A Rocha teve uma Maria da Fonte
No meio de tanto fervor pela Senhora Aparecida, começa a correr o boato de ter sido ela a divina anunciadora da queda da Constituição, proclamada, mas aborrecida para muitos.
O rei D. João VI vivia atemorizado, tanto no paço real como na rua, e a grande maioria dos crentes desejavam acreditar em alguma coisa muito forte que travasse os jacobinos.
A ordem de mandar a Imagem Aparecida para a Sé de Lisboa, local onde deveriam ir prestar-lhe a sua devoção, provocou enorme revolta. Uns números superiores a mil pessoas juntaram-se no Sítio da Rocha. Homens e mulheres em armas, repeliam o Juiz de Oeiras, as forças da ordem e o Intendente da polícia.
Por nada queriam deixar partir a Santa e o povo propunha-se desafiar até o exército.
O general Sepúlveda, herói do movimento constitucional, é mandado acalmar os rebeldes em fúria.
Da Cruz Quebrada, resolveu seguir, sem o seu esquadrão e somente acompanhado do seu ajudante, o alferes marquês de Fronteira.
Apearam-se, então, no adro da igreja de Carnaxide, na qual estava guardada em recato a Imagem da Senhora.
O juiz de fora estava fortemente guardado por um contingente de infantaria, quando se começou a ouvir um coro de vaias. Eram as mulheres quem mais protestava e como o general as tentasse acalmar, levou duas bofetadas da mão forte de uma mulher indignada. O sangue escorria do nariz do homem que havia feito a revolta do Porto e foi no meio desta enorme confusão, que a custo, a Imagem iniciou a sua caminhada para a Sé de Lisboa.