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O ENTARDECER

O ENTARDECER

O forte do Carrascal explodiu

 

E foi o segundo acto da tragédia que, se não imolou vidas humanas, a poucas terá deixado sem graves prejuízos.

Para completar o pânico que se apodera de muita gente que, durante dois inesquecíveis dias, caminha pelas estradas e caminhos sem rumo certo. Não terá sido possível alertar inteligentemente as populações que se sabia correrem risco? Não sabemos, mas o que afirmamos é que tudo isto foi trágico!”              

No dia seguinte de manhã era a desolação total. O autor destas linhas foi testemunha do pavoroso rescaldo na margem direita do JAMOR, da Rocha ao Estádio Nacional, onde as águas ainda quase tapavam as enormes árvores daquela área desportiva!

Por ali jaziam meio enterrados na lama, seis cadáveres e muitos animais trazidos pelas fortes enxurradas. A Gruta da Rocha ficou quase toda enterrada na lama e no Santuário os vidros estavam todos partidos. Altares e imagens destruídos, as paredes e tectos do Santuário com enormes rachas por onde escorria água no dia seguinte. Umas dezasseis barracas da modesta gente da Rocha, foram levadas pelas fortes e largas torrentes do JAMOR.

O forte do Carrascal, onde tantas vezes, durante a noite, o autor comandou a sua guarda em tempos de serviço militar obrigatório, viu os seus paióis enterrados no chão, serem infiltrados pelas águas da chuva originando uma explosão em cadeia.

Com estragos tão avultados a que urgia pôr cobro, como poderia nos tempos mais próximos alguém pensar nas próximas festas de 1968, até aí primeiro objectivo da Irmandade.

Tudo se alterou e as vontades viraram-se por inteiro para tão grandes, como urgentes, trabalhos de recuperação dos enormes estragos. Em primeiro lugar acudindo aos desalojados que na Rocha eram cerca de vinte famílias sem-abrigo. As portas do velhinho Santuário abriram-se então para albergar tanta gente de mãos vazias, os seus filhos e os parcos haveres não engolidos pelas águas em fúria.

Só depois a Irmandade pensou na recuperação dos estragos no Santuário e áreas circundantes tão duramente atingidas.

Foram tempos de duras canseiras, de muito bater a portas amigas, de empresas da região e autoridades locais, para aos poucos e poucos se conseguir reaver e reconstruir o muito que se tinha perdido.

Só assim foi possível, em Fevereiro de 1968, inaugurar dezassete casinhas em «LUSALITE» e nelas alojar outras tantas famílias que ainda dormiam no Santuário.

Face a tanto sofrimento e canseiras de ordem social, a Irmandade ponderou, e com toda a justeza, fazer chegar ao conhecimento público, não ser possível levar a efeito nesse ano de 1968, a tradicional romagem de fim de Maio, no Santuário da Rocha.

A actividade da Irmandade foi crescendo de ritmo e podia-se ler em cuidado opúsculo tornado público para anúncio das festas de 1969, a seguinte nota de abertura:

" Para quem queira sinceramente descerrar as pálpebras não é possível deixar de verificar a grande transformação porque tem passado a nossa Rocha nos últimos dois anos: o jardim passou de MONTUREIRA a ambiente verde, limpo, sadio e a luz felizmente chegou; o venerando templo acusa o sacrificado dispêndio de largas dezenas de contos de réis, que ao menos susterá a impressionante por que acelerada marcha que vinha fazendo para a ruína, conquanto ainda esteja longe de alcançar o pleno restauro; o ambiente pobre e abandonado das míseras habitações que por lá ainda restam infelizmente, pode ser algo atenuado com a apressada e provisória solução das «LUSALITES» que a nossa Irmandade fomentou com alguns auxílios oficiais e particulares.

Era pois, chegada a hora de as nossas bem antigas Festividades se restaurarem, dever máximo e grave que à mesma Irmandade incumbe, desde a primeira hora da sua existência, (19/09/1883) segundo os seus Estatutos".

(….) Não esperamos nenhuma outra recompensa terrena, senão que todos que até nós vierem se há-de admirar e comprazer. Todos à uma deveremos, convicta e euforicamente, assim o cremos, exclamar: - Temos finalmente, e com toda a verdade, umas Festas! É o que mais cordialmente possível a todos deseja, “A Irmandade".

" Tragédia Indescritível"

" Tragédia Indescritível"

A noite do próximo passado 25 de Novembro ficou marcada na história do nosso Patriarcado a letras de sangue. Quem não se encontrasse realmente ou ao menos por acaso na zona do verdadeiro dilúvio, dificilmente se dará conta do que aquilo foi; os que vivemos aquelas horas amaríssimas ficaram habilitados a perceber algo da velhíssima página bíblica do tempo do patriarca Noé: chuva torrencial e demorada, vento invulgar e estranho, ruídos esquisitos de que não se podia verificar a procedência. Daí a pouco, os pequenos cursos de água, como o JAMOR, de junto do qual escrevemos, em pouco mais de uma hora, subindo a alturas impensáveis e tudo tragando à passagem com um barulho infernal; corpos passando nas águas lamacentas, carros e árvores, etc., gritos de dor humana, característicos clamores dos pobres animais, tudo enfim formava um autêntico pandemónio em meio de densas trevas.

Nesta zona, para cúmulo, e como a não deixar despedir-se sem mais aquelas a escuridão da terrífica noite, há um enorme estampido - era um paiol que rebentava, tudo rebentando num raio de vários quilómetros.

OS MALHADOS

A Senhora da Rocha e os «Malhados».

Os acontecimentos da Aparição da Imagenzinha na Rocha, coincidiam com o inicio das actividades liberais em Portugal. D. Miguel e as infantas, iam regularmente venerar a Imagem no altar onde fora colocada. Constava que os jacobinos, vendo na Imagem a política, ficavam encolerizados.

As visitas à Imagem, assim como as ofertas que lhe faziam, não paravam de aumentar, dando azo a vingança contra os constitucionais.

Os "vintistas" chamavam de «megera» à senhora rainha e haviam de entaipar com pedras e cal o local da Aparição, o que mais irritava os simples devotos.

Portugal vivia com alvoroço, as lutas entre os dois irmãos, D. Pedro e D. Miguel.

  1. João VI iria morrer e os boatos propalavam que poderia ter sido envenenado, tudo isto agravado com a morte que se seguiu, do seu amigo e cirurgião, de nome Aguiar.
  2. Miguel, foi mandado regressar do seu exílio em Viena de Áustria, para subir ao trono.

Este jovem rei ao fazer o caminho entre Queluz e Paço de Arcos, onde ia encontrar-se com uma bonita jovem, ficou debaixo do carro que o transportava, por se terem partido os eixos numa curva em Caxias.

Com tantas preces em seu auxílio, depressa ficaria bom da perna.

As mulas que o puxavam eram pretas e brancas e os seus amigos, logo acusaram os animais de liberalismo!

A partir daí, os amigos de D. Pedro IV, ficaram conhecidos pela alcunha dos malhados.

DO MEDIEVO À MODERNIDADE

 

Vai ser inaugurado (19-02-2009) junto ao Centro Cívico de Carnaxide o museu “Do Medievo à Modernidade” com características especiais, numa iniciativa da pintora Dinara Dindarova.

Esta ideia encontrou um parceiro, a Associação Cultural de Queijas, que segundo o seu presidente Reis Luz, será uma forma de divulgação da cultura e uma grande função didáctica da pintura mundial e da sua história.”

Jornal de Oeiras 10 de Fevereiro de 2009

Nota: A inauguração fez-se com brilho e muito público, esteve aberta ao público, principalmente escolas, mas a CMO ou a Junta de Carnaxide, que participaram da inauguração, nunca participaram financeiramente para a manutenção desta boa iniciativa! Porquê? Só Deus saberá, porém é indesculpável que quem gere no concelho iniciativas de tão alto interesse público se dê ao desplante de excluir do dinheiro dos impostos do povo alguém ou alguma coisa com tanto mérito!

Por fim o Museu teve de fechar e a Associação Cultural de Queijas foi ocupada ilegalmente por gente afecta ao IOMAF. Inteiramente injusto e por esta razão e outras razões o povo deve, no mínimo, não se esquecer quando vota, de fazer alternância democrática, e não se deixar enganar com Movimentos Independentes, que de facto o não são.  

AS BARRACAS E O REALOJAMENTO

 

Toda esta região que foi conhecida como área pastoril e mais tarde como área agrícola, cheia de pomares e quintas, aparece de repente transformada num grande dormitório da capital.

Como já se disse, em situações onde a oferta de habitação não se adequa à procura a preços ajustados, assiste-se também à implantação de núcleos de construção clandestina, ou bairros de barracas.

Assim e infelizmente, à volta de todo este crescimento habitacional, enxameiam, em todo o concelho, especialmente na área desta freguesia de Queijas, os chamados bairros degradados da Senhora da Rocha e Gandarela, Detrás dos Verdes, Pombais, RIGUEIRA de Queijas, Forte de Caxias, alto dos AGUDINHOS, Suave Milagre, Eira Velha, Rádio da Marinha, etc.

 

Trata-se pois, de muita gente que veio da província à procura de trabalho na capital e seus arredores. Muitos do Alentejo.

São milhares de modestos trabalhadores, que na maioria pagam rendas mensais pelos terrenos que ocupam com as suas barracas.

São milhares e milhares de braços ocupados na produção industrial, que habitam numa terra que ainda há pouco vivia do amanho agrícola, que hoje ninguém quer fazer, ou fazem para subsistência própria em terrenos baldios.

Trabalham nas imensas obras, mas também nas muitas industrias que na freguesia ou nos seus limites se foram fixando. Etc.

Existem ainda muitas centenas de unidades de produção de média ou pequena dimensão que dão emprego a muita gente que veio à procura de emprego até esta freguesia, mesmo com salários muito baixos e se fixaram em habitação degradada neste local.

No mandato daquele que foi criança, jovem, adulto e CHEFE DE FAMÍLIA, também morador e presidente da junta. Num trabalho conjunto com a câmara, no final do mandato todos os moradores das barracas foram alojados em casas condignas.

 

 

O MILAGRE DA ROCHA

 

No dia 28 de Maio de 1822, andavam sete rapazes a tomar banho no JAMOR. No meio da gritaria e da brincadeira, avistaram um melro e quiseram apanhá-lo. A ave, porém, fugiu-lhes e, entretanto, passou por eles um coelho que assustado correu a enfiar-se numa toca. Os miúdos alargaram a entrada da dita e enfiaram lá para dentro, em perseguição do coelho, uma cadela que pertencia ao tio de um deles, um conhecido caçador chamado Manuel Plácido, morador no próximo lugar de Linda - a - Pastora, a quem contaram o sucedido.

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