO
DOS CIDADÃOS NAS CAMPANHAS
O mais importante de um novo TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação ) é, sem dúvida, o desempenho da Internet. Porque combina a componente audiovisual, com as formas dos tradicionais meios de comunicação, jornais e televisão, e a interatividade e a rapidez do telefone, a Internet está-se a tornar o mais importante meio de comunicação deste século.
Só recentemente é que uma eventual relação causal entre a participação política e o desenvolvimento da Internet tem sido alvo de investigação científica. Isto é compreensível, dado que o fenómeno da Internet é também recente. Por ser recente, não abundam dados estatísticos, sobretudo dados que permitam estudos temporais. Em Portugal, é ainda reduzido o número de estudos empíricos sobre a participação política e, em especial sobre a influência das novas TIC no comportamento político, nomeadamente participação eleitoral.
Este reconhecimento, deve ser acarinhado e estimulado, aos políticos e eleitores, sem constrangimentos, de modo a poderem trazer às campanhas eleitorais, aquilo que lhe tem faltado. Ou seja, o cidadão e o político saberem enquadrar-se em cada ato eleitoral, por aquilo que ele é: Presidenciais, legislativas, autárquicas e mesmos nos referendos. As variáveis mais importantes na explicação do comportamento eleitoral dos cidadãos nos diferentes países, e nos diferentes níveis de Governo. Estudos recentes sugerem que as mudanças no TIC podem assumir um papel importante no que se refere ao comportamento político dos cidadãos.
Analisemos assim, um episódio real (aleatório),relatado em vários jornais ‘rádios e televisões na pré-campanha em curso:
“ Minutos antes o líder da coligação Portugal à Frente, foi confrontado por uma reformada da Função Pública, que esperou o chefe do Governo mais de uma hora para exigir o fim dos cortes nas pensões. O líder tentou responder: “já não há cortes nas pensões”, mas Augusta (nome fictício) “reformada por doença” e diabética, não desarmou. “Fui obrigada a pagar IRS com uma pensão de miséria” queixou-se. Sem esquecer o aumento das taxas moderadoras e a descida na comparticipação dos medicamentos.
PC defendeu-se com a “herança do PS”, e com a isenção das taxas para os doentes crónicos, mas não convenceu a pensionista que até defendeu JS ex-governante e detido em prisão domiciliária: “Não é um bicho mau não pode pagar por tudo”.
Torna-se evidente de que as questões apresentadas aos candidatos pelo simples cidadão, devem começar por levar em conta a finalidade da eleição em si mesma. Nas legislativas, será muito egoísmo colocar-se questões meramente pessoais. Justificam-se sim, questões com carácter geral. Os comportamentos e decisões de um futuro PM, irão ser pautados, exatamente, não por um cidadão, mas pela média de todos eles. Questões individuais, terão mais aceitação e lógica, em campanhas autárquicas.
Será, certamente pela educação sucessiva, dos cidadãos eleitores nos seus comportamentos políticos, ou seja, no voto e numa crítica, como um todo, e não pelos seus interesses pessoais. Para se educar um povo, a comunicação social é fator determinante, para tal, nos períodos de campanha eleitoral deve haver mais liberdade individual para que todos falem e pensem por todos os cidadãos, e não por si próprios. Acima de tudo, não se devem deixar manipular pelos partidos, porque desse modo estão a forçar uma opinião partidária que pode não ser aquela que melhor serve os interesses da comunidade, no seu todo. Um sentir esclarecido de uma maioria, é sempre a melhor solução eleitoral.