ARÁRAS E CATATUAS NO PALCO
“Sempre que se quer fazer algo no país, surge um interesse organizado a opor-se.“
Expresso 09-02-02
O “ Sistema “ pode pôr o Homem a fazer tudo, até mesmo a engolir “ elefantes “ ou anestesiado e, na sua boa-fé, a julgar-se uma criança crédula e feliz, mesmo sem brinquedos. Porém, que ninguém se engane e compreenda logo, que a criança depressa crescerá e se fará homem, percebendo então como foi violentada na sua infância. A sua reação será, então, proporcional à sua grande revolta.
Há poucos dias assisti, a um show de araras amestradas. Espantosamente, faziam tudo. Andaram de skate, bicicleta, patins e até fizeram cálculo aritmético, com o auxílio de badaladas de sino! Tudo isto, é claro, a troco da usual recompensa comestível. O método do “ Sistema “ parece ter sido copiado deste ou de outros “shows” idênticos. Castiga ou premeia para melhor condicionar a vontade própria dos infelizes servos.
Será uma fatalidade?
Também a famosa “ cortina de ferro “ parecia indestrutível.
Tal como nela, a revolta virá e irá explodir por dentro e por fora do “ Sistema”.
Se tudo o que existe na Terra morre implacavelmente, não morreria o “Sistema caduco?”
Tal como para o câncer ou para a sida, a cura virá um dia, também para o famigerado “ Sistema “, o seu antídoto irá aparecer.
Tudo o que não é natural, subverte a justiça e não premeia os melhores e mais merecedores, o sistema também tem de cair. Em lugar de ser isento, tende cada vez mais, a premiar os seus “amigos”.
De volta, estarão então finalmente os valores, até agora remetidos para o esquecimento.
O segredo pode ir amortecendo a queda deste edifício medonho, mas não vai conseguir mantê-lo de pé eternamente.
As torres do “ World Trade Center “ eram de facto imponentes e em minutos ruíram de forma inesperada e brutal. Ainda há muita gente de bom senso e de bom carácter, espero que tenham coragem e despertem para se unirem em vontade de mudar, tudo aquilo que está podre.
Portugal Refém dos Lóbis
“Financial Times vê-nos como um modelo esgotado, onde as reformas são travadas por todas as classes e com os piores níveis de qualificação, produtividade e absentismo. Um desafio difícil”.
DN Negócios 22-10-2002