CLASSE MÉDIA SACRIFICADA ?
Desde 2000, a carga fiscal sobre famílias de rendimentos médios subiu 20%, o dobro do cobrado às mais ricas, segundo a Deloitte.
Sobretaxa e novos escalões deverão aumentar o fosso.
Porquê a classe média? Se ela não justifica a sua existência, então que haja coragem de lhe pôr um fim! Privilégios não.
Portugal já gastou 13 mil milhões de euros a salvar bancos! A maioria dos portugueses da classe média, fizeram poupanças que depositaram nos bancos portugueses, e deles não estão a receber praticamente um "tostão", se tivessem recebido teriam de desenbolsar para o Estado, mais e mais impostos! Entretanto os gestores nomeados auferem vencimentos escandalosos!
A escolha do IRS como motor da receita fiscal para 2013 não foi difícil. Era a única que o ministro das Finanças, Victor Gaspar, detinha para tentar evitar uma queda maior na cobrança de impostos no próximo ano.
Em Portugal, só três impostos contam verdadeiramente para a receita fiscal: o IVA que incide sobre o consumo, o IRS sobre o rendimento, e o IRC para as empresas.
Estas três rubricas representam hoje quase 80% da receita fiscal. Ou seja, quando é preciso subir a carga fiscal para corrigir o défice orçamental é aqui que os governos se centram.
Porém, como VG descobriu este ano, a margem é escassa: O IVA há muito que atingiu a “fadiga” fiscal e o IRC está tão desajustado da realidade empresarial portuguesa que 80% da receita deste imposto vem apenas de 10% das empresas. Sem IVA e IRC, havia apenas o IRS, o único imposto cujas receitas estão a aumentar este ano: mais 13,7% entre Janeiro e Agosto face ao mesmo período de 2011, um encaixe extra de 600 milhões de euros.
A autorização dada pela Troika para que o ajustamento das contas públicas em 2013 fosse feita pelo lado das receitas e a constatação de que o IRS é o único imposto com dimensão suficiente e com uma evolução positiva, levou o Governo a centrar o foco neste imposto. Sem dúvida alguma a classe média é a classe mais atingida pelo aumento da carga fiscal em 2013.
O debate sobre a definição de “classe média” foi suscitado depois de o governo anunciar uma “descida de impostos para classe média, e o agravamento para os rendimentos mais elevados”.
Os números agora divulgados pela Autoridade Tributária pretendem travar a polémica, mas revelam um país claramente empobrecido, ainda que à margem destes números estejam rendimentos não declarados ao fisco.
Encontrar dados estatísticos quanto ao local onde os membros da classe média trabalham, parece ser bem mais difícil!
Os impostos directos sobre a classe média descem em 2016. Mas não de forma homogénea. O que é a classe média? Quanto ganha? Que impostos paga? Você ganha mais ou menos que a maioria dos portugueses?
Números publicados e calculados a partir dos rendimentos colectáveis, que serve de base para a cobrança de impostos, revelam que 90% das famílias portuguesas têm rendimento inferior a 1.500 euros mensais.
Enquanto isso, no CM de hoje (02-04-2017), ficámos a saber que 330 mil funcionários públicos vão subir na carreira! Quanto a “carreiras”, apetece perguntar: que carreiras têm os trabalhadores fora da FP? Carpinteiros, serralheiros, motoristas, electricistas etc. Quem os resguarda de qualquer despedimento? Férias ficam-se pelo mínimo e quanto a progressões, nunca ouviram falar de tal! Dá a sensação de que em Portugal existem dois mundos muito difewrentes!
Parece que haverá aumentos superiores a 50 euros mensais na FP (CM 02-04-2017). Com que moral se destrói reformas conquistadas em largas dezenas de anos de trabalho, nunca actualizadas (inflação), pagas pelos trabalhadores com o dinheiro ganho a trabalhar e pelo patrão reduzindo os seus ganhos empresariais?