A Revolução Industrial
O escocês James Watt
A Revolução Industrial significou o início do processo de acumulação rápida de bens de capital, com consequente aumento da mecanização. Isso deve - se ao facto de o capitalismo (a economia de mercado, e nunca o Estado) se ter apresentado como sistema económico vigente.
A característica essencial da Revolução Industrial é que antes dela o progresso económico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e depois a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história da humanidade. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3.5 milhões para 8.5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.
Antes da Revolução Industrial, a actividade de produzir era feita pelos artesãos, os quais muitas vezes, eram proprietários da matéria-prima e comercializavam o produto final do seu trabalho manual. Utilizam apenas algumas ferramentas, um único artesão realizava o trabalho ou um grupo organizava - se para dividir as etapas do processo da produção, sem utilizar máquinas, por isso se chama manufactura. Esses trabalhos eram realizados em oficinas construídas nas casas dos próprios artesãos.
Depois da Revolução Industrial, os trabalhadores não eram mais os “donos” do processo. Eles passaram a trabalhar para um patrão como operários ou empregados. A matéria-prima e o produto final não lhes pertenciam mais. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam ao empresário, dono dos mecanismos de produção e para o qual se destinava o lucro.
Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana, hidráulica e animal para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e económica que se vinha processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com particular incidência nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países que permaneceram católicos a revolução industrial aparece, regra geral, mais tarde e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente (os países protestantes).
Já de acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, integra o conjunto das chamadas “Revoluções Burguesas” do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para ele , o capitalismo seria um produto da revolução industrial e não sua causa.