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O ENTARDECER

O ENTARDECER

OVELHA NEGRA

 

 

Ousou dar de si um tempo imenso

Na ânsia de encontrar, um dia, o seu,

Perdida no cansaço tão propenso

A lembrar-lhe que o sol já se escondeu!

 

Olhou-se por dentro, já sem tempo

Viu uma linha enrolada ao destino

E para rompê-la, essa réstia de alento,

Bastava só um sopro pequenino!

 

É tão escasso, o espaço, que lhe resta,

Recorda, só e lenta, o sonho que criou

Espreita a vida, pela pequena fresta

Da janela que a si própria fechou.

 

Não se lembra de ter fome, nem sede,

Sente pairar no ar um clima estranho...

Perdeu-se na lonjura do prado que alcançou

...Como ovelha negra, que foge do rebanho!

 

 

 

 

 

OS NOSSOS DESEMPREGADOS

ONDE ESTÃO OS NOSSOS DESEMPREGADOS?

Depois de a sua filha ter sido assassinada durante uma viagem em família, Mack entra em depressão profunda e passa a questionar todas as suas crenças. No meio de mais uma crise de fé, ele recebe uma carta misteriosa ordenando que vá até à cabana na qual o corpo da sua filha foi encontrado.  Apesar das suas dúvidas, Mack segue para o meio da mata do Oregon onde encontra três pessoas enigmáticas que mudarão para sempre a sua vida. Neste encontro, Mack escuta verdades significativas que irão transformar o seu entendimento sobre a tragédia que abalou a sua família e a sua vida mudará para sempre.

Caros amigos, pressinto que estão à espera de saber quais são as verdades significativas. Pois é! Também eu gostaria de vos dizer quais são elas. Porém, também eu estou completamente desorientado e esquecido. Já não sei o que é a verdade ou a mentira! Acordei hoje, a pensar que o nosso governo só fala para criancinhas! Verdade, ao ligar a rádio, televisões ou ler os jornais, fico aflita sem saber o que fizeram aos adultos deste país! Tudo isto me convence de que os governos que escutamos contam histórias sem fim à criançada que não se cansam de bater palmas, mas não adormecem.

Os adultos, com as coisas neste pé, devem ter emigrado para fazerem baixar o número de desempregados…. Na cabana, não estarão por certo, dificilmente lá caberiam. Talvez estejam ou andem disfarçados de empregados, não a tempo inteiro! Divididos por muitas cabanas ……
 

O POLVO

 

Nada melhor para definir o segredo do que descrever o polvo:        

 

“Octopus vulgaris”. Agarra-se a tudo que passa ao seu alcance. As mandíbulas são terríveis. Atrai o peixe miúdo e o graúdo Aprecia especialmente as lagostas e as santolas. O polvo é capaz da camuflagem mais perfeita mais adequada a cada situação. Mas, não se engana quem considera o polvo um ser manifestamente róseo ou rosado, tendo essa tonalidade predominante e mimética, múltiplas gradações de intensidade variável. O polvo é pois um predador inveterado. Sempre pronto a lançar nuvens de tinta negra para se disfarçar e ocultar situações, exímio na mudança de cor e de atitude ao sabor das conveniências, dotado de um apetite insaciável!

 

O nosso País precisa, isso sim, de organizações que debatam as grandes dificuldades que enfrentamos, até pode ser em segredo, mas no plano da execução o «segredo» tem que ficar de fora, para que tudo possa reflectir o máximo de transparência. Ela, a transparência, é a única forma de captar a confiança do povo e a sua inteira motivação para a luta que nos espera. O segredo incentiva as práticas ilegais e menospreza o ser humano. 

 

 

OS SISTEMAS DE BLOQUEIO

 

 

Quem ouvir os noticiários, ler os jornais e alguns livros e for ouvindo os telejornais, procurando estabelecer uma relação entre as notícias, depara certamente com acontecimentos aparentemente sem lógica, mas que se percebe não acontecerem por acaso, tal o grau de eficiência que existe na sua execução.

É como se um conjunto de pessoas, não expostas, mas muito influentes, através de um complicado sistema de cordelinhos conseguissem encaminhar todos os acontecimentos a seu belo prazer, supõe-se também que com vantagens próprias asseguradas.

 

Do real ao imaginário, podemos visualizar um rio, daqueles com água muito transparente e fria, naturalmente pouco profunda. A sua torrente vai esbarrando nas imensas pedras espalhadas no seu leito, sem que a água nunca as cubra. A leveza que proponho, física e mental, vai permitir, que saltemos de pedra em pedra, quase sem nelas fazermos peso. Sempre que o nosso pé toca numa pedra, pisamos a realidade. Enquanto saltamos, percorremos o imaginário.

Provavelmente, tudo não passará de simples coincidência, ou mesmo de pura alucinação, com certeza provocada pelo “stress” com todos os seus efeitos colaterais geradores de desconfianças, fraquezas, mal entendidos e especulações, mas, mesmo assim, vale a pena pensar, evitando a castração do melhor que Deus nos deu, que foi o recurso ao pensamento.

Naturalmente que se forem coincidências, também não vem grande mal ao mundo, estaremos então a entrar no campo da pura ficção, que de certo modo nos fará esquecer outras preocupações mais reais e nefastas para a nossa saúde e bem-estar psíquico.

Ninguém duvidará da honestidade e competência de ninguém, contudo, ficou sempre por esclarecer o que eram e de onde vinham as ditas forças de bloqueio. Acredita-se que elas existiram e continuarão sempre a existir. Tinham e têm, sobretudo, uma ação bloqueadora terrivelmente nefasta! Estarão, também, as mais das vezes, ao serviço do mal!

 

 

 

 

 

 

As paróquias e as freguesias

                          

 

Podemos afirmar que a Freguesia é uma consequência lógica da evolução das Paróquias, cujo começo teve origem em 1830 pelo Decreto n.º 25.

A partir dessa altura e na base desse Decreto em cada Paróquia haveria “uma junta nomeada pelos vizinhos da Paróquia e encarregada de promover e administrar todos os negócios que forem de interesse permanente local”. A partir de então passaram as Paróquias/Freguesias a fazer parte, como autarquias locais, do sistema administrativo público do Estado.

Ao longo destes 172 anos, apesar de várias tentativas para extinguir as freguesias, estas, ao contrário revitalizam-se.

Hoje as Juntas de Freguesias são órgãos do Estado que se afirmam, cada vez mais, junto das populações quer pelo trabalho que desenvolvem quer pelo empenho que manifestam na defesa dos interesses locais.

O título meramente informativo mas com o objetivo bem definido de todos os leitores poderem aferir do que era a Paróquia/Junta de Freguesia ao tempo, realço alguns aspetos bastantes curiosos:

1-Têm voto, na eleição dos membros da Junta e secretário da Junta da Paróquia todos os chefes de família ou cabeças de fogo, domiciliados na área da Paróquia.

2-Era ao regedor da Paróquia que competia presidir à Junta e dirigir os seus trabalhos. Além do gesto administrativo da Junta, era da sua competência manter a ordem pública, procurando prevenir ou dissipar qualquer rixa, tumulto ou motim.

3- Perante uma morte violenta era competência do regedor não consentir que o cadáver fosse enterrado enquanto o Juiz de Fora ou do Crime não viesse fazer o exame com médicos ou cirurgiões.

4-Também era da sua competência no caso “flagrante delito” ou em seguimento dele prender as pessoas envolvidas, remetendo-as dentro das primeiras 24 horas contadas a partir da hora da prisão, ao Juiz de Fora ou do Crime debaixo de guarda segura acompanhado do respetivo auto que tivesse sido lavrado.

5- Outro aspeto, mais de acordo com a hoje chamado Solidariedade Social estava na competência do regedor em recolher quaisquer crianças achadas ou abandonadas na área da Paróquia e encaminhá-las para a roda dos enjeitados do Concelho provendo à sua sustentação e condução; se algum vizinho da Paróquia quisesse encarregar-se da criação e educação gratuita e caritativa da criança desde que fosse considerado pessoa capaz para o fazer, o regedor entregava-lhe a dita criança lavrando-se Auto de Entrega que após assinado seria remetido ao Juiz de Órfãos etc.

Não será porém de admirar que apesar de estar consagrada uma verdadeira autonomia das Freguesias no n.º2 do art.237 da Constituição da República Portuguesa estas ainda não o tenham conseguido por vários motivos onde a componente de autonomia financeira tem um forte peso.   

 

A freguesia.

 

 

Desde a ocupação romana da península até 1830, ou seja, grosso modo, até à revolução liberal, a freguesia não era autarquia local.

É um período caracterizado pela existência de freguesias como elementos da organização eclesiástica, mas sem qualquer inserção na estrutura da Administração Pública do país.

«Freguesia» é uma palavra que vem de «fregueses», e «fregueses» vem de «FILIECLESIAE» (que deu FILIGRESES, e depois fregueses), expressão que significava «filhos da Igreja», isto é , a comunidade dos fiéis em torno de um pároco que representa localmente o seu bispo.

Os órgãos eleitos pelos «fregueses» eram chamados, de acordo com a tradição da época, Juízes. Mais tarde, estes juízes chamaram-se «Juízes de vintena» - designação tradicional que se dava aos encarregados de resolver os problemas de convivência e de economia rural que se punham aos habitantes das freguesias.

E assim se chega ao período, que começa quando a revolução liberal, a partir de 1830, incorpora a freguesia no sistema nacional de administração pública.

Foi uma fase de grandes indecisões e de substituição rápida de soluções.

O 3.º período, de 1878 para cá, inicia-se com o Código Administrativo de Rodrigues Sampaio (1878), em virtude do qual as freguesias entram definitivamente na estrutura da nossa Administração Local Autárquica. Assim se têm mantido até hoje, embora, como vimos, sem uma função muito relevante até 1974.           

O meio ambiente

 

O que se quer mesmo realçar tem a ver com a vivência das pessoas que nasceram e cresceram numa quinta muito especial e com uma história riquíssima. A rua aqui, não é passagem é um espaço de liberdade. A História que se lê nas centenárias pedras do castelo é o orgulho que nos vai perseguir a vida toda. A natureza é o amigo, mas também o desafio e a aventura. O espaço mais amplo é a transparência, porque nele tudo é claro, mesmo quando chega o escuro da noite.  

 

O Tejo moldava a Natureza, a grande paixão nesta quinta era, em primeiro lugar o rio Tejo. Havia nele fascínio e mistério, que a todos desafiava.

O Tejo era contido todo o ano por extensas margens de salgueiros e canaviais, com excepção das grandes cheias, hoje quase inexistentes, pela grande capacidade de acumulação de água das barragens construídas nos últimos cinquenta anos.

De resto, tudo no dia-a-dia na Quinta representava um desafio. Desafio que era preciso vencer sozinho, e que se chama natureza. Ela é amiga, mas lança desafios para nos ajudar a preparar a nossa própria defesa.       

O porto fluvial estava equipado com batelões, barcos a motor e fragatas.

No inverno, com as grandes e medonhas cheias todas as embarcações eram recolhidas no leito manso de uma ribeira.

As águas do Tejo quando estavam baixas, no verão, deixavam aparecer belos areais. O sítio onde a ribeira desaguava no rio, era o mais belo e apetecido. Havia relva no chão e muitas amoreiras com óptimas amoras e sombras para descansar. No meio deste espaço frondoso, aparecia um frondoso chorão. Este lugar era conhecido pela «beira do Tejo» e servia para os banhistas e campistas descansarem e conviverem. Era a praia possível para muitas famílias dos arredores, nesta zona interior.

Naquele tempo a água que corria neste rio era completamente límpida, e com muito peixe.                  

As primeiras incursões até ao leito do Tejo ocorriam com a chegada dos dias quentes e eram de jovens, normalmente estudantes, em grupos à procura da frescura do rio. Vinham ver como estavam as coisas, mas só mais tarde se decidiam pela entrada na água.  

A roupa era trocada no meio dos canaviais e aí guardada sem receio. Começavam depois os mergulhos no Tejo. No sítio junto do palácio o Tejo era mais profundo e tinha uma torrente mais forte.  Era aí, no pego, que os mais audazes mergulhavam. Os outros procuravam as águas mais baixas. Apesar disso todos os anos o Tejo fazia as suas vítimas entre os jovens menos avisados ou afortunados. Estes acontecimentos, onde toda a gente se conhece, eram profundamente sentidos. O luto era para todos sem excepção. Logo que o corpo era encontrado traziam-no para a margem, onde ficava a aguardar os trâmites legais. Por alguns dias o rio era motivo de profundo respeito e não havia banhos para ninguém. Curiosamente, estes acidentes ocorriam quase sempre no entusiasmo dos primeiros mergulhos.

A formação de uma criança

 

Bom, mas não faria qualquer sentido começar por um idoso, mas sim por uma criança cheia de carinho e de sonhos! Porém, os seus pais eram trabalhadores de poucos recursos económicos. Afinal, que importância tem isso quando se é feliz e se vive numa quinta, prenhe de uma natureza pura e dura?

Os estudiosos, normalmente preocupam-se em analisar a acção e influências que o homem exerce sobre o meio em que vive. Concordo e reconheço a importância desse conhecimento. Todavia a análise e o estudo do inverso, não será menos importante, antes pelo contrário. A influência do meio ambiente sobre o Homem é decisiva na formação do seu carácter e da sua personalidade, nomeadamente no período da infância e adolescência. Depois fica.

O que se passa nos grandes centros urbanos é certamente diferente daquilo que se passa na vivência diária de uma quinta. Nesta, não existem factores, como nas cidades, que desliguem ou afastem as pessoas da forte influência da natureza.

Também as crianças se habituam a viver com a dureza da mãe natureza!

Nas grandes cidades, talvez que sejam mais determinantes outros coisas como, clubes desportivos, associações culturais e o próprio ambiente familiar, onde as pessoas são obrigadas a recorrer, pois a rua é só de passagem.

 

A PRECARIEDADE

 

“A PRECARIEDADE É UM PROBLEMA MUITO SÉRIO”- Afirmou o Ministro Vieira da Silva!

Será tudo isto, uma forma de manipulação nos dados estatísticos do DESEMPREGO?

Embora haja alguns pontos com mérito, este princípio permite ouvir na comunicação social altos elogios a uma descida no desemprego! Em que ficamos?

A precariedade continua a ser um problema muito sério, diz o ministro do Trabalho, e vai ser o tema central da Concertação Social no dia 10. O ministro do Trabalho e da Segurança Social destacou esta quarta-feira o novo recuo da taxa do desemprego (?) observado no terceiro trimestre deste ano, mas manifestou preocupação com a precariedade do mercado de trabalho, que continua a ser “um problema muito sério”. Vieira da Silva, que participou esta quarta-feira numa aula aberta na Escola de Direito da Universidade do Minho, observou que os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística revelam a “forma muito intensa” como o desemprego está a diminuir (?). Mais importante ainda, destacou, é que esta tendência está a ser acompanhada pela criação líquida (?) de emprego. Nestes últimos dois anos foram criados quase 240 mil postos de trabalho líquidos.

Bloco exige que governo acabe com Contratos Emprego Inserção!

Ministro do Planeamento e das Infra-estruturas anunciou dotação de 54 milhões de euros para Contratos Emprego Inserção. Bloco exige que governo mantenha compromisso do combate à precariedade e garanta políticas públicas de emprego que não recorrem nem estimulam trabalho precário.

14 de Setembro, 2016 - 10:32h

As medidas,  Contrato emprego-inserção e Contrato emprego-inserção-

“Dizem respeito às modalidades em que os desempregados beneficiários de subsídio de desemprego ou subsídio social de desemprego, adiante designados desempregados subsidiados, e de rendimento social de inserção desenvolvem trabalho socialmente necessário.”

“Considera-se trabalho socialmente necessário,

A realização de actividades por desempregados inscritos nos centros de emprego que satisfaçam necessidades sociais ou colectivas temporárias, prestadas em entidade pública ou privada sem fins lucrativos.”

“São objectivos do trabalha socialmente necessário:

  • Promover a empregabilidade de pessoas em situação de desemprego, preservando e melhorando as suas competências sócio -profissionais, através da manutenção do contacto com o mercado de trabalho;

O Bloco foi surpreendido pelo anúncio, por parte do ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, de avisos para concursos relacionados com os fundos comunitários, entre os quais 54 milhões de euros para Contratos Emprego Inserção (CEIs). Os CEIs são uma das formas de precariedade apoiada pelo Estado que mais cresceu nos últimos anos e um CEI não dão direito a um salário, nem a um contrato de trabalho.  

Por essa razão, e tendo em conta o compromisso de combate à precariedade, nomeadamente no Estado, que faz parte dos acordos assinados pelos partidos da actual maioria no Parlamento e o facto de estar neste momento em discussão um conjunto de medidas para o Plano Nacional contra a Precariedade, o Bloco exige "o combate ao abuso que tem constituído o recurso a esta figura, direccionando recursos para a promoção de formas de trabalho digno e com direitos". Por esse motivo, o Bloco questiona o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social se confirma a manutenção de um orçamento tão elevado para CEIs, de que forma irá garantir que as políticas públicas de emprego não estimulem a precariedade e se o governo está disponível para direccionar os recursos dos fundos do Portugal 2020 para medidas de emprego estável.

"Em troca do subsídio de desemprego ou do rendimento social de inserção, muitos dos desempregados e beneficiários do RSI enquadrados nos CEIs fazem na verdade trabalhos a tempo inteiro, que não podem recusar sob pena de perderam a prestação social, e para os quais não recebem qualquer salário", acusa o Bloco, que resume a situação explicando que as pessoas "fazem uma actividade laboral que não é reconhecida e à qual não é associada nenhum direito".

Segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, em 2014 a medida abrangeu mais de 75 mil pessoas e em 2015, 68 mil pessoas. Destas pessoas, mais de 45 mil estavam a trabalhar para o próprio Estado.  Estas políticas custaram ao Estado mais de 70 milhões de euros em 2014 e, em 2015, mais de 65 milhões.

Em 2014,  o Provedor de Justiça, manifestou-se contra a “evidência da utilização abusiva” destas medidas por parte do Estado e reconheceu que “as actividades exercidas correspondem a actividades laborais que caracterizam postos de trabalho e dão resposta às necessidades permanentes das entidades promotoras”.

"Na realidade, os Contratos Emprego Inserção são formas de não se criar o emprego que é necessário no Estado e nas IPSS's, escondem os efeitos da diminuição de trabalhadores na função pública, criam uma pressão para diminuir os salários e criam um contingente laboral de dezenas de milhares de pessoas sem nenhum direito", resume o documento do Bloco. Um vídeo de José Soeiro a apresentar oito medidas de combate à precariedade pode ser visto,  aqui (link is external).

 

Entre a utopia e a realidade

 

 

A palavra utopia nasce de um livro escrito em 1516 pelo filósofo Inglês, Thomas Moro, com o título “Utopia”. A partir desta obra, a palavra “utopia” tornou-se sinónimo de uma sociedade ideal, impossível de existir, ou uma ideia generosa, mas impraticável. Em contraponto à utopia temos a realidade…a dura realidade!

Os partidos vivem hoje entre a utopia e a realidade e isso tem-se reflectido no aumento da abstenção. Alguns dirigentes revelam falta de adesão à realidade, falando em circuito fechado e criando uma nova versão da “cortina de ferro” que os separa dos eleitores e despromove a sua participação.

Para levantar esta cortina não contribuem situações como a que sucedeu, no passado dia 26 de Outubro, com o social-democrata José Eduardo Martins. Este viu-se ultrapassado pela lógica partidária em detrimento da escolha dos eleitores. Quando se preparava para assumir a responsabilidade que os lisboetas lhe haviam dado, foi apeado pelo aparelho Distrital do PSD.

José Eduardo Martins foi o rosto da candidatura à Assembleia Municipal, escolhido unanimemente no PSD e que, apesar do resultado negativo, obteve 38.263 votos. São mais 10.000 votos que Teresa Leal Coelho e mais de 35.000 votos que o autarca de freguesia do PSD mais votado.

Trata-se de um jovem quadro, ex-Secretário de Estado, Advogado de sucesso, com projeção e notoriedade nacional e que tem capital político para, eventualmente, até vir a ser candidato a líder do PSD (como advoga a comunicação social).

Na adversidade existem janelas de oportunidade e José Eduardo Martins poderia ser essa janela para o PSD poder construir um projeto vencedor e conquistar o Município de Lisboa a Medina (político da mesma geração), já daqui a 4 anos. A sua rejeição por parte do diretório partidário pode ser interpretada pelos eleitores como uma deslealdade. Afinal foi nesse rosto que confiaram o seu voto 38.263 lisboetas.

A adesão dos partidos políticos à realidade é cada vez menos e com estas atitudes revelam estar mais próximos da utopia. As lógicas distorcidas dos partidos políticos estão a levar estes elementos chave da democracia para um divórcio litigioso com os portugueses.

Hoje é o PSD que vive momentos em que a sua importância e implantação está posta em causa, mas amanhã podem ser os demais partidos portugueses. Basta que para isso continuem, todos eles, mais próximos da utopia do que da realidade.

 

 

 

FONTE: Jornal i, https://ionline.sapo.pt/Publicado em 02/11/2017

 

LINK DA NOTÍCIA: https://ionline.sapo.pt/587173/

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