CHEGADA A NOITE
Os trabalhadores na QUINTA
À noite, todos se apressavam a pôr ao lume o seu pote de barro com três pés. Estavam pretos de tanto ir ao fogo. Depois, iam vagueando entre um banco e a chaminé, espreitando, se os poucos feijões já se podiam comer. De vez em quando tiravam dos alforges pendurados na parede, um estreito tubo de vidro com azeite, e deitavam no pote umas poucas gotas. Mexiam, o magro sustento com colheres de pau, após o que provavam. Voltavam a tirar dos alforges uma colher muito gasta, e segurando a cabeça com uma mão, lá iam comendo com a outra.
Quase não falavam. Quando acabavam, seguravam a cabeça com as duas mãos e ficavam imóveis até se irem deitar. Talvez estivessem a pensar na vida e na família que estava longe. Mais tarde, lá iam nos seus tamancos feitos de madeira, até ao dormitório.