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O ENTARDECER

O ENTARDECER

“ O lodaçal das suspeitas “

 

A expressão “ O lodaçal das suspeitas “ é uma definição perfeita, da actual situação na sociedade civil portuguesa. Nunca o grau de desconfiança, de todos em todos, foi tão grande como actualmente. No mundo do trabalho, antigamente, era possível a inscrição em concursos públicos ou privados e contar, com alguma seriedade da parte dos responsáveis. Hoje, o que conta, como se diz em Angola, é o «esquema».

 

ELE, mais não é do que uma enorme multiplicidade de influências, de que alguns, podem deitar mão. Falar abertamente com uma pessoa, mesmo amiga, começa a ser muito complicado. Estão em funcionamento certas cumplicidades, quase imperceptíveis, e que por isso a maioria das pessoas não detecta. Aqueles que delas se apercebem, e forem cautelosos e discretos, podem ter descoberto o futuro, mesmo que com alguns sustos pelo meio e muita falta de escrúpulos.

 

 

Enfim, tudo na actualidade é passível de desconfiança. Desconfiar é assim, como que, um seguro de vida, para evitar grandes problemas. A situação de suspeita constante é tão flagrante que eu aconselharia o meu melhor amigo a desconfiar da própria sombra!    

 

É gente com o perfil e actuação dos “clones” que, pelo culto do segredo e falta de transparência, arrasta o pais para o lodaçal das suspeitas em que estamos mergulhados.

 

 

Não há democracia que valha com cidadãos que só se preocupam com os seus interesses pessoais ou de grupo, que não se interessam pelo que é o bem de todos e condição mínima do verdadeiro desenvolvimento.

 

 

INFLUENCIAM A OPINIÃO PÚBLICA

 INFLUENCIAM A OPINIÃO PÚBLICA

"As taxas de desemprego, da economia e outras, são altamente erosivas ou apelativas da popularidade dos governos, fazendo com que tenham grande dificuldade/facilidade em serem ou não reeleitos quando sofrem períodos de grande inflação e ou “descontentamento elevado", diz-se. Mas, salienta-se, "o mais importante" é a evidência da verdade pois "é muito importante a forma" como as más/boas notícias, o desemprego e a inflação, chegam ao eleitorado.

"Países com cobertura mediática mais intensa são países que estão de facto a ser monitorizados de modo especial pelo eleitorado que depois vai penalizar os governos por um mau desempenho económico, que se traduz no desemprego e na taxa de inflação".

Já sobre a distribuição do investimento público, afirma-se ainda, que "mais vale ser um município importante em termos de estratégia partidária, do que propriamente ser um município da mesma cor que São Bento".

No entanto, reconhecem os investigadores, os municípios que "são da mesma cor que São Bento tendem a ser mais favorecidos em termos de investimento público".

Quanto à baixa de juros para próximo de 0%, num panorama de recessão, tem por objectivo reanimar o consumo e investimento mas pode provocar aquilo a que os economistas chamam de “armadilha de liquidez”. Vamos a caminho de uma depressão!

Quanto às taxas que a comunicação social, sem explicitar, seja o que for, traz a público, elas são apregoadas pelo respectivo governo ou então ignoradas, conforme lhes forem ou não favoráveis!

Tendo em vista a importância de tais referências para a opinião pública, que acaba por influenciar a sua decisão no sentido do voto, e defendendo a verdade democrática, deveria haver um curto conselho de análise a estas taxas, a fim de proteger algo que seria difícil defender, por exemplo, na Assembleia da República, onde por força da maioria de votos, essas taxas seriam controladas.

A verdade tem de ser trazida ao povo, para que ele não erre tanto nas votações que faz e, neste caso, se eliminem cativações, bonificações fiscais, crescimento económico e tantas outras possíveis manipulações, tão perniciosas, a quem decide a favor de todos, que são os votantes.

 

 

 

ESTADO PATRÃO CHEGA AO FIM

 

A Economia Social na União Europeia

 (CIRIEC, 2007),

 

Em 2005 existiam na União Europeia (25), mais de 240 000 cooperativas economicamente activas em diversas áreas de actividade: agricultura, intermediação financeira, sector retalhista e alojamento, indústria, construção e serviços. Estas cooperativas davam trabalho directo a 3,7 milhões de pessoas e correspondiam a mais de 143 milhões de filiados. Mais de 120 milhões de pessoas eram assistidas por mutualidades ao nível da saúde e da segurança social, sendo que as mútuas seguradoras tinham uma quota de mercado de 23,7%. Ainda segundo o mesmo relatório, trabalhavam na UE 25 mais de 5 milhões de  voluntários a tempo inteiro (CIRIEC, 2007: 7). Se ao sector cooperativo juntarmos as outras iniciativas da economia social (associações, fundações e organizações afins) os valores ascendem a 11 milhões de pessoas empregues, o que equivale a cerca de 7% da população activa da UE.

 

 

A Revolução Industrial

 

 

O escocês James Watt

A Revolução Industrial significou o início do processo de acumulação rápida de bens de capital, com consequente aumento da mecanização. Isso deve - se ao facto de o capitalismo (a economia de mercado, e nunca o Estado) se ter apresentado como sistema económico vigente.

A característica essencial da Revolução Industrial é que antes dela o progresso económico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e depois a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história da humanidade. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3.5 milhões para 8.5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.

Antes da Revolução Industrial, a actividade de produzir era feita pelos artesãos, os quais muitas vezes, eram proprietários da matéria-prima e comercializavam o produto final do seu trabalho manual. Utilizam apenas algumas ferramentas, um único artesão realizava o trabalho ou um grupo organizava - se para dividir as etapas do processo da produção, sem utilizar máquinas, por isso se chama manufactura. Esses trabalhos eram realizados em oficinas construídas nas casas dos próprios artesãos.

Depois da Revolução Industrial, os trabalhadores não eram mais os “donos” do processo. Eles passaram a trabalhar para um patrão como operários ou empregados. A matéria-prima e o produto final não lhes pertenciam mais. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam ao empresário, dono dos mecanismos de produção e para o qual se destinava o lucro.

Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana, hidráulica e animal para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e económica que se vinha  processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com particular incidência nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países que permaneceram católicos a revolução industrial aparece, regra geral, mais tarde e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente (os países protestantes).

Já de acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, integra o conjunto das chamadas “Revoluções Burguesas” do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para ele , o capitalismo seria um produto da revolução industrial e não sua causa.

COM PEQUENO ALMOÇO TOMADO!

Fim do período

 

Por volta de 1300 a população europeia teria atingido aproximadamente 100 milhões de pessoas e, segundo alguns, o continente estava superpovoado. Ocorre, então, uma sensível pioria climática. Períodos de fome como o de 1315-1317, eventos catastróficos como a Peste Negra, além de conflitos como a Guerra dos cem anos, causam abalos nas estruturas da sociedade e trazem um forte baque no ciclo de prosperidade que se havia instalado. Algum tempo depois esse baque seria superado, mas então já estaremos na transição da Idade Média para a Idade Moderna, com o Renascimento Italiano.

A partir do século XII, a Europa expandiu - se e a vida cultural desloca - se dos mosteiros. Em meados do século XIII, estavam funcionando várias universidades: Paris, Montpellier, Oxford, Cambridge, Bolónia, Salerno, Palencia e Salamanca.

O ensino era em latim e o instrumento básico era o livro. Devido ao desenvolvimento criado por essas universidades, houve a necessidade de dispor novos textos correctamente escritos no menor tempo possível e a baixo preço, criando a figura do estacionário, pessoa encarregada de conservar os exemplares, fazendo com que a difusão fosse realizada com a máxima fidelidade possível. As cópias eram feitas pelos próprios estudantes ou confiadas aos encadernadores , que existiam geralmente ligados às universidades.

Começa a ser criada a profissão dedicada a fazer  livros, onde se desenvolve o ofício das artes aplicadas: caligrafia, iluminação e encadernação. A partir daí, o livro passa a converter – se  num objecto de ostentação, criando-se verdadeiras obras de arte com a colaboração dos mais destacados artistas da época onde o texto é relegado para segundo plano.

Em fins do século XIII, começa uma das revoluções mais transcendentes da história do livro: o aparecimento do papel. A produção do papel será feita com trapos de linho e cânhamo. Os materiais que predominam na encadernação são peles, que procuram conservar seu valor natural. A decoração é completada com um traçado de três filetes grossos no meio dos quais se estampam os ferros a frio, formando quadros que eram marcados com figuras de santos, emblemas, flores estilizadas e folhas.

Entre o século XIII e o XV, desenvolve - se em toda a Europa a encadernação gótica e durante todo século XVI, os manuscritos são luxuosos, convivendo com livros populares com o objectivo de satisfazer todos os gostos e necessidades.

Com o aparecimento do papel, material muito mais barato, a nova tecnologia foi baptizada com o nome de "Galáxia Gutenberg" e o manuscrito será uma forma de arte e produto exótico frente à obra mecânica que o tempo se encarregará de converter este invento na maior revolução da história da cultura.

ALDRABICE DAS CONTAS?

 

A crise engenhosamente construída.

A Grécia arruinou-se ou foi conduzida à falência?
por Karl Müller

Enquanto os discursos dominantes atribuem a situação económica crítica da Grécia a uma má gestão camuflada por aldrabice das contas públicas, Karl Müller analisa-a como a consequência de políticas externas ao país. Classicamente, põe em causa o papel das agências de classificação para favorecer a especulação. Sobretudo, e isto são muito pouco conhecidos, põe em causa a política económica agressiva de Berlim que enriqueceu a Alemanha em detrimento dos seus parceiros mais pequenos da zona euro.

Globalização Económica

Atenas, princípio de Fevereiro de 2010.

 

Por toda a parte, nesta cidade de mais de 3 milhões de habitantes que explode literalmente, encontram-se pessoas amáveis, abertas, comunicativas e trabalhadoras.
Serão elas responsáveis pelo facto de a União Europeia condenar o seu país ao pelourinho? E será culpa delas que desde há algumas semanas, o seu país seja manchete nos jornais de uma forma tão negativa? Ou será que os verdadeiros responsáveis se encontram algures?
Quem são estas famosas "agências de classificação" ?
No dia 11 de Fevereiro, o presidente do grupo socialista do Parlamento Europeu, Martin Schulz, no decorrer de uma entrevista à
Deutsch-landfun declarou: "Mencionaram as agências de classificação
que, parece, baixaram a classificação de solvabilidade da Grécia.
Gostaria de falar esta manhã com os chefes de Estado e de governo· [eles estavam reunidos a 11 de Fevereiro para falar da crise
financeira da Grécia] a fim de saber quem são estas agências de
classificação e que interesse têm elas em declarar que as medidas são
ineficazes, que é preciso aumentar taxas de juro dos empréstimos que
serão concedidos a qualquer momento quer por países quer por bancos privados. Alguém vai receber estes juros, mas quem? Quem tem interesse em que se aumentem as taxas? As agências de classificação. Mas quem são elas? Esta é uma das pequenas questões que apresento de passagem pois nunca são debatidas".
A culpa cabe aos especuladores monetários?

Rudolf Hickel, especialista de esquerda em questões financeiras,
exprimiu os seus temores ao declarar em 11 de Fevereiro ao Spiegel
Online:

"Uma falência da Grécia poderia causar a ruína de todo o
sistema do euro".

Segundo a média alemã, toda a agitação a propósito da Grécia foi provocada voluntariamente por aqueles que especulam com as moedas, "pois os beneficiários de uma eventual falência do Estado são sobretudo aqueles que especulam em Bolsa com as moedas". Segundo Hickel, "quanto mais pequeno for o país, mais ele é entregue brutalmente aos especuladores. [...] Após a Grécia, a Espanha e a Itália estarão na linha de alvo dos especuladores".
O capital financeiro age ao seu bel-prazer· Para o chefe dos socialistas europeus, trata-se de um dilema: por um lado eles aferram-se com todas as suas forças à UE e ao euro para os seus projectos de governo mundial. Por outro lado, o capital financeiro - os responsáveis socialistas estão sempre ao seu serviço, age ao seu bel-prazer e nunca se sabe com certeza a favor de quem ou contra quem ele se decide neste ou naquele caso. Actualmente, não apenas para com o euro, mas sobretudo em relação ao dólar? Diz-se que os Estados Unidos, este ano, vão lançar 2,5 mil milhões de empréstimos públicos. É muitíssimo dinheiro e a concorrência aumenta nos mercados
financeiros. Em todo o caso, isso dá uma chicotada nos negócios.
Hickel diz simplesmente:

"Os especuladores não visam um curso particular do euro que reflectisse adequadamente a actividade económica. Eles sacam muito mais lucros com um curso extremamente instável".

Segundo o Neue Zürcher Zeitung de 11 de Fevereiro, a bolsa de futuro de Chicago, que é determinante para o negócio dos derivados monetários, actualmente aposta mais do que nunca contra o euro. Faz-se negócios com os juros. Também se fazem negócios com os juros. Só em Abril e Maio de 2010, empréstimos do Estado grego num montante de cerca de 40 mil milhões chegando à maturação deverão ser reembolsados por meio de novos empréstimos, novos créditos, contudo não mais a 3% e sim a cerca de 6%. Os prestamistas chamam a isso "prémio de risco" por causa da dívida pública grega. Na realidade, eles assim duplicam os seus lucros pois até aqui a Grécia sempre pagou. Parece que este ano, um total de 2,2 mil milhões de empréstimos públicos chegam à maturação na zona euro. Uma grande parte deverá ser financiada recorrendo aos mercados financeiros. E se o mundo das finanças conseguisse também aqui – em Portugal, na Itália e na Espanha e igualmente em França e na Bélgica, talvez mesmo na Alemanha -- fazer escalar as taxas de juro com a ajuda das agências de classificação? Um por cento a mais representa 22 mil milhões de euros. Isto seria um negócio formidável... em todo o caso durante tanto tempo quanto os povos e os Estados participarem neste jogo sinistro. E o que aconteceria se o euro não pudesse mais ser sustentado, se a UE afundasse e se por exemplo a Grécia não reembolsasse mais as suas dívidas senão em condições justas?
A Alemanha lucrou com o euro... em detrimento de outros países

Antes de mais nada, a Alemanha perderia enormemente o seu poder. Até agora a sua indústria exportadora, em particular, lucrou
consideravelmente com a UE e a introdução do euro. Actualmente, as
exportações representam cerca de 50% do PIB.

O jornal Junge Welt titulava em 9 de Fevereiro: "Falência made in
Germany. A ameaça do afundamento das finanças públicas de Estados da Europa do Sul é a consequência directa da política agressiva da
Alemanha em matéria de comércio exterior". No artigo podia-se ler:
"Desde há décadas, Berlim conduz uma política económica agressiva
fundamentada nas exportações. [...] A maior saída para o capital
alemão é a UE. [...] A moeda comum europeia privou os países da zona euro expostos a esta ofensiva exportadora alemã da possibilidade de restabelecer a competitividade das suas economias procedendo a desvalorizações da sua moeda. O enorme desequilíbrio económico que daí resulta manifesta-se de maneira flagrante através da Grécia, esta candidata à falência que, em 2008, importou mercadorias alemãs no valor de 8,3 mil milhões de euros ao passo que as suas exportações chegavam apenas a 1,9 mil milhões de euros.
 
Para o autor do artigo, uma causa importante do "êxito" alemão reside numa "estratégia de empobrecimento do mercado interno: Entre 2002 e 2008, os salários brutos aumentaram em média 15,2% na Alemanha, mas 31,9% no conjunto dos países da UE".

O euro conduz a um controle total dos Estados da UE
 
A grande indústria alemã tem "necessidade" de países como a Grécia,
mas a longo prazo isto não funciona senão se a política alemã puder
controlar cada vez mais estes países. E é para isso que serve a actual
política da cenoura e do bastão: o bastão das restrições para a
população, do controle por comissários europeus para o governo. O novo presidente da UE, Hermann van Rompuy, declarou após a cimeira de Bruxelas: "Pedimos ao governo grego para aplicar todas as medidas de maneira rigorosa e determinada". Mas a cenoura foi igualmente apresentada aquando da reunião de 11 de Fevereiro dos chefes de Estado e de governo: "Não abandonaremos a Grécia", declarou a chanceler alemã Angela Merkel (comunicado oficial).
 
Isto quer dizer que a Alemanha faz saber que em caso de insolvência da Grécia, ela está pronta a ajudar financeiramente... a fim de sustentar o euro e não, sem dúvida, por solidariedade.

E qual é o preço? A inflação? Ainda mais sacrifícios para o
contribuinte alemão e sobretudo em detrimento dos trabalhadores?
Daniel Gros, director do Centro for European Policy Studies (CEPS) de
Bruxelas, informou à revista alemã Manager Magazin em que consistia o "controlo da crise" em países como a Grécia: "Trata-se precisamente de baixa dos salários no sector privado. Para mim é o essencial". E ele
não pensava apenas na Grécia.

Os líderes socialistas europeus louvarão isto como um acto de
solidariedade. Os chefes de governo socialistas dos Estados europeus,
na véspera do encontro dos chefes de Estado e de governo, haviam
pedido uma "ajuda" urgente para a Grécia (e os outros países do Sul da Europa que eram postos em causa pelos jornais). Observemos bem
realmente: os socialistas europeus também querem a UE e o euro.
O governo alemão aspira a um estatuto de potência mundial?

Retornemos mais uma vez à Alemanha. A agência de informação privada estado-unidense Stratfor Global Intelligence publicou a 8 de Fevereiro uma análise interessante sobre o papel da Alemanha na Europa e no mundo ( "Germany's Choice" ). Durante décadas a Alemanha foi o tesoureiro da Europa sem desfrutar de um peso político real, mas agora ela não é mais um "observador passivo" munido de um livro de cheques".
Merkel é a primeira chanceler que governa "liberta do peso dos pecados passados". Ela já não está disposta a pagar pela Europa "em detrimento dos interesses alemães".
 
Mas ela pagará apesar disso, ou antes, por causa disso, no caso da
Grécia. Seria certamente "inteligente" que a Alemanha cessasse de
pagar e que a UE e o euro se afundassem, mas sem a UE e o euro a
Alemanha não poderia mais pretender o estatuto de potência mundial.
(Na verdade, para a população pouco importa.) Contudo, o governo
Merkel importa-se e o preço que os outros Estados da UE devem pagar
para isso é o controlo absoluto da Alemanha sobre o Banco Central
Europeu e por isso mesmo sobre os orçamentos de todos os países da
zona euro.
 
Mas não vemos perfilar-se aqui uma megalomania que já se manifestara outrora na Alemanha? O que é que torna o governo alemão tão certo de que não poderá encontrar-se em breve à beira da falência? Ou existem planos sinistros da direita e dos Verdes tendo em vista uma renovação
"alemã verde" que não recua diante de nada?

Mas retornemos à Grécia. Aquando das manifestações contra o plano de rigor imposto pela UE ao novo governo, podiam-se ler ou ouvir slogans como "Não aceitaremos o desemprego e a pobreza para permitir ao capital monopolista que faça grandes lucros" ou "Não pagaremos nem um cêntimo à plutocracia". O secretário-geral do sindicato grego dos funcionários Adedy declarou: "Eles prometeram que os ricos pagariam mais, ao invés disso eles se servem dos pobres. São estas políticas que combatemos, não a tentativa de ultrapassar a crise".

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