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O ENTARDECER

O ENTARDECER

HAVIA PAIXÃO

As vezes que Nuno conseguia ver a Rita, iam aumentando. Talvez os dois fizessem por isso. Ela sabia que aquele jovem de quem nem sequer sabia o nome, vinha ali todos os dias para a ver. Nuno não acreditava que o aparecimento dela no varandim fosse um simples acaso. Procurando vê-lo sem qualquer disfarce, olhando-o com tanto carinho, não poderia ser um acto fortuito. Muito menos uma brincadeira da sua parte. Claro que os olhos do Nuno não viam somente a Rita, viam também que as águas do rio já não eram barrentas. Eram cada vez mais límpidas. Quase à superfície, apareciam peixes a nadar vencendo a corrente. A ramagem dos salgueiros deslizava na face das águas correntes. Os adeptos da pesca à linha, das terras vizinhas, estavam de volta.

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Os outros, os profissionais também. Era vê-los remando e estendendo as redes nos seus barcos pretos, em forma de meia-lua. Vários aprestos de pesca como “covos”, “tarrafas”, etc., completavam a faina dos pescadores do rio. A venda deste peixe era feita nas terras envolventes, desprovidas de abastecimento de peixe do alto-mar. 

Do lado agrícola, não tardaria que os trabalhadores especialistas, comecem a sua tarefa na poda das árvores e vinhedos. Manadas de bois puxam os arados na preparação das terras para as sementeiras, enquanto dezenas de alvéolas, de pernas finitas e cauda comprida e basculante, depenicam os vermes trazidos à superfície. As trepadeiras que cobriam as extensas paredes do palácio, não tardarão a florir. No verão, serão o esconderijo e dormitório de toda a espécie de passarada. O palácio pela sua beleza e arquitectura é considerado património nacional e a sua construção remonta a tempos desconhecidos. Incorporada no palácio existe uma linda capela com ricos vitrais.

A LENHA NÃO FALTAVA

No inverno, com a chegada do sol abria-se um novo ciclo de vida, mas também um aumento de frio, principalmente nas noites e no entardecer e amanhecer. A chuva com todos os seus inconvenientes, torna as temperaturas muito mais amenas. Agora com o sol a irradiar luz e calor durante o dia, somos obrigados a ir buscar mais um cobertor para a cama, quando nos deitamos! De manhã, quando nos levantamos e chegamos à janela para estreitar o dia, ficamos deslumbrados. Os telhados do casario em redor, estão todos brancos. Quando saímos de casa a aragem matinal é fria e deixa o nariz e as orelhas geladas. A vida não pára e toda a gente anda de um lado para o outro., mesmo os catraios, de sacola às costas, lá iam para a escola. Pelos caminhos de terra batida ou simples carreiros, sem nunca pararem, vão arrastando as suas pesadas botas cardadas, não perdendo a oportunidade de partirem o gelo formado nas muitas poças do chão. À noite, dentro de casa, toda a família se aquecia nas braseiras. Lenha, era aquilo que não faltava.

A NOSSA CASA

 

A nossa casa é o nosso ninho. É nela que se forma a nossa família, é nela que respiramos sonhos e é nela que amamos quem nela nos acompanha vida fora. O seu ponto mais alto costuma ser o natal, com a sua noite de sonho. Perdidos na rua andamos perdidos e sem sonhos. Na nossa casa sonhamos e fazemos sonhar os outros.

Sobre o encanto da nossa casa e do Natal, um dia li e jamais esqueci:

“A minha casa se descobriu ao caminhar,

A minha casa é um caminho a seguir,

A minha casa pode ser em qualquer lugar,

A minha casa é uma casa sempre a construir.”

Afinal, que casa é esta? Ela é também uma caminhada na qual descobrimos coisas que ainda lá faltam! Apesar de a ela, nos dedicarmos de alma e coração. Os desafios são grandes mas os recursos que temos ao nosso dispor, são bem poucos! Chocantemente insuficientes! Mesmo assim, não desesperamos de caminhar, sempre caminhar. Parar não nos passa pela cabeça.

O natal há-de chegar e com ele o nosso encanto. Então tudo será diferente. As ruas enfeitadas e iluminadas, as prendas no sapatinho, a alegria das crianças transmite-nos um estranho fascínio! Tudo se transforma num encantador renascer.

Passamos a ver tudo com mais confiança. Então percebemos, que pelo nosso esforço, ganhámos olhos realistas. Percebemos que não precisamos de ter mais, pois já temos o suficiente. E para o ano haverá mais.

Logo nos surpreendemos, quando pelo vidro da janela vimos gente que pede esmola na rua.

Então alguma tristeza NOS INVADE, NA NOITE DE TODOS OS ENCANTOS.

PREFÁCIO

 

Pessoalmente acredito que este novo século, forçosamente, trará de volta uma nova ordem social e política. Porque serão finalmente repostos o respeito e os tradicionais valores humanos. Nos dias de hoje, a “pirâmide” está completamente invertida.

Representará tal, uma conquista e vitória contra o crime organizado, a criminalidade económico-financeira, o oportunismo e o materialismo selvagem que têm vindo a revelar-se uma ameaça grave contra a moral, democracia, sociedade em geral e a própria economia.

Quem tiver por hábito manter-se informado sobre o mundo, sabe de previsões de organismos internacionais cheios de credibilidade, no sentido de uma certeza absoluta: a escassez, dentro de duas ou três dezenas de anos, de bens essenciais à manutenção do nível de bem-estar dado como adquirido na Terra, pelos países mais desenvolvidos.

Serão os casos, além de muitos outros, do petróleo e, mais ainda, da água potável! A confirmarem-se tais previsões, e se outras soluções não forem encontradas, o «caos» instalado poderá tornar-se muito perigoso! Sabemos, ainda, que todo o pensamento é adivinhação, como referia Miguel Tamen na sua obra Maneiras de Interpretação. Dizia ele que só agora os homens começam a compreender o seu poder divinatório. Também dizia que só aquele que pode compreender esta Idade, ou seja – dos grandes princípios de rejuvenescimento geral – conseguirá apreender os pólos da humanidade, reconhecer e conhecer a actividade dos primeiros homens, bem como a natureza de uma nova Idade de Ouro que há-de vir …. O homem tornar-se-á consciente daquilo que é: compreenderá finalmente a Terra e o Sol, talvez mesmo o próprio universo!

Mesmo quando nos servimos da ficção, o nosso pensamento pede adivinhação! Gente entendida e sabedora admite como provável que o surgimento do próprio ser humano tenha ocorrido há cerca de 1 7000 000 de anos. Até hoje sempre a Terra deu ao Homem os seus meios de sobrevivência. Que estará para acontecer?

É na lógica de uma próxima escassez dos bens essenciais, por exaustão, que será de admitir a vinda de um «caos» mais acentuado. Tanta coisa vai mal no seu consumo, gestão e preservação! O primado do individual sobre o bem comum, por exemplo, é outro ponto que contribui para esta ruptura. Embora seja despiciendo subestimar o individual, um ponto essencial de equilíbrio colectivo é indispensável à nossa sobrevivência.

Parece, contudo, que depois deste «caos» em crescendo surgirá a já anunciada nova Idade de Ouro. Poderíamos também chamar-lhe de «Paraíso», ou seja, alguma coisa bem melhor do que tudo o que tem existido até hoje. Esse “paraíso” virá, numa normal convicção, de uma força universal a unir as pessoas, que brotará por volta de 2040 na montanha Sinjar, no Iraque. Resultará ela, de uma nova cultura que, sem ofuscar a individualidade, conseguirá sobrepor-se a ela, fazendo desabrochar um novo sentido colectivo, quase perfeito, em consequência directa de se ter atingido um grau superior na sua civilização.

Novamente aquela região doa grandes rios, na qual nasceram as maiores religiões monoteístas do mundo e outras civilizações, será o berço de uma nova civilização! A Sociedade Global em pleno. Muitos apontam, hoje, duas vias para a globalização, ignorando, todavia, que em 2040 estará implementada na Terra uma terceira via! A Idade de Ouro.

Essa será a grande mudança a ocorrer e constituirá o desaparecimento da mediocridade e oportunismo que nos conduziram ao «caos», relativo, do início deste século. Assim poderá ser em meados do actual século!

 

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