As cheias desapareciam lentamente
Aos poucos, as águas do rio deixavam de ser barrentas e tornavam-se límpidas. A sua torrente arrastava as ramagens dos salgueiros que assentavam na água. Adeptos da pesca à linha, vinham das terras vizinhas. Existiam também os outros, quase profissionais, que com os seus barcos pretos, em forma de meia-lua, percorriam o Tejo estendendo as suas redes. Também outros aprestos como os “covos”, etc. Ajudavam os pescadores a ganhar a vida. O peixe assim recolhido, era vendido nas terras ribeirinhas que não eram abrangidas pela venda de peixe do alto-mar. Algum tempo depois, outro evento anual fazia acorrer à quinta muita gente das redondezas. Fala-se da 5ª Feira da Ascensão ou “dia da espiga”. Vendedores ambulantes apareciam manhã cedo e montavam as suas bancas. Vendiam refrescos, pevides, tremoços, sanduíches, bolos etc. Outras pessoas vendiam os típicos ramos deste dia, chamados de “espiga”. No rio, fragatas enfeitadas passeavam as pessoas, a troco de quase nada. Todos entoavam cantigas populares, era a alegria do verdadeiro povo.