ABOLIÇÃO DO DINHEIRO NO MUNDO
Utopia? Talvez não … O tempo o dirá .....
Vamos supor que o mundo decidia que o dinheiro é a causa de todos os males da humanidade e decidiria eliminar a moeda da nossa vida. Num primeiro tempo teríamos que eliminar a carteira e o porta-moedas. Rapidamente. Mesmo que algo melhorasse, não nos sairia do pensamento que o mundo está doido! E agora?
É com enorme frequência que vejo pessoas declamando quão belo e puro o mundo seria caso não existisse o dinheiro, pois o dinheiro macula todas as relações humanas e só traz problemas e discórdias, sendo que, na realidade, "ninguém precisa de dinheiro para viver".
Bom, até poderia ser que tudo isto ficasse melhor, mas uma mudança destas, embaraçaria todo o mundo. É que o dinheiro surgiu justamente para facilitar a troca entre as pessoas. Agora vamos trocar o quê? Alguém vai ficar a perder! Mas hoje já não é assim?
É possível a toda a gente trabalhar e consumir, com o uso de um cartão de débito e crédito.
É bem verdade, que as moedas e as notas, são uma porcaria de mão, em mão. Mas também é verdade, que não há hoje quem não queira mais e mais porcaria desta! O dinheiro é uma fixação!
No dia em que for publicada tal possibilidade, a maioria das pessoas nem vai conseguir dormir!
Coça na cabeça, e pergunta a si própria; que vou eu comprar para o almoço? E, ao sair de casa, assegura-se ainda se leva algum dinheiro. Interroga-se no que dizer, no supermercado?
Não podemos ignorar que, ao longo da história, as mercadorias muito usadas e fáceis de transportar e de dividir se tornaram um meio de pagamento comum.
Você poderia, por exemplo, trocar os seus remédios por sal e comprar arroz com parte do troco.
Mas qual troco?
Só que para o troco em bens de consumo, não haveria sacos que chegassem! E então, quantos sacos ainda seriam precisos para as nossas compras.
Quanto ao défice excessivo, o PIB da nossa economia, o número de desempregados, etc. Seriam drasticamente reduzidos. Porquê?
Bom, começa porque os políticos não dão troco a ninguém. Depois, para tudo iriam arranjar uma explicação de ser engolida.
Desta vez, diriam que só aceitaram esta medida a custo (o desaparecimento das notas), porque isso dava muito nas vistas. Certamente ninguém gosta mais delas!
A sua vingança será fornecerem à comunicação social, dados estatísticos óptimos! Para assim, não saírem mais do poleiro.
Para tal, com a experiência de manipularem o dinheiro, mais fácil lhes será, “acrescentar batatas e diminuir melões”
Num mundo onde será preciso entrar em trocas (rendas), que garantam a sobrevivência, não há tempo para produzir bens sofisticados, como ciência, política ou cultura. As profissões especializadas acabariam e toda a infra-estrutura existente hoje, como estradas, portos e ferrovias, seria inutilizada também sem dinheiro. Já que só faz sentido, nesta nova estrutura de comércio, uma forma simples, ágil e intensa.
Se a população se mantiver firme no propósito de não voltar a usar nenhuma moeda comum de troca, o comércio teria de se adaptar, sem colapso.
As cidades, que são os centros mais intensos de troca na economia, seriam um tanto abandonadas e as pessoas migrariam para o campo, para viver em pequenos grupos auto-suficientes. Aos poucos, a civilização que conhecemos deixaria de existir e viveríamos uma nova versão da alta Idade Média – sem cidades, com outro comércio e sem muita gente aglomerada.
Não será impossível adaptar a nossa actual sociedade, a esta nova forma de viver. Com um bem organizado sistema informático, no final de cada mês poderíamos saber quem poupou ou quem gastou mais do que devia, graças ao uso do seu cartão individual.
- Sem moeda, profissionais muito especializados, como um estilista ou um cientista, não sobreviveriam com o seu trabalho. As trocas seriam feitas entre bens de primeira necessidade e fáceis de serem confeccionados. Acima de tudo com valores padrão, encontrados através dos dados estatísticos de longa data.
- Neste novo mundo, será importante construir, arar, colher. A força física e a habilidade manual voltarão a ser valorizadas. As mulheres, mais frágeis, voltariam a ser "dependentes" dos homens.
- O relacionamento entre as pessoas, seria mantido por um diálogo amistoso e respeitador.
- O dinheiro é um poderoso motor nos dias de hoje e por muito que, dia a dia, ele seja uma necessidade, não precisamos do dinheiro para ter uma vida saudável e feliz. Se forem mudadas as mentalidades, será possível viver em harmonia e, a necessidade de dinheiro, desaparece como por encanto. …
- O nosso trabalho seria um prazer, escolhido pelos trabalhadores. E bem assim o horário, no nosso dia-a-dia!
- Os sindicalistas iam dar uma volta e pregar para outro lado.
- Com a manutenção dos actuais empresários, dentro de um sistema de cooperação saudável, em que todos se ajudariam uns aos outros. Os trabalhos seriam, maioritariamente, de suporte; fornecimento de água, cultivo de alimentos e a construção de uma “nova terra”. Terra de paz e bem!
- Sem o status social de hoje, as pessoas iriam dedicar-se às suas carreiras com outro entusiasmo, os médicos iriam tratar doentes com prazer, e os professores ensinariam com prazer. Provavelmente, haveria maiores avanços porque deixava de haver as limitações que o dinheiro causa e todos seriam tratados de igual forma. Não sendo iguais!
- Nos dias de hoje, com as vidas atarefadas que temos, sobra pouco tempo para a família. Caso fosse retirado das nossas vidas a necessidade de ganhar dinheiro pela sobrevivência, o tempo de trabalho seria mais limitado e sobraria mais tempo para apoiar a família.
- Se retirarmos as questões de sobrevivência da nossa vida tudo o que fica são as questões de saúde, relacionamentos e espiritualidade, o teu crescimento pessoal e a criatividade. As férias não desaparecem, tal como o subsídio respectivo.
- Resta saber quem nos pagaria a reforma?
- Os governantes do país e outras oficialidades necessárias, seriam encontrados por sorteio do número do contribuinte entre todos os cidadãos inscritos. Os partidos deixariam de ser necessários.
- A educação seria uma partilha de experiências com pessoas de todas as idades, nos mais diversificados ambientes humanos. Faz parte do aprender a prática e quem se torna professor, fica aluno também.
- Os pagamentos seriam feitos com um cartão de crédito/débito, e com auxílio de um super – sistema informático se saberia no final de cada mês quem teria de produzir mais batatas para manter um funcionalismo público (diminuto) e outras despesas extraordinárias a bem da nação.
- De resto, não haveria dívidas nem défices excedentários, tal como não haveria corrupção (como seria possível roubar sacos de batatas sem se dar por tal?)