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O ENTARDECER

O ENTARDECER

CIDADÃOS INDEPENDENTES

 

Já havia sido, segundo parece, por influência de Jorge Sampaio, que foi legislado o recurso aos grupos de cidadãos criarem Movimentos de  Independentes nas eleições autárquicas. Muita gente acreditou, muito sinceramente, que a abertura às candidaturas de INDEPENDENTES, poderia vir a refrear este terrível salto do país para o abismo, em consequência da desastrosa atuação dos partidos e políticos.  
Haverá quem chama a isto o "Bota-Abaixo". Antes fosse.    Porque se o fosse, o povo não falava do “sistema” quando se refere ao poder paralelo a que muita gente dá apoio, ingenuamente, ou não. Mesmo quando se fala de grandes interesses pessoais ou de grupos pecaminosos, também de pequenos favores, que vão minando a credibilidade dos que andam na política e a esperança do povo!
Mesmo quando se referência gente infiltrada nos sindicatos, nas empresas, na Administração Pública, nos partidos, nas escolas, no futebol, nas igrejas, etc., enfim, onde quer que as pessoas se assumam como uma divindade de dupla polaridade! Tal polaridade corrói os princípios basilares de uma sociedade democrática e os valores que se julgam inerentes a uma humanidade digna. Constituem-se, ainda, numa perigosidade, terrivelmente devastadora, montando todo o tipo de corrupção e ilícito. Atropelamentos cívicos e até crimes de vária a ordem! Era a toda esta situação nebulosa que, certamente, o legislador quereria combater ao elaborar a lei dos eleitos independentes! Melhor dizendo, pôr as autarquias a funcionar com gente fora dos partidos, porque essa, dos partidos, são o ninho do mal-amado sistema.

 

Há militantes dos partidos fora do sistema, mas há independentes a coberto e a soldo do partido e do seu sistema. Há gente que de fora, domina as eleições em que votam os que estão dentro do partido! Afinal, que moralidade há nisto? Independentes e partidos estão  entrelaçados. Salta à vista, mesmo para quem não quer ver! E, se por acaso algum independente, que é mesmo independente, é empurrado para liderar um Movimento de Independentes, não tarda a ser, oportunamente, escorraçado pelos independentes que afinal não o são. Será que isto é democracia? Claro que não. É uma grande confusão. Mas é assim mesmo. Então, sendo assim,  porque é que todos se calam e acomodam? 

A resposta não é oportuna. 

Porém, é na vida autárquica que o sistema se mostra mais de perto aos cidadãos, e onde os políticos de serviço, são escrutinados diariamente por estes. É aqui que, sem ler os jornais, ou ouvir os telejornais, muito antes disso, o povo detecta os mínimos sinais de riqueza exterior nos políticos de proximidade. É aqui que o mesmo povo se interroga da razão de certas pessoas, vestidas de políticos, independentes ou não, sem ou com méritos abonados, constarem sempre das listas eleitorais. Curiosamente, muitas vezes, sem assumirem a liderança! São os segundos planos. Esses são os piores! Cuidado, com o número de mandatos que eles fazem!

 

Assine-se o necessário decreto para acabar com os independentes a mandar no sistema e nos partidos. De fora para dentro ou no sentido inverso.

 

Não baralhem mais a cabeça do pobre eleitor. Tudo isto se passa mesmo à frente dos seus olhos! Na mesma terra onde todos se conhecem! Três tipos de candidaturas são, hoje,  possíveis! Partidos, Coligações de Partidos e Grupos de Cidadãos Independentes. Chegados aqui será obrigatório perguntar; qual a diferença entre um partido político, uma coligação ou um movimento de independentes? Qual a vantagem do aparecimento destes últimos? Considerando a sua interligação com os partidos?

 

Para quem acreditou que os Independentes fariam a diferença, para melhor, e forçariam os partidos a uma desejável mudança de comportamento político, resta-lhe a desilusão.  Tirando um ou outro caso, os independentes, nada trouxeram, antes pelo contrário, deram cobertura aos descontentes partidários e tornaram-se simples prolongamentos dos partidos! Ou seja, as listas de candidatos independentes foram ocupadas por gente afecta ao sistema! E só! Não a independentes, muito ou pouco independentes! Está a acontecer, até, que há grupos independentes que já dominam os partidos por dentro, situando neles, gente antecipadamente “comprada” em posições de elegíveis! Ganhas as eleições, juntam-se aos independentes, com o apoio do líder independente eleito presidente de Junta ou Município! Depois é somar e dividir. Este último patamar do descrédito partidário é um enxovalho para a política e respectivo sistema. Que mais estará ainda para acontecer?

Tudo piorou, porque em vez de o sistema viver das sensibilidades dos partidos, passou a viver das sensibilidades de um grupo independente que gira, obrigatoriamente, em função de um líder forte, carismático e populista. E só dele!
É este líder que vai comandar uma câmara, uma Junta e, praticamente sem oposição, estabelece uma indesejável promiscuidade entre órgãos que por lei são independentes ! Câmaras e Juntas ! Órgãos totalmente independentes.
.
Forçoso será concluir que, os auto proclamados movimentos de cidadãos independentes, de independentes nada têm !
Nunca irão melhorar o desempenho dos partidos por estarem inquinados das mesmas maleitas !

Aproveitem-se as próximas eleições para acabar com os actuais Inependentes, e depois de ser devidamente repensada a nova lei a aprovar,  sem pressas, reiniciem-se então, estes movimentos.

Se o não fizerem, a abstenção vai disparar.

Talvez com um pouco de atenção, os leitores possam descortinar algum caso evidente, no concelho de Oeiras, daquilo que se acaba de explanar. Depois é só pensarem um pouco e concluirem ! Caso único. Para meditarem. Ou és dos meus ou sais. Mesmo Independente!


De facto os movimentos independentes servem pessoas não a população.  As suas associações  são "Um Nado - Morto". O futuro vai demonstrá-lo.
O  sistema não perdoa aos verdadeiros independentes, os outros, mais dia menos é vê-los a falar alto ! Sozinhos, estão ainda, mais à vontade ! Livres como passarinhos.

 

 

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