ATRÁS DO POPULISMO
O nome do fadista Tristão da Silva foi atribuído a um jardim de Lisboa sem o conhecimento da viuva, que agora contesta a decisão camarária. O que a Câmara Municipal de Lisboa entendeu ser uma homenagem ao artista - a quem chamavam “o miudo do Alto Pina” – constitui uma desonra aos olhos de Graciete Tristão da Silva, favorável a que o nome do falecido marido figurasse numa artéria de Queijas, área da última residência daquela.
A falta de comunicação entre parentes por afinidade parece estar na origem do imbróglio que envolveu a autarquia. Com efeito, a proposta original apresentada pela Junta de Freguesia do Alto do Pina e pelo filho do primeiro casamento do fadista, Tristão da Silva Júnior, acabou por ser aprovada em reunião da Câmara Municipal, sem que se soubesse da existência da segunda mulher de Tristão da Silva e da filha Fátima.
“ O erro não é nosso. O filho nunca disse que havia uma viuva ou que tinha uma irmã”, explicou ao CM José Martins, assessor da vereadora Ana Bettencourt, esta responsável pela apresentação da referida proposta perante o executivo camarário.
Em consequência, o Jardim Tristão da Silva, junto à Rua Aquiles Machado, na Picheleira, foi inaugurado a 18 de Julho. A viuva soube da notícia pela televisão e ficou chocada. Logo pediu explicações aos serviços da autarquia que depararam com um caso inédito: alguém contestava a utilização do nome de um familiar na toponimia de Lisboa.
Sentindo-se ofendida, a viuva de tristão da Silva não desiste de fazer reverter o processo. “Aconselhamo-la a elaborar uma exposição dirigida à vereadora, acompanhada da certidão que prova o casamento, mas, juridicamente, não sabemos que resposta pode existir para este caso”, admitiu José Martins –
IR – CM 12 de Agosto de 2014