Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O ENTARDECER

O ENTARDECER

DO LIVRO EGÍPCIO AOS NOSSOS TEMPOS

 

Os estudos tradicionais consideravam o Egipto como o berço da escrita, porém, hoje está claro que a escrita suméria é anterior a esse tempo.

Contudo, desconhece-se a origem da escrita egípcia. Se por um lado se diz que foi uma criação original, nascida da necessidade de resolver os problemas de uma completa organização social, outros dizem que deriva dos Sumérios. O sistema egípcio reproduz quase totalmente a língua falada, e reflecte realidades abstratas e concretas. Era formada por três tipos de signos: pictogramas (desenhos que representam coisas), fonogramas (desenhos que representam sons) e outros signos determinantes.

A maioria das vezes lia-se da esquerda para a direita, outras vezes uma linha da esquerda para a direita, e a seguinte da direita para a esquerda, a leitura estava indicada pela orientação das cabeças de homens e pássaros, porém as vezes a representação de um Deus trocava o sentido da leitura, o qual ficava muito complicado. Além dessa, existiu mais dois tipos de escrita: a hierática ou sacerdotal, estilizada e usada em papiros religiosos e oficiais e a demótica, também chamada  escrita do povo.

Podemos dizer que os egípcios foram os que introduziram no mundo clássico a forma material do livro, o uso do papiro em forma de rolo, o emprego da tinta e a utilização das ilustrações como complemento explicativo do texto.

Em seguida, aparece o nascimento do Alifato nas costas do oriente mediterrâneo (Síria, Fenícia e Palestina) que se divide em dois subgrupos: o fenício que derivou do alfabeto grego e dos demais ; e o aramaico., dele derivando o hebreu e o árabe, tendo esta última uma incidência decisiva na nossa história, já que ela transcreveu alguns textos dos livros do Antigo Testamento. 

A partir do século IX aparece o alfabeto grego com 24 letras incluindo as vogais. Porém, somente na época clássica, no chamado século de Péricles, quando se estende a produção e comércio de livros, generaliza-se a leitura individual. Graças as obras filosóficas e teatrais a leitura expande - se e acelera-se a produção e comércio de livros na Grécia, com notícia da existência de célebres bibliotecas públicas e privadas. No ano de 550 a C. , o tirano Pisístrates construiu uma biblioteca pública e a célebre biblioteca de Aristóteles, nascido em 384 a C , foi transferida para a biblioteca de Alexandria após sua morte.

Do livro romano, assimilando os frutos da civilização grega, pouco se tem a comentar, somente o tipo de escrita utilizada, denominada letra capital ou maiúscula, utilizada desde o século III a C até ao século VI d.C, a sua decoração em forma de pequenos quadros com certas reminiscências da técnica iconográfica das pinturas murais de Pompeia.

Em seguida, a história do livro mostra-nos os Códices, sua forma de utilização, seus elementos decorativos, e sua produção. O Códice do vocábulo latino-codex, significa "fragmentos de madeira", um conjunto de lâminas de qualquer material, unidos entre si por anéis ou tiras de couro e protegidas por uma capa, sendo que seis rolos eram iguais a um Códice.

Surgiu-se a partir desse período, o Códice Bizantino e a iluminação bizantina que abrange os séculos IV-V, declinando com o apogeu da iluminação ocidental, com cores mais ténues e foscas. A encadernação bizantina tendo como características principais capas cobertas com materiais de luxo, couro, seda e brocados, chegando até ao uso de metais preciosos.

Com a queda do Império romano, a produção de livros teve uma lenta evolução, culminando com as invasões bárbaras, no século V, desaparecendo a aristocracia culta e dedicada aos estudos, em consequência, há um grande empobrecimento e uma grande ruralização, aumentando o analfabetismo e surgindo o monaquismo, com o objectivo de fomentar a austeridade cristã através dos ideais ascéticos e da vida eremita, sendo marcada pela ordem beneditina, criada por Benito de Nursia, no século V, no Mosteiro de Montecasino.

Os temas eram religiosos. Todos os mosteiros tinham um exemplar da bíblia, geralmente em grande formato e às vezes ricamente decoradas. Comentários bíblicos, os salmos e evangelhos, obras dos padres da igreja (São Agostinho, São Gregório e São Isidoro) e algum texto clássico que os monges utilizavam para praticar a língua latina.

Com a invasão muçulmana no ano de 711, a Espanha e toda a Europa provoca a convivência de três culturas livreiras: dos reinos cristãos ou mozárabe, islâmica e a hebraica, que se estende até o século XII. Neste período, as ilustrações são ricas, pois pretendiam dar um ensino visual, já que as pessoas não sabiam ler e também porque eram personagens importantes, os desenhos são toscos, puramente românicos, sem perspectivas, porém são brilhantes e coloridos.

O Renascimento do século XII consistiu num conjunto de transformações culturais, políticas, sociais, e económicas ocorridas nos povos da Europa ocidental. Nessa época ocorreram eventos de grande repercussão: a renovação da vida urbana, após um longo período de vida rural, girando em torno dos castelos e mosteiros; o movimento das Cruzadas, a restauração do comércio, a emergência de um novo grupo social (os burgueses) e, sobretudo, o renascimento cultural com um forte matiz científico-filosófico, que preparou o caminho para o renascimento italiano, eminentemente literário e artístico.

 

Mapa das Universidades medievais

É um período que se caracteriza pela emergência de um novo grupo social: os burgueses, dedicados essencialmente ao comércio (que se vai impondo como uma das actividades económicas mais determinantes da sociedade). É interessante verificar que até o nome burguês provém de "burgo", que remete para outra característica desta época histórica: a modificação das cidades que vão abandonando a sua dependência agrária, em torno dos castelos e dos mosteiros.

As mudanças culturais são também reflexos do contacto com o mundo oriental e árabe através das cruzadas e do movimento de reconquista da Península Ibérica. De fato, na altura, o mundo islâmico encontrava-se bastante avançado em termos intelectuais e científicos. Os autores árabes tinham mantido durante muito tempo um contacto regular com as obras clássicas gregas (Aristóteles, por exemplo), tendo feito um trabalho de tradução que se tornaria valioso para os povos ocidentais, já que por este meio voltaram a entrar em contacto com as suas raízes eruditas anteriormente “esquecidas”. Seja em Espanha (Toledo), seja no sul de Itália, os tradutores europeus vão produzir um espólio considerável de traduções que permitiram avanços importantes em conhecimentos como a astronomia, a matemática, a biologia e a medicina, e que se tornariam o gérmen da evolução intelectual europeia dos séculos seguintes.

O mesmo ciclo de prosperidade que impulsionou a produção cultural traz também grande impacto na área da técnica. Ocorrem muitas inovações na forma de utilizar os meios tradicionais de produção. No sector agrícola, por exemplo, foi essencial o desenvolvimento de ferramentas como a charrua, o peitoral, o uso de ferraduras, e a utilização de moinhos d'água. Na arquitectura, surge o estilo Estilo gótico, que foi possibilitado por diversos avanços nas técnicas que foram aplicadas à construção das catedrais.

O período que segue o renascimento do século XII já foi chamado de a Revolução Industrial da Idade Média, pelo aumento radical no número de invenções e importação de tecnologias. Presenciaram-se descobertas como as dos óculos no século XIII, da prensa móvel no século XV, o aperfeiçoamento da tecnologia da pólvora (descoberta na China) e a invenção dos relógios mecânicos, que se espalharam nos ambientes urbanos e transformaram a noção de tempo daquelas sociedades. Muito importantes foram também avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio, que, somados às mudanças na confecção de mapas e à invenção das caravelas, tornaram possível a expansão marítimo-comercial Europeia do início da Idade Moderna.

 

A EVOLUÇÃO SOCIAL E TECNOLÓGICA

                   

A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes épocas da história da humanidade são historicamente reconhecidas, pelo avanço tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro e do ouro, por exemplo, correspondem ao momento histórico-social em que foram criadas “novas tecnologias” para o aproveitamento desses recursos da natureza de forma a garantir melhor qualidade de vida. O avanço científico da humanidade amplia o conhecimento sobre esses recursos e cria permanentemente “novas tecnologias”, cada vez mais sofisticadas. (Kenski, 2003, p. 20)

 

Até chegar ao computador o homem sempre, desde os primórdios, procurou meios de substituir a rotina dos seus trabalhos por um instrumento que pudesse fazer isso por ele. Das armadilhas para a captura dos animais até aos mais sofisticados computadores da actualidade o homem sempre se apoiou no automatismo.

Os artistas plásticos, apaixonando-se pelas suas estátuas, procuravam dar-lhes movimentos, e mesmo vida. A história da Antiguidade está recheada de aspirações, imaginações, fantasias, muitas vezes transformadas em mitologia. 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Arquivo

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub