A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO POVO
Enquanto não param os aumentos sobre o povo, (austeridade) em vários países do mundo, estão a vir pessoas para as ruas manifestarem-se contra os aumentos de tudo e mais alguma coisa e, por essa razão, tem havido violência e repressão policial. O sucesso ronda as manifestações organizadas, mas a instrumentalização do povo também não cessa. Seria de esperar a mudança de postura da imprensa em relação aos protestos populares, mas tal ainda não disparou: Como se isso fosse algo de positivo para todo o país! De acordo com alguma imprensa, o descontentamento dos manifestantes deve-se também à corrupção, e à criminalidade…
Falácia manhosa também. É evidente que essas questões também são importantes, mas os jovens que estão nas ruas estão preocupados com questões muito mais profundas. A juventude está mostrando que não quer compartilhar dos valores individualistas, consumistas e utilitaristas da geração dos seus pais. O grito dos jovens está longe de bradar contra os “mensageiros”, contra a inflação, contra as políticas sociais de transferência de rendas. O movimento é progressista por natureza e agora tem de saber lidar com uma ameaça feroz: a direita. Ter medo da direita porquê? E porque não da esquerda e extrema-esquerda? Que tem desaparecido por todo o mundo! O aparelho mediático que serve a esses interesses já foi accionado. A grande imprensa já está mobilizada para matraquear o movimento de acordo com um ideário mais honesto, competente e conservador, por isso o povo precisa tornar o seu recado mais entendível. Os políticos tentam sempre pôr tudo em termos de esquerda e direita. O povo começa a perceber o embuste que está nessa postura. O que queremos é derrubar as barreiras entre ricos e pobres, quebrar os muros entre centro e periferia, consolidar o povo como um actor político de importância ímpar e lutar por um país com justiça social, sem desigualdade e com oportunidades iguais para todos e todas. Nada mais. E nada menos. Vamos à luta!