A MORTE DE UMA QUINTA
Da última vez que visitei esta quinta, ela estava quase irreconhecível. Não tinha gente, estava abandonada e desprezada. Não havia flores, frutos, carros de bois a passar, jovens a caminho do rio Tejo! Só uma triste desilusão e abandono.
Recordo-me de muita gente boa que dedicou toda a sua vida àquela Quinta e que já não vive, mas sei, que onde estiverem continuam com a quinta num coração que já não bate! Só podem pairar, por cima daqueles mil anos de história, contemplando as paredes dos palheiros, lagares, vacarias, castelo e do palácio sempre imponente, num estado decadente e lastimoso.
Só o castelo ainda parece um soldado em sentido!
Falando das etapas deste lugar de orgulho e monumento do imaginário nacional, que ninguém sabe quando veio ao mundo, mas que foi muito antes da formação do nosso país, podem marcar-lhe como influências e períodos de evidência na sua longa existência, a era da primeira dinastia, logo seguida da era de outra Ordem (Templários), e por último dos seus últimos e mais marcantes proprietários, ou seja, a família de um oficial alemão que tão bem soube continuar o trabalho das Ordens já referidas. Resistiu a tudo e só sucumbiu com a entrada do país na União Europeia. Ainda terá recebido, como tantos outros proprietários, subsídios de Bruxelas. Mas como tantos outros não os terá investido em mais produção, com melhor qualidade e menos custos. Por esta ou por outras razões, o País preferiu importar do estrangeiro tudo o que consumia! Dizia-se que era mais barato, até o trigo dos EUA! Mas os políticos e produtores esqueceram-se de, a tal diferença, lhe somarem os subsídios de desemprego que Portugal começou a pagar por muitos milhares de desempregados de todas as idades!
Um 25 de Abril extremista, piorou tudo de uma assentada.
Assim, a quinta que tudo produzia em agricultura e pecuária e que tanto enriqueceu o País, está hoje em ruínas e desabitada e o orgulho nacional para lá caminha! Muitos querem dizer que não, mas as evidências não falham!