A INESGOTABILIDADE DOS RECURSOS?
Para uma boa gestão dos recursos naturais é forçoso estabelecer, de forma consistente, políticas e ferramentas públicas ambientais. Também diagnósticos sistemáticos sobre o estado do meio ambiente. Conhecer por exemplo dados sobre o número de espécies e composição da biodiversidade; o estado dos solos; a situação das águas superficiais e subterrâneas; atmosfera; ambientes marinhos e costeiros; recursos pesqueiros; ocorrência de desastres ambientais e análises da qualidade ambiental urbana. Tudo isto num quadro focado nos indicadores do Desenvolvimento Sustentável. Todo este trabalho deve ter como objetivo obter dados ambientais sustentáveis concretos, mostrando que os nossos recursos naturais são mensuráveis. Ou seja, que podem ser contados, pesados, medidos ou mesmo estimados. Não deve esmorecer a esperança de derrubar o mito, ainda muito arreigado, na cultura popular da inesgotabilidade!
Se o número de espécies de invertebrados, ou a estimativa de vertebrados, não forem desanimadores, desde logo se conclui que eles não são finitos. Se a soma de todas as reservas de águas subterrâneas não forem preocupantes de momento, os recursos hídricos não são inesgotáveis. Também a análise dos solos terá de merecer constantes observações e cuidados. As bem visíveis alterações atmosféricas têm vindo a mostrar-nos que as Zonas Costeiras são uma faixa complexa, dinâmica, mutável e que está sujeita a variados processos geológicos. Os fatores modeladores das zonas costeiras são, fundamentalmente, a ação mecânica das ondas, a erosão (abrasão marinha), a subida e a descida das marés, deposição, correntes marinhas, arribas e praias mais comuns etc. De forma concertada, ter-se-á de fazer a sua proteção de uma forma global. Será uma preocupação, eminentemente da União Europeia mas na qual se pode e deve concretizar a aquicultura com vantagens de toda a ordem e ainda como forma reguladora dos aspetos negativos da sobre pesca. A inesgotabilidade dos recursos não é um mito!