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O ENTARDECER

O ENTARDECER

Os Santos Populares

 

Os santos populares eram também motivo para festejar em conjunto com os vizinhos e amigos. Lenha não faltava e alegria também não. As alcachofras estavam mesmo à mão. Com mais ou menos jeito todos saltavam à fogueira.

O verão já se fazia sentir e nos dias que se seguiam a fogueira era outra, e chamava-se eira. Homens de chapéu preto na cabeça e lenço vermelho no pescoço, alimentavam sem cessar aquelas grandes máquinas que separavam as sementes para um lado e a palha para outro. Dava prazer ver os fardos tão bem atados e moldados. Levar os sacos de cereais e os fardos era trabalho novamente destinado aos bois e às enormes mulas. O celeiro e os palheiros irão ficar cheios para mais um ano.

 

Os carros de bois

 

O andar pachorrento dos carros de bois carregados de cereais indiciava o começo desse verão. Os boieiros, também eles pachorrentos, talvez por contágio, com o aguilhão e a espaços, picavam os animais com algum comprometimento. O trabalho da ceifa era feito por homens afogueados pelo calor intenso, sedentos de água.

Era este o tempo das violentas trovoadas. Por vezes, mais que uma por dia ou em simultâneo e provenientes de lados opostos. Os raios iluminavam o céu que antes se tinha tornado escuro. Por antecipação, um homem, sempre atento, molhava o chão onde os pára-raios ligavam à terra.

A RUA É SÓ DE PASSAGEM

Influência do homem sobre os regimes

Os estudiosos, normalmente preocupam-se em analisar a acção e influências que o homem exerce sobre o meio em que vive. Concordo e reconheço a importância desse conhecimento. Todavia a análise e o estudo do inverso, não será menos importante, antes pelo contrário. A influência do meio ambiente sobre o Homem é decisiva na formação do seu carácter e da sua personalidade, nomeadamente no período da infância e adolescência. Depois fica.

O que se passa nos grandes centros urbanos é certamente diferente daquilo que se passa na vivência diária de uma quinta. Nesta, não existem factores, como nas cidades, que desliguem ou afastem as pessoas da forte influência da natureza.

Também as crianças se habituam a viver com a dureza da mãe natureza!

Nas grandes cidades, talvez que sejam mais determinantes outros coisas como, clubes desportivos, associações culturais e o próprio ambiente familiar, onde as pessoas são obrigadas a recorrer, pois a rua é só de passagem.

 

Uma boa ordem social

 

O primeiro requisito para uma boa ordem social melhor, é conquistar-se uma liberdade de pensamento e de expressão sem subterfúgios. Todavia, entretanto, sempre poderemos imaginar como será esse país corrupto, criando cenários muito prováveis e situações que certamente surgirão, pela falta de transparência inerente ao estado de imoralidade, sempre de mão dada com qualquer vivência amordaçada.

Vamos então começar por virar o mundo no campo de uma imaginação construtiva, salutar e supostamente real, através, também, de uma criança, de um jovem, de um adulto, de um chefe de família e de um pré-reformado que ficou idoso e deste mal morreu.  

É uma tarefa gigantesca! Está bem de ver! Mesmo assim vale a pena tentar, seria indigno não o fazer!

Contudo, os problemas do ser humano serão somente de natureza económica? Vejamos se assim é.

Situemo-nos em qualquer região pobre, de qualquer país do mundo, sendo preferível que seja a região de cada país no qual se matam mais idosos!

 

ESCONDER O ESSÊNCIAL

As estatísticas são como os biquínis: Sempre a crescer e…

         Dão uma ideia, mas escondem o essencial!

 

Manter a floresta em Pé, é uma despesa que, sem fogos, é uma verdadeira riqueza, Diz-se ser mentira que haja invasão em reservas ambientais, Os fogos são a pior das invasões!

Nestas situações, os mesmos governos, que no passado, enalteciam a agropecuária, mais adiante desprezarão esta, em defesa do meio ambiente, criticando a ocupação das terras públicas e das áreas de conservação da natureza.

São dois momentos diferentes. É também algo antagónico, já que um primeiro-ministro sem experiência nesta matéria pode conseguir fazer coisas que outros com essa capacidade não fizeram, por falta de condições ou de coragem.

Mesmo assim, um ministério da agricultura, tem de ser activo e responsável pela sua evolução, que é também a evolução do país e da sociedade civil. Tem de estar apoiado em gente experiente e tecnicamente muito conhecedora. O ministro da agricultura, deve apoiar-se sempre no respectivo ministério e responsabilizá-lo por tudo. Nunca deve interferir numa acção consertada, vinda de trás. A continuidade é um factor a respeitar e muito! A politização dos grandes problemas nacionais, jamais! Na área agrícola nem pouco mais ou menos. A criação da riqueza florestal, leva muitos anos a fazer e exige um somatório de dinheiro ao privado e ao país, incontável.

Medidas avulsas, jamais. Na continuidade não se mexe, deixar arder muito menos. E quando tudo isto fica sem responsáveis, chega-se ao caos, mesmo com muitos votos do povo em eleições!

Com isso, as reformas são assuntos que trazem uma nova confiança ao país, principalmente do sector que investe, gerando emprego e criando riqueza. Nunca aos sindicatos!

Com essa confiança do sector empresarial se pode ganhar um perfil governante reformista, reformar não é desfazer, menos ainda deixar arder.

Em paralelo a isso, respeitar a linha da continuidade é respeitar o povo e a sociedade em geral. Mas não há como negar que algumas reformas podem melhorar a situação económica do nosso país. Em especial no campo agrícola! Porque não entregar as terras do Estado, anos a fio improdutivas, à juventude para esta nelas ir construindo floresta, legumes, cidades, pontes, hospitais, com o próprio suor do seu trabalho. Assim, essas propriedades seriam vendidas ou mesmo entregues a quem as fez nascer. Estamos falando de inclusão social. E falando também de terras produtivas e não de mato a perder de vista. Ter ministério e deixar aumentar um matagal no país, autêntica locomotiva dos incêndio é impensável, contudo …. Ninguém parece ser responsável. Mesmo com medidas avulsas desestabilizadores e provocantes!

 

 

 

 

VAMOS DANÇAR

DE 65 À GERAÇÃO DE 70
Let´s dance!

As primeiras boîtes vão surgir precisamente na Linha, onde o ambiente de veraneio é mais propício à descontração. Os meninos das famílias de Cascais e do Estoril têm dinheiro, viajam, compram discos, querem dançar. Rapidamente, passam das festas de garagem para o Le Caveau, no Estoril, ou para o Caixote, em Cascais. Em 1965, é inaugurado o Van Gogo, com pista onde se dança o ié-ié e Barry White. Faz furor. De Lisboa vai-se a Cascais de propósito dançar ao seleto Van Gogo, onde muitos têm garrafa de whisky que lhes assegura o acesso. Só entra quem é conhecido ou faz parte do círculo do dono, o Manecas Mocelek, figura muito in daquele tempo. É o mesmo Manecas que, em 1968, toma conta do Ad Lib - no 7º andar de um prédio da Rua Barata Salgueiro, decorado por Pedro Leitão e onde se chega de elevador - e com outros sócios inaugura, em 1970, o Stones. Assim fica definido o roteiro da noite com a marca Mocelek: boîtes muito decoradas com o luxo moderno da época, muitos sofás e espaços de dança mais reduzidos, mas animadas pelos sons norte-americanos que prenunciam o disco sound, exclusivas e restritas ao circuito dos meninos bem.

Mas nem tudo se confinava aqui. A abertura política que se começa a fazer sentir nos primeiros anos da década de 70 rasga horizontes na juventude urbana, que se inquieta ao som dos Rolling Stones, Lou Reed, Peter Frampton e Roxy Music... também há o Reggae... e fuma-se erva.

Esta é a primeira geração que sai à noite em grupos mistos e circula de carro pela cidade. Fazem a ronda das discotecas: Primorosa de Alvalade, Browns, Beat Club... Mas o must é mesmo o 2001, inaugurado em 1972 no Autódromo do Estoril. Fica aberto até às quatro da madrugada e é onde toda a gente vem parar ao fim da noite. Talvez seja o primeiro lugar democrático na noite da capital, pois para entrar basta pagar à porta. O porteiro também não torce o nariz aos que não vêm acompanhados. Ao contrário das outras boîtes da moda, quem quer atacar a pista não precisa de par. É aqui, na dança, que todos os géneros se misturam. Este é o tempo do rock contra disco, mas também dos pré-punks e da new wave, dos atinados ao dos prá-frentex, dos freaks contra os betos. A identidade maioritária dos grupos juvenis começa agora a definir-se na iconografia da moda, e os comportamentos moldam-se ao som do que se ouve... A liberdade já passou por aqui.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/a-noite-ao-longo-da-historia-vamos-dancar=f622114#ixzz2vm60nRE8

A INFORMAÇÃO QUE TEMOS

Fwd: Novo texto de António Garcia Pereira
 
 
 
 
 

"A informação que temos não é a que desejamos. A informação que desejamos não é a que precisamos. A informação que precisamos não está disponível” John Peers

O MUNDO ÀS FATIAS

 

O mundo que nos rodeia é, para a maior parte de nós, um mistério. Este mistério reúne um número infinito de perguntas sobre tudo e sobre nada, tanto aquelas que já nos passaram pela cabeça como muitas outras de que nunca ninguém se lembrou. O mundo é uma imensidão de interrogações, mas também de maravilhas à vista. Nele, tudo faz supor, que está interligado, num universo sem fim! Querer retalhar este mundo em fatias, não faz sentido! Querer dividi-lo, mesmo em minúsculas fatias, e entregá-lo a quem escreve e pensa até faria rir um “sapo”! Por exemplo, seria pôr a qualquer “bloguer” uma estrada de sentido único, quando ele busca a criatividade que se espraia e interliga com tudo e com todos!

Como poderia ele falar de “pirilampos” e “cobras” se esta simples simbologia, não se estendesse, também, a boas e más qualidades dos seres humanos. Com efeitos devastadores no progresso e bem-estar de toda a humanidade?

Como poderia ele (bloguer) falar de que “sapato de pobre não tem número” ignorando a miséria dos sem-abrigo, dos idosos e dos perdidos na droga? Como poderia ele falar das roupas velhas e sujas se elas não amenizassem o sofrimento destas pessoas excluídas da sociedade?

Como poderia ele não falar da expressão: “quem te manda a ti sapateiro, tocares rabecão”? Se tudo isto não tivesse origem em gente que por falta de humanidade e ética política, convivesse bem com a miséria dos outros?

E ainda, como poderia ele não interligar a “curva de Gauss) com tudo que há no mundo? Se este gráfico nos mostra a realidade da vida, à evidência, que todos nós nascemos, crescemos, vivemos e por fim morremos. Sim morremos, comidos pela terra que também come os outros e o que resta de todos são os ossos! Será que são? Então como poderia ignorar tão conhecida “curva”?    

  

UM MUNDO ESCURO

 

2.ª Parte | 3.ª Parte
Texto completo

Antero do Quental

Meus Senhores:

A decadência dos povos da Península nos três últimos séculos é um dos factos mais incontestáveis, mais evidentes da nossa história: pode até dizer-se que essa decadência, seguindo-se quase sem transição a um período de força gloriosa e de rica originalidade, é o único grande facto evidente e incontestável que nessa história aparece aos olhos do historiador filósofo. Como peninsular, sinto profundamente ter de afirmar, numa assembleia de peninsulares, esta desalentadora evidência. Mas, se não reconhecermos e confessarmos francamente os nossos erros passados, como poderemos aspirar a uma emenda sincera e definitiva? O pecador humilha-se diante do seu Deus, num sentido acto de contrição, e só assim é perdoado. Façamos nós também, diante do espírito de verdade, o acto de contrição pelos nossos pecados históricos, porque só assim nos poderemos emendar e regenerar.

 

Conheço quanto é delicado este assunto, e sei que por isso dobrados deveres se impõem à minha crítica. Para uma assembleia de estrangeiros não passará esta duma tese histórica, curiosa sim para as inteligências, mas fria e indiferente para os sentimentos pessoais de cada um. Num auditório de peninsulares não é porém assim. A história dos últimos três séculos perpetua-se ainda hoje entre nós em opiniões, em crenças, em interesses, em tradições, que a representam na nossa sociedade, e a tornam de algum modo actual. Há em nós todos uma voz íntima que protesta em favor do passado, quando alguém o ataca: a razão pode condená-lo: o coração tenta ainda absolvê-lo. É que nada há no homem mais delicado, mais melindroso, do que as ilusões: e são as nossas ilusões o que a razão crítica, discutindo o passado, ofende sobretudo em nós.

Não posso pois apelar para a fraternidade das ideias: conheço que as minhas palavras não devem ser bem aceites por todos. As ideias, porém, não são felizmente o único laço com que se ligam entre si os espíritos dos homens. Independente delas, se não acima delas, existe para todas as consciências rectas, sinceras, leais, no meio da maior divergência de opiniões, uma fraternidade moral, fundada na mútua tolerância e no mútuo respeito que une todos os espíritos numa mesma comunhão - o amor e a procura desinteressada da verdade. Que seria dos homens se, acima dos ímpetos da paixão e dos desvarios da inteligência, não existisse essa região serena da concórdia na boa-fé e na tolerância recíproca! Uma região onde os pensamentos mais hostis se podem encontrar, estendendo-se lealmente a mão, e dizendo uns para os outros com um sentimento humano e pacífico: és uma consciência convicta! É para essa comunhão moral que eu apelo. E apelo para ela confiadamente, porque, sentindo-me dominado por esse sentimento de respeito e caridade universal, não posso crer que haja aqui alguém que duvide da minha boa-fé, e. se recuse a acompanhar-me neste caminho de lealdade e -tolerância.

Já o disse há dias, inaugurando e explicando o pensamento destas Conferências: não pretendemos impor as nossas opiniões, mas simplesmente expô-las: não pedimos a adesão das pessoas que nos escutam; pedimos só a discussão: essa discussão, longe de nos assustar, é o que mais desejamos, porque; ainda que dela resultasse a condenação das nossas ideias, contanto que essa condenação fosse justa e inteligente, ficaríamos contentes, tendo contribuído, posto que indirectamente, para a publicarão de algumas verdades. São prova da sinceridade deste desejo aqueles lugares e aquelas mesas, destinadas particularmente aos jornalistas, onde podem tomar nota das nossas palavras, tornando-lhes nos assim francos e fácil a contradição.

Antero do Quental

 

O INTERIOR DO NOSSO PAÍS

 

Neste artigo o autor, Carlos Lopes Bento, continua e termina uma série de artigos dedicados à antroponímia mourisquense entre 1860 e 1910. No fim lança um desafio. Oxalá encontre eco. 

Resultado de imagem para foto de MOURISCAS

Passaremos, de seguida, a conhecer os locais de nascimento das crianças baptizadas na freguesia de Mouriscas (por ordem alfabética) e respectivos de registos efectivados, entre os anos de 1860 e 1910:

Aldeias: 8; Anselmo: 3; Apeadeiro: 3; Azenha Nova: 6; Barca: 6; Barca de Bandos: 4; 
Bexiga: 2; Bica da Pedra: 5; Cabrais: 68; Camarrão: 203; Canenhos:11; Cardal: 8; 
Carreira: 153; Carril: 78; Casalão: 21; Casal da Figueira: 17; Casal da Foz: 1; Casal das 
Freiras: 5; Casal da Milha: 1; Casal da Neta: 48; Casal dos Castanhos: 11; Casal dos 
Cordeiros: 38; Casal dos Lousos: 26; Casal dos Vares: 63; Casal Fundeiro: 11; Casal 
Pita: 96; Casas Novas: 122; Casas Pretas: 90; Cascalhos: 75; Castelo: 34; Charoeiros: 
59; Cova de Madeiro: 28; Colmeada/Cumeada: 10; Engarnais Cimeiros: 244;
Engarnais Fundeiros: 123; Entre Serras: 176; Escorrega: 1; Ferrarias: 308; Fonte Sapo: 5; Igreja: 243; Lercas: 135; Lomba Cimeira: 81; Lomba Fundeira: 28; Mendavão: 8; Monte Novo: 25; Murteira: 35; Outeirinho: 52; Outeiro Cimeiro: 63; Outeiro Fundeiro: 11; Ponte: 4; Portela: 16; Raposeira: 7; Rio Frio: 2; São Gabriel: 11; Sourões: 79; Surdo: 51; Tejo: 9; Telheiros: 2; Tojal: 49; Vale: 28; Vale Covo: 15; Vale da Fontinha: 13; Vale do Esteio: 50; Várzea: 54; Venda: 50; Vimieiro: 143.

Destes cerca de 70 lugares habitados alguns deles apresentam-se com a designação de «casal» (*) ou seja um pequeno povoado, inicialmente, constituído por uma família, 
que construiu habitação em propriedade própria, geralmente, de pequena dimensão. Depois, em propriedades próximas, outras famílias foram aumentado o lugarejo com a edificação de outras casas:

(*) Segundo os dicionaristas «casal» tem varias significações: Pequeno povoado; lugarejo; aldeola; granja; herdade; conjunto das propriedades de uma família; conjunto de pequenas propriedades rústicas; par composto de macho e fêmea; marido e mulher;
Prov., pequena propriedade cercada, a pequena distância da residência do dono.

Do conjunto de locais de nascimento acima referenciado verifica-se existirem, entre 1860 e 1910:

1 LUGARES/CASAIS COM MAIS DE 300 REGISTOS

Ferrarias: 308; 

3 LUGARES/CASAIS COM O NÚMERO DE REGISTO ENTRE 249 e 200

Engarnais Cimeiros: 244; Igreja: 243; Camarrão: 203;

2 LUGARES/CASAIS COM O NÚMERO DE REGISTO ENTRE 199 e 150

Entre Serras: 176; Carreira: 153; 

4 LUGARES/CASAIS COM O NÚMERO DE REGISTO ENTRE 149 e 100

Vimiero: 143; Lercas: 135; Engarnais Fundeiros: 123; Casas Novas: 122.

14 LUGARES/CASAIS COM O NÚMERO DE REGISTO ENTRE 99 E 50

Casal Pita: 96; Casas Pretas: 90; Lomba Cimeira: 81; Sourões: 79; Carril: 78; Cascalhos: 75; Casal dos Vares: 63; Cabrais: 68; Outeiro Cimeiro: 63; Várzea: 54; Outeirinho: 52; Surdo: 51; Vale do Esteio: 50; Venda: 50.

21 LUGARES/CASAIS COM O NÚMERO DE REGISTO ENTRE 49 e 10

Tojal: 49; Casal da Neta: 48; Casal dos Cordeiros: 38; Murteira: 35; Castelo: 34; Cova de Madeiro: 28; Lomba Fundeira: 28; Vale: 28; Casal dos Lousos: 26; Monte Novo: 25; Casalão: 21; Portela: 16; Casal da Figueira: 17; Vale Covo: 15; Vale da Fontinha: 13; Canenhos: 11; Casal dos Castanhos: 11; Casal Fundeiro: 11; Outeiro Fundeiro: 11; São Gabriel: 11; Colmeada/Cumeada: 10.

20 LUGARES/CASAIS COM MENOS DE 10 REGISTOS

Tejo: 9; Aldeias: 8; Cardal: 8; Mendavão: 8 Raposeira: 7; Azenha Nova: 6; Barca: 6; Bica da Pedra: 5; Casal da Foz: 1; Casal das Freiras: 5; Fonte Sapo: 5; Barca de Bandos: 4; Ponte: 4; Anselmo: 3; Apeadeiro: 3; Bexiga: 2; Rio Frio: 2; Telheiros: 2; Casal da Foz: 1; Casal da Milha: 1; Escorrega: 1.

Locais indicados nos registos não pertencentes à freguesia de Mouriscas: Ribeiro David, Faxeiros e Torres da Vargens.

O número de registos em cada lugar dá-nos uma ideia geral da distribuição espacial da população mourisquense, que, tal como hoje acontece, se repartia desigualmente pelo território da freguesia, dando origem a um povoamento rural, disperso e aglomerado.  

Assim, de norte para sul, como lugares da freguesia mais povoados apresentavam-se:

No extremo norte da freguesia: Lercas: 135 e Entre Serras: 176;

No centro e centro oeste: Ferrarias: 308, o povoado com o maior número de registos; Igreja: 243; Carreira: 153 e Vimiero: 143.

No centro sul e extremo sul: Engarnais Cimeiros: 244; Camarrão: 203; Engarnais Fundeiros: 123 e Casas Novas: 122.

Locais do extremo sul, próximos da margem direita do Tejo(por ordem alfabética):

Apeadeiro: 3; Barca: 6; Barca de Bandos: 4; Bexiga; Canenhos: 11; Casal da Foz: 1; Casal das Freiras: 5; Casal dos Cordeiros: 38; Cascalhos: 75; Castelo: 34; Ponte: 4; Tejo: 9; Vale Covo: 15.

Distribuição de lugares a norte e a sul, tendo como divisória a Estrada Nacional que liga 
Abrantes ao Mação e que atravessa a freguesia:

Parte Norte

Anselmo: 3; Bica da Pedra: 5; Cabrais: 68; Cardal: 8; Carreira: 153; Carril: 78; Casal da Neta: 48; Casal dos Castanhos: 11; Casal dos Lousos: 26; Casal dos Vares: 63; Casal Fundeiro: 11; Entre Serras: 176; Escorrega: 1; Ferrarias: 308; Lercas: 135; Lomba Cimeira: 81; Lomba Fundeira: 28; Mendavão: 8; Murteira: 35; Outeiro Cimeiro: 63; Portela: 16; Raposeira: 7; Sourões: 79; Tojal: 49; Vale da Fontinha: 13; Vale do Esteio: 50; Várzea: 54; Vimieiro: 143.

Repartidos pelos dois lados da dita Estrada:

Igreja: 243 e Venda: 50.

Parte Sul

Aldeias: 8; Apeadeiro: 3; Azenha Nova: 6; Barca: 6; Barca de Bandos: 4; Bexiga: 2; Camarrão: 203; Canenhos:11; Casalão: 21; Casal da Figueira: 17; Casal da Foz: 1; Casal das Freiras: 5; Casal da Milha: 1; Casal dos Cordeiros: 38; Casal Pita: 96; Casas Novas: 122; Casas Pretas: 90; Cascalhos: 75; Castelo: 34; Charoeiros: 59; Cova de Madeiro: 28; Colmeada/Cumeada: 10; Engarnais Cimeiros: 244; Engarnais Fundeiros: 123; Fonte Sapo: 5; Monte Novo: 25; Outeirinho: 52; Outeiro Fundeiro: 11; Ponte: 4; Rio Frio: 2; São Gabriel: 11; Surdo: 51; Tejo: 9; Telheiros: 2; Vale: 28; Vale Covo: 15.

Estes dados permitem-nos concluir existirem na parte sul da freguesia 36 lugares contra 28 da parte norte. Contudo é esta, aliás com maior área, que se apresentava com um mais significativo número de registos: 1660 para 1422. Nas duas áreas há a incluir os dois lugares que se distribuem pela parte norte e pela parte sul: Igreja: 243 e Venda: 50, verificando-se que na parte sul existe um maior povoamento.

Locais próximos da margem direita da Ribeira do Rio Frio(por ordem alfabética):

Azenha Nova: 6; Cova de Madeiro: 28; Rio Frio: 2.

Locais próximos da margem esquerda da Ribeira da Arcês (por ordem alfabética):
Bexiga: 2; Bica da Pedra: 5; Escorrega:1; Anselmo: 3.

As margens do Tejo e das ribeiras que limitam a freguesia, pela sua agressividade física, constituíram factores de repulsão que não permitiram um povoamento intenso como seria de esperar. Com excepção do Casal dos Cordeiros, Cascalhos e Castelo, com solos vermelhos de excelente qualidade, onde houve uma razoável fixação demográfica, os restantes lugares referidos tiveram uma diminuta expressão populacional.

De realçar o aparecimento mais tardio de alguns lugares, mais próximos de 1910, a maioria sediados na parte sul da freguesia, cujos primeiros registos datam de:

1883- Casalão: 21;
1896- Casal da Foz: 1;
1897- Apeadeiro: 3;
1898- Bexiga: 2;
1898- Cardal: 8;
1898- Casal das Freiras: 5;
1899- Casal da Milha: 1;
1901- Rio Frio: 2;
1902- Telheiros: 2;

A maior parte destes lugares terão surgido com a construção da linha da Beira Baixa, inaugurada, entre Abrantes e Castelo Branco, em 5 de Setembro de 1894, estando alguns dos outros relacionados com a indústria artesanal da cerâmica e da moagem de cereais, em moinhos e azenhas.

No documento em análise que serviu de base à elaboração do presente trabalho sobre a antroponímia mourisquense, para além do nome, da data e local de nascimento da criança, dos nomes dos pais e avós paternos e maternos, está também disponível o nome dos padrinhos do baptismo. Uma breve análise mostra-nos que os pais convidavam para padrinhos dos seus filhos: os avós paternos ou maternos, os tios paternos ou maternos e amigos próximos, sendo, possível, segundo as conveniência, vários arranjos, com seja uma avô materno e uma avó paterna, uma avô e uma tia, ... . 

A religiosidade cristã de muitas famílias é, frequentemente, manifestada pela escolha de Nossa Senhora do Rosário para madrinha: «Manuel Dias Trindade e Nossa Senhora do Rosário»; «Luis Alves Bento e Nossa Senhora do Rosário», »Manuel Alves e Nossa Senhora do Rosário», «avô paterno e Nossa Senhora do Rosário», ... .

Com a publicação do presente trabalho procurou saber-se, em relação a cada sexo, quais os nomes, sobrenomes e apelidos que foram dados e usaram os nossos ascendentes próximos(pais, avós, bisavós, ... ), conhecer a sua razão de ser e desvendar o significado de alguns deles e, ainda, quantas crianças nasceram por ano e em que lugares. Também foi referenciada a escolha dos padrinhos de baptismo, geralmente, familiares de sangue, e a substituição da madrinha pela Nossa Senhora do Rosário. Para, finalmente, ser referenciada a distribuição espacial da população de Mouriscas e indicados os lugares/casais de formação mais próxima de 1910.

Para conhecer as alterações verificadas na antroponímia mourisquense depois de 1910, que, serão muitíssimas, lanço aqui um desafio os meus conterrâneos mais jovens e não só, convidando-os a fazer pesquisa nos livros de registos de nascimento, nos dois períodos seguintes; 1911 a 1950, e 1951 a 2000, de modo a poderem comparar-se os resultados com os do presente estudo. Será um valioso contributo que prestarão a Mouriscas e às suas gentes, que as gerações vindouras muito apreciarão.

Referências Bibliográficas


Antroponímia Antiga e Moderna. Instituto de Camões, Centro Virtual Camões, 2001.

GUÉRIOS, Rosário Farâni Mansur, Nomes & Sobrenomes. S. Paulo, Editora Ave Maria, 1994.

LEITE DE VASCONCELHOS, José, Antroponímia Portuguesa. Tratado Comparativo da Origem, Significação, Classificação, e Vida do Conjunto dos Nomes Próprios, Sobrenomes, e Apelidos, Usados por Nós Desde a Idade Média até Hoje. Lisboa, Imprensa Nacional. 1928.

SITES DA NET

http://www.geocities.com/Broadway/Stage/7734/signif1.html

http://www.mulhervirtual.com.br/nomes/nomes.htm.

http://www.bn.com.br/~lavirod/nomes.htm


Texto da autoria de Carlos Bento.

 

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