“ A CONTRA REVOLUCIONÁRIA “
“ Cravos, capitães de Abril e o povo «que saiu à rua» são imagens que lhe provocam aversão. «É uma questão de estética», terá confessado a amigos mais próximos. Os ícones da esquerda são, para esta social-democrata, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa (CML), de «muito mau gosto».
Helena Lopes da Costa tinha 20 anos em 25 de Abril de 1974. Nesse dia histórico estava a ter aulas na Faculdade de Direito de Lisboa, curso que abandonou mais tarde, e a sua rotina diária manteve-se exactamente como a do dia anterior. Não se juntou ao povo, nem empunhou um cravo e muito menos terá beijado um qualquer soldado revolucionário. Terá sido, segundo uma colega de partido, um dia «como outro qualquer» Vinte e oito anos depois aproveitou o feriado para gozar a «sua» liberdade. Ficou em casa a descansar.
Militante desde 1976, «formada» em “ Ciência Política “, professora universitária num Instituto Politécnico, foi a primeira Presidente de Junta da Freguesia de Algés, uma das maiores da do Distrito de Lisboa, onde se manteve por dois mandatos.
Nesse período, conquistou a inimizade do “dinossauro” Isaltino de Morais, que chegou a fazer queixa de Helena à então líder da distrital, Manuela Ferreira Leite, acusando-a de querer fazer «saneamentos políticos» na secção do PSD local.
Todos, amigos e inimigos lhe reconhecem « uma enorme capacidade de trabalho e uma grande generosidade ». Será assim a pessoa certa no cargo certo, visto que tem as pastas da Juventude, Habitação e Acção Social. Barrosista indefectível, apoiou Durão logo em 95, contra Fernando Nogueira. A sua intuição política tem sido certeira e todos os que apoiou – desde presidentes da distrital de Lisboa a Santana Lopes e, claro, Durão Barroso – conquistaram os lugares ambicionados.
As suas recentes atitudes na CML, como o assumir que quer acabar com as «festas de esquerda» ou o veto ao cartaz com uma imagem simbólica de Abril , que podem ter ofendido de morte muitos eleitores lisboetas , provam que Helena está longe , muito longe do « politicamente correcto ». Subscreverá Santana Lopes as suas palavras.”
Expresso –