A ÉTICA NA SOCIEDADE
Em primeiro lugar, será de salientar que a ética está relacionada com a nossa reflexão sobre os princípios e argumentos que fundamentam as nossas acções, ou seja, permite-nos ponderar sobre as causas ou os motivos para agirmos de determinada maneira. Assim, a ética ajuda-nos a distinguir o bem do mal, levando-nos a reflectir sobre questões muito pertinentes, tais como: porque faço isto e não aquilo? Qual o motivo que tenho para agir assim?
Serão estes comportamentos pessoais, que poderão fazer com que haja ou não, mais ética na sociedade em que vivemos.
A ética, ainda, pode ser considerada como a arte de construir a nossa própria vida, por isso, sem ética o nosso dia-a-dia seria um caos axiológico, pois teríamos em mente o que nos prejudica e o que nos beneficia. De igual modo, as nossas acções não teriam argumentos nem justificações que as fundamentassem.
Nós, seres humanos, não vivemos isolados, mas em constante interacção com os outros. Por esta razão, o ser humano sofre, naturalmente, influências sociais que condicionam a sua tomada de decisões. Estas influências exteriores podem conduzir o ser humano para um bom ou um mau caminho, o que está intimamente ligado a muitos factores, designadamente aos padrões de cultura do meio, ao contexto histórico e às relações interpessoais que se estabelecem.
Qualquer sociedade humana dispõe, normalmente, de entidades ou meios para defenderem estes princípios da ética, como sejam a educação escolar, com a qual todo o cuidado é pouco! Meter aqui idealismos políticos, como por exemplo “ a Escola Pública”. A educação deve ser livre e sem tabus, que conduzam a mordaças manipuláveis.
Nos últimos tempos muito se tem falado nas Entidades Reguladoras da Ética. Aparentemente já há organizações a mais neste campo, com o risco de desvios a um caminho traçado para o conjunto da sociedade. Parece razoável que nestas “Entidades” haja a presença do Governo, mas também da oposição. Tal como na Assembleia da Républica.
Por último, temos a informação prestada ao público em geral. Ela, não terá que seguir um mesmo ponto de vista, pode e deve ser diferente, mas nunca manipulada! Principalmente quando através dela se introduzem manipulações sem qualquer ética: Dentro de tanta diversidade possível, foquemo-nos, por exemplo, numa informação dada ao povo na comunicação social, sobre o emprego ou desemprego. Os dados estatísticos publicados já têm normalmente, um certo pendor pouco ético, neste caso estarão em causa muitos milhares de portugueses que fogem do seu país na procura de trabalho, que o seu berço não lhe garante. É gente que abandona tudo e todos, com a alma a sangrar! Gente sofredora, e hoje existem portugueses espalhados pelo mundo inteiro!
Ora, quando qualquer Governo atira para a comunicação social estatísticas referindo um abaixamento acentuado no desemprego, logo pensa que os futuros votantes pensarão:
“que bom trabalho estão a fazer”.
Simplesmente ignora, quer ignorar, quantos portugueses partiram por não terem cá um ganha-pão. Logo, este número enorme de trabalhadores deixou de constar das listas de pessoas que procuram emprego cá e hoje, estarão algures por esse mundo fora!
Tal informação prestada ao público, de certo modo, encerra pouca ética, porque induz os leitores numa avaliação manipulada, embora verdadeira!