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O ENTARDECER

O ENTARDECER

UMA CAUSA NACIONAL

 

O mal já está feito e o País continua a arder! Este é o clamor da Igreja pedindo medidas adequadas à extrema situação de hoje, que vai arrasando a vida e a continuidade deste cantinho que nos abriga!

“Por favor, usem os poderes de que estão empossados a bem do sossego deste pobre povo. Usem esse poder não olhando aos interesses partidários mas, acima de tudo, como servidores do país e do seu povo. Tudo o resto é efémero. Nada há mais poderoso e eficaz que um povo inteiro unido pela mesma causa!

Chegou a hora do país inteiro gritar bem alto: “basta de fogos florestais”. Basta de tantos fogos a destruírem um País multissecular! Este País está a arder, há semanas, meses, anos e séculos numa calamidade impiedosa. Hoje é pior do que qualquer das outras crises anteriores!”

Sem esquecermos o assalto ao Paiol em Tancos, não podemos esquecer-nos das famosas parcerias público privadas, nas quais se admitem (privados ou privadas), sem qualquer escrúpulo! Nas escolas, saúde, transportes etc., esta palavra (privados), causa muitos engulhos aos políticos de esquerda! Os pagamentos do Estado para estes senhores privados das PPP, durante os próximos vinte anos atingem 19 mil milhões de euros sem juros! Quem os assinou em nome do Estado é, ou será sempre, quem gere aquelas ditas empresas privadas! Quem ler com frequência a nossa imprensa, detecta amiúde coisas como esta:

 “De 1 de Janeiro até meados de Agosto foram contabilizadas 11 537 ocorrências de fogo florestal que destruíram 166 mil hectares de floresta, mais 48 mil hectares ardidos que em igual período do ano passado! Meu Deus, quanta madeira ardida e, mesmo assim, a nossa economia ainda crescerão 2,8% neste ano?

Enquanto importará tão grande volume de madeira ardida? Quem suportará tais custos o dono, ou o País que deixará de receber boa quantia pela sua não exportação!

Mais de 17 milhões para os lesados de Pedrógão Grande. Fora os outros que faltam.

Os heróis de tudo isto são sem dúvida os nossos bombeiros. Em tão grande quantidade de operacionais qual a percentagem de bombeiros voluntários versus municipais?

No final de contas não será de estranhar tantos incêndios. Não poderemos esquecer que este País é um verdadeiro matagal! Nele nada se limpa, nem sequer um simples quintal! As terras que há anos eram lavradas, gradadas, alquevadas e seguidamente semeadas, já o não são! Terá isto, alguma influência na taxa de crescimento da nossa economia? Enquanto tudo estiver debaixo da inteligência e saber de certos doutores, decerto não tem! Mas o matagal será cada vez maior, para já não falarmos do “maldoso e criminoso eucalipto da direita”!

 

 

 

Os bons e os maus:

 

 

O novo maniqueísmo da política portuguesa

Todos os dias o Governo decide. Quero dizer, “decide” e reincide. Com uma pressa inusitada. Umas vezes a reboque do BE, nas questões fracturantes, não vá o diabo tecê-las. Outras vezes, numa mistura de algum revanchismo e precipitação, como é o caso das medidas sobre avaliações no sistema público de educação (sobre estas conto escrever um post). Outras ainda, acelerando o ritmo da reversão de algumas medidas de austeridade fiscal e de rendimentos, mesmo que ainda sem Orçamento para 2016. Além disso, apressa-se a eliminar o quociente familiar no IRS. E os feriados aí estão, frescos e repristinados, com a ironia de esta união das esquerdas incluir os religiosos. Também sem sabermos quanto é que nos calha pagar, o Executivo tenta manter a TAP maioritariamente nas mãos do Estado e reverte as subconcessões na área de transportes. Rápido foi também na resolução do BANIF sobre a qual, porém, se deve aguardar o resultado da Comissão Parlamentar de Inquérito para dilucidar muitas dúvidas e algum nevoeiro explicativo.

Não discuto a bondade de algumas destas tomadas de posição, em particular a progressiva eliminação da sobretaxa no IRS e a reposição dos salários na função pública, bem como a redução em 50% da CES sobre os pensionistas (a única que coincida nos programas do PS e do PàF). Ou o aumento do salário mínimo nacional.

Fui crítico de muitas medidas injustas tomadas pelo Governo de Passos Coelho. No entanto, o que me parece é que, agora, tudo está a ser feito com óbvia correria e ligeireza, com aquele sabor populista e algo ingrato para o anterior Governo, que, concorde-se ou não, permite agora a Costa a habilidosa reversão de decisões que foram tomadas no âmbito de um programa de ajustamento (por sua vez, imposto por uma anterior governação socialista). Entretanto, Sampaio da Nóvoa agradece e Marcelo Rebelo de Sousa tacticamente acompanha. A Europa está cautelosamente apreensiva e os investidores desconfiam sobre o modo como o Estado age entre Governos, ziguezagueando entre decisões e “desdecisões”.

O resto, o difícil e estrutural, aguarda. Talvez siga dentro de momentos, depois de esgotado o foguetório e a publicidade das boas medidas.

Nesta propaganda, incute-se a ideia que, de um lado, estão os bons, do outro lado, os maus, ou seja a nova versão maniqueísta da política portuguesa. E se alguma medida menos simpática for tomada, a culpa não será deste Governo dos bons, mas antes dos maus. Um acordo para governar tão impressivamente gizado na generosidade dos bons, mas com a necessidade de obter a condescendência dos maus para o que não interessa aos bons (como no Orçamento rectificativo).

Por - António Bagão Félix

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