ATENDIMENTO PERSONALIZADO
O cidadão português não se compenetrou, ainda, dos seus direitos e, mesmo quando isso não é verdade, reage por comodismo ou simples falta de atitude, não reclamando! Terá sido por esta razão que, em 2005 se tenha tornado obrigatório o uso do “ Livro de Reclamações”
“As exigências das sociedades modernas e a afirmação de novos valores sociais têm conduzido, um pouco por todo o mundo, ao aprofundamento da complexidade das funções do Estado e à correspondente preocupação da defesa dos direitos dos cidadãos e do respeito pelas suas necessidades, face à Administração Pública.
Uma resposta pronta não se compadece com métodos de trabalho anacrónicos e burocráticos. Também eleitoralistas, e pouco próprios das modernas sociedades democráticas!
Na rua ouvem-se muitas coisas, mesmo sem querer, quando as pessoas desabafam umas com as outras. Foi dessa forma que um punhado de gente ouviu a lamentação e indignação de uma mãe que terá ido à Junta da sua terra expor um problema familiar íntimo, e pedir ajuda. Teve de fazê-lo à frente de todos os funcionários.
Para melhor a ouvirem, todos os funcionários pararam o trabalho, enquanto ela era atendida.
Mesmo assim, não falando alto, o atendimento num “ espaço aberto ” coloca qualquer um ou uma, numa situação desagradável e, por via disso, ela tinha sabido que o seu lamento, andava na rua, de boca em boca.
Dá – se o caso de as instalações daquela Junta já ter tido boas condições para um atendimento personalizado, obtidas com onerosos recursos financeiros. Para que qualquer cidadão pudesse ser atendido dentro de uma cultura de serviço público aprofundado e cuidado, orientada para melhor servir os cidadãos, pautando – se pela eficácia, descrição e qualidade.
Na Junta em causa tais objectivos foram atingidos com um funcionário em atendimento permanente, quando solicitado, num espaço reservado e acolhedor. As pessoas em espera, ficavam comodamente sentadas numa antecâmara, esperando a sua vez. Quando um funcionário tivesse de se ausentar, chamaria outro colega, de modo a haver, sem demora, alguém que atendesse.
Tudo que foi feito ficou exarado no “ Regulamento Orgânico da Junta” aprovado pelo executivo e discutido e aprovado por unanimidade na Assembleia de Freguesia.
Tal Regulamento fez levar à prática o conteúdo do decreto – Lei n.º 135/99 de 22 de Abril, que considerou, e bem, que os serviços públicos estão ao serviço do cidadão, em particular, e da sociedade civil em geral.
Dois compartimentos quadrados, em boa madeira, foram imaginadas para proteger a privacidade e poderem servir também de arquivo, aos documentos mais necessários num atendimento célere.
Logicamente, que os funcionários, para que pudessem efectivar um bom desempenho deviam, também, ter boas condições de trabalho. E tiveram.
Nos mandatos seguintes, a mentalidade reinante fez “ finca pé “ nos defeitos mais drásticos dos políticos de Portugal e que se podem resumir nas expressões:
“ Os tipos que perderam eram uns “ burros “ e só fizeram asneiras “.
Ou então: “ A culpa foi do governo anterior”, toca a mudar tudo ….