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O ENTARDECER

O ENTARDECER

As Grandes Descobertas

E a expansão mundial

Emigração

Independentemente dos movimentos de populações que, ao longo da História da humanidade, ocuparam continentes e arquipélagos antes despovoados e das grandes invasões de "Senhores da Guerra" poderosos, que sonharam estender os seus impérios até ao limite máximo do poder dos seus exércitos  necessário se torna considerar que se deveu aos portugueses, seguidos de perto pelos castelhanos e, mais tarde, por holandeses, ingleses e franceses, a abertura de todos os continentes à expansão dos povos europeus.

- a saída de 8000 a 10000 portugueses com destino ao Brasil durante o século XVIII;
-   a saída de cerca de 28000 emigrantes portugueses durante a última década do século XIX.

Em relação à evolução deste movimento durante a primeira metade do século XX assinalamos o seu incremento até 1914 e uma quebra acentuada no decurso dos anos seguintes em consequência das guerras e da crise económica dos anos trinta:

 9,2 milhares de saídas anuais entre 1939 e 1945 e 26 milhares de saídas anuais entre 1946 e 1955.

Em relação aos períodos mais recentes destaca-se a saída, entre 1955 a 1974, de mais de 1,6 milhões de portugueses ou seja uma média de 82000 emigrantes /anuais. Isoladamente destacamos a saída de - 34113 emigrantes legais em média, entre 1950 e 1960 e de 68100 entre esta data e o início da década de setenta, contra menos de 8200 emigrantes entre 1940 e 1950. Já em relação a datas mais recentes é de salientar que entre 1974 e 1988, somente 230.000 emigrantes saíram oficialmente do país, reduzindo aquele valor para cerca de 15000 saídas anuais.

Note-se que as oportunidades de emprego então registadas em toda a Europa ocidental e a proximidade de Portugal a estes países, permitiu que a emigração se tenha espalhado a todo o território afectando especialmente as áreas rurais e menos desenvolvidas do continente português.

Destinos

A intensificação recente deste movimento foi acompanhado por uma preferência cada vez maior pelas saídas para a Europa, em particular para a França - 985 emigrantes em 1955; 3593 em 1960; 32641 em 1964 e 27234 em 1969 - em detrimento da corrente tradicional, com destino ao Brasil: 18486 emigrantes em 1955; 12451 emigrantes em 1960; 4929 emigrantes em 1964 e apenas 2537 emigrantes em 1969. Estes valores realçam a quebra do movimento transoceânico e a sua substituição pelo intra-europeu .

 Daí resultou uma segunda alteração que se verificou através do incremento das saídas clandestinas as quais vieram a superar nos anos de 1969, 1970 e 1971, as saídas legais então registadas.
 
O incremento dos movimentos da população no continente europeu sobretudo no período posterior à segunda guerra mundial, constitui um dos sintomas do processo de desenvolvimento e de mudança social que experimentou o velho continente no período de reconstrução e de expansão económica que se seguiu àquele conflito armado.

Evidencia, por outro lado, os desequilíbrios existentes entre as diferentes regiões europeias. Foi essa a opinião de G. Tapinos quando defendeu que esta situação decorre da desigual repartição "entre as necessidades e os recursos, a pressão demográfica e o desenvolvimento económico", sendo mais um sintoma da tradicional "divisão norte-sul" manifestada na dependência dos países da periferia, em particular dos países mediterrâneos, perante o poder económico dos países mais industrializados do ocidente europeu.

Recorde-se que não só as razões de natureza económica relacionadas com o nível de vida, as fracas oportunidades de emprego existentes nas regiões rurais e a incapacidade do tecido produtivo em absorver os contingentes de assalariados e de trabalhadores libertos das actividades agrícolas e de subsistência, contribuíram para acelerar este movimento. Também as razões de natureza política decorrentes do regime Salazarista e da guerra em África justificaram muitas dessas saídas. Refira-se ainda que o incremento da emigração para a Europa, registada entre nós no decurso dos anos sessenta e setenta veio a reduzir o tradicional movimento transoceânico e acompanhou a tendência global da emigração intra-europeia igualmente registada noutros países mediterrânicos.

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