ABANDONO ESCOLAR
Somos um país que ainda luta contra o abandono escolar e que tem altas taxas de retenção...
É verdade. Fizemos grandes progressos nos últimos anos e isso é algo por que devemos estar todos gratos aos professores, aos directores e às escolas. Fizemos grandes progressos porque conseguimos baixar a taxa de abandono nos últimos quatro anos em cerca de dez pontos percentuais. Conseguimos fazê-lo num momento difícil, em que houve muitas mudanças no país, em que a escolaridade obrigatória se estendeu até ao 12.º ano e o Inglês se tornou finalmente obrigatório ao longo de sete anos. E isso é um bom sinal. O que acho importante termos claro é o seguinte: não podemos mascarar a realidade em relação à educação, pelo contrário, devemos conhecer a realidade, actuar sobre ela, ser mais ambiciosos e querer que os nossos jovens saibam mais. Não podemos olhar para resultados educativos que são ainda fracos e pensar "vamos mascarar esta realidade" seja eliminando avaliações, ou baixando o nível dos exames e das provas, ou simplificando os programas. Não podemos pensar assim, devemos pensar ao contrário. Temos de pensar que os nossos programas devem vir a ser ainda mais ambiciosos, que os nossos jovens devem saber ainda mais.
NUNO CRATO